Câncer: Tipos, Diagnóstico e Tratamento

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Câncer de Esôfago

Tipos:

  • Escamoso/Epidermoide: Acomete o terço médio do esôfago.
  • Adenocarcinoma: Acomete o terço distal do esôfago.

Fatores de Risco:

  • Escamoso/Epidermoide: Consumo de álcool e tabaco, tilose palmoplantar, ingestão de bebidas quentes, acalásia, estenose cáustica e síndrome de Plummer-Vinson.
  • Adenocarcinoma: Esôfago de Barrett, tabagismo e obesidade.

Quadro Clínico:

  • Disfagia progressiva
  • Perda de peso rápida
  • Dor torácica
  • Rouquidão
  • Hematêmese

Diagnóstico:

  • Endoscopia com biópsia
  • Esofagografia
  • Tomografia por emissão de pósitrons (PET scan)
  • Ultrassonografia endoscópica para estadiamento (TNM)

Tratamento:

  • Curativo: Esofagectomia transtorácica ou trans-hiatal com linfadenectomia.
  • Paliativo (metástase ou tumor irressecável): Stent com dilatação, radioterapia, gastrostomia ou jejunostomia.

Câncer de Estômago

Adenocarcinoma: Representa 95% dos casos.

Fatores de Risco:

  • Anemia perniciosa
  • Gastrite crônica atrófica por H. pylori
  • Histórico familiar
  • Tabagismo
  • Pólipos adenomatosos
  • Dieta rica em defumados e alimentos conservados em sal

Classificação Histológica:

  • Intestinal: Melhor prognóstico, diferenciado, disseminação hematogênica, mais comum em homens entre 55 e 60 anos.
  • Difuso: Pior prognóstico, indiferenciado, disseminação linfática, mais comum em mulheres entre 40 e 48 anos.

Classificação Macroscópica (Borrmann):

  • Tipo 1: Polipoide
  • Tipo 2: Ulcerado com bordas nítidas
  • Tipo 3: Ulcerado e infiltrante com bordas não nítidas
  • Tipo 4: Infiltrativo difuso
  • Tipo 5: Nenhum dos anteriores

Quadro Clínico:

  • Dispepsia
  • Perda de peso
  • Anemia
  • Odinofagia ou disfagia
  • Dor epigástrica
  • Náusea
  • Anorexia
  • Melena
  • Saciedade precoce
  • Sinais no exame físico: Linfonodo de Virchow (supraclavicular esquerdo), linfonodo de Irish (axilar esquerdo), nódulo de Maria José (umbilical), tumor de Krukenberg (metástase ovariana palpável ao toque vaginal) e prateleira de Blumer (metástase palpável ao toque retal).

Diagnóstico:

  • Endoscopia com biópsia
  • Seriografia (triagem)
  • Ultrassonografia endoscópica para estadiamento (TNM)
  • Tomografia computadorizada de abdome e pelve
  • Videolaparoscopia

Tratamento:

  • Ressecção com linfadenectomia D2.
  • Tipos de ressecção:
    • Terço distal: Gastrectomia subtotal com reconstrução Billroth II.
    • Terço médio: Gastrectomia total com reconstrução em Y de Roux.
    • Terço proximal: Gastrectomia total com esofagectomia distal e reconstrução em Y de Roux.

Câncer Colorretal

Adenocarcinoma: Representa 95% dos casos.

Classificação Epidemiológica:

  • Esporádico: Mais comum, sem histórico familiar.
  • Hereditário associado à polipose: Polipose adenomatosa familiar e variantes.
  • Hereditário não polipose: Síndrome de Lynch.

Fatores de Risco (Esporádico):

  • Consumo de álcool e tabaco
  • Dieta rica em gordura
  • Idade avançada
  • Obesidade
  • Doença inflamatória intestinal

Síndrome de Lynch:

  • Três ou mais familiares com câncer colorretal.
  • Pelo menos um caso de câncer colorretal diagnosticado antes dos 50 anos.
  • Câncer colorretal envolvendo pelo menos duas gerações.
  • Não associada à polipose hereditária.
  • Tipos:
    • Lynch 1: Apenas câncer colorretal.
    • Lynch 2: Câncer colorretal associado a câncer ginecológico, gástrico, de intestino delgado, hepatobiliar, entre outros.

Rastreamento:

  • População geral (acima de 50 anos):
    • Colonoscopia a cada 10 anos
    • Sigmoidoscopia a cada 5 anos
    • Pesquisa de sangue oculto nas fezes anualmente
    • Colonoscopia virtual a cada 5 anos
    • Clister opaco de duplo contraste a cada 5 anos
    • Se algum exame alterado, realizar colonoscopia.
  • Histórico familiar de câncer colorretal: Iniciar rastreamento aos 40 anos ou 10 anos antes da idade do diagnóstico do familiar, o que vier primeiro.
  • Síndrome de Lynch: Colonoscopia a cada 2 anos a partir dos 20 anos e anualmente após os 40 anos. Mulheres: exame pélvico a cada 1-3 anos a partir dos 18 anos; exame pélvico, ultrassonografia transvaginal e biópsia de endométrio anualmente a partir dos 25 anos.
  • Polipose adenomatosa familiar: Retossigmoidoscopia anualmente a partir dos 10-12 anos.
  • Doença inflamatória intestinal: Colonoscopia a cada 2 anos após 8-10 anos de doença.

Quadro Clínico:

  • Diarreia
  • Constipação
  • Anemia ferropriva por sangramento crônico
  • Massa palpável
  • Febre
  • Hematoquezia
  • Tenesmo

Diagnóstico:

  • Colonoscopia
  • Retossigmoidoscopia
  • Clister opaco
  • Antígeno carcinoembrionário (CEA) - para prognóstico e acompanhamento do tratamento.

Tratamento:

  • Cólon: Ressecção com margem de segurança e linfadenectomia. Quimioterapia adjuvante se invasão além da submucosa.
  • Reto:
    • Tumor alto (5-16 cm acima da margem anal): Ressecção abdominal baixa com anastomose colorretal.
    • Tumor baixo (menos de 5 cm acima da margem anal): Ressecção abdominoperineal (Miles).
    • Ambos: Quimioterapia e radioterapia neoadjuvante e adjuvante.

Hepatocarcinoma

Fatores de Risco:

  • Hepatite B (mais comum)
  • Hepatite C
  • Consumo de álcool
  • Hemocromatose hereditária

Quadro Clínico:

  • Dor em hipocôndrio direito
  • Aumento do volume abdominal
  • Perda de peso
  • Elevação de aminotransferases, bilirrubinas, fosfatase alcalina, gama-glutamiltransferase e leucócitos.

Diagnóstico:

  • Alfafetoproteína
  • Ultrassonografia transabdominal
  • Tomografia computadorizada

Rastreamento:

  • Pacientes cirróticos
  • Portadores crônicos de hepatite B, mesmo sem cirrose, se:
    • Histórico familiar de hepatocarcinoma
    • Negros acima de 20 anos
    • Asiáticos acima de 40 anos
  • Recomendação: Ultrassonografia abdominal a cada 6 meses.

Tratamento:

  • Ressecção do tumor (se Child A e sem cirrose).
  • Transplante hepático (se Child B e C).

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