Candomblé na Bahia: Interfaces com a Comunicação
Classificado em História
Escrito em em português com um tamanho de 1,92 KB.
Allen Lins
Priscilla Huapaya
Renata Lacerda
Resumo
Este trabalho aborda o candomblé na Bahia sob a perspectiva da comunicação, identificando aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais que lhe conferem predominância e forte influência Kêtu. Analisa as interfaces da religião com o Estado, a mídia e o conhecimento científico. Através de levantamento bibliográfico e imagético, examina os arranjos rituais que mantêm um continuum religioso, demarcando diferenças entre as nações através da transfiguração/reconfiguração dos inquices/orixás.
Palavras-chave
Religiosidade; mídia; interfaces; candomblé; cultura; Bahia; Kêtu; inquices; orixás.
O ritual cerimonial dos Kêtu (e, em menor grau, o dos Djeje) é o que melhor conservou seu caráter africano na Bahia, influenciando fortemente as outras nações. Este fato merece reflexão, considerando que os primeiros escravos trazidos ao Brasil, a partir do século XVI, eram de origem Bantu (Angola, Congo e Moçambique). Segundo o Arquivo Municipal de Salvador e pesquisas de Verger (2000), a distribuição de escravos entre 1838 e 1860 (século XIX) foi: 3.060 sudaneses (Nagô - 2.049; Djeje - 286; Mina - 117; Calabar - 39; Benin - 27; Cachéu - 12) e 460 Bantu (Angola - 267; Congo - 48; Cabinda - 65; Benguela - 29; Gabão - 5; Cassange - 4; Moçambique - 42). A configuração cultural baiana resultou da mistura de nações, com predominância Kêtu devido ao maior número e à engenhosidade nas negociações culturais com senhores, mídia e Estado. Salvador se consolida como centro de...