Capacidade de Combinação em Populações Alógamas

Classificado em Matemática

Escrito em em português com um tamanho de 4,3 KB.

Capacidade de Combinação

Introdução

Em uma população alógama, todos os indivíduos podem ser considerados híbridos, pois são resultado de um cruzamento ocorrido na geração anterior. Cada progenitor fornece um gameta que, combinado com o gameta do outro progenitor, gera um genótipo específico. O mesmo ocorre ao cruzarmos dois materiais genéticos. Cada um fornecerá um grupo de gametas que se combinará com os gametas fornecidos pelo outro. Assim, podemos estudar a capacidade dos indivíduos ou populações de fornecerem gametas que, quando combinados com outros gametas, gerem bons híbridos.

Medindo a Capacidade de Combinação

Ao cruzar diversos indivíduos com um mesmo testador, a capacidade de combinação pode ser medida pela diferença entre a média do híbrido obtido pelo indivíduo e a média geral de todos os híbridos. Admitindo o modelo:

Ci - C = (pi - p) [u + (1-2t) au], onde:

  • pi: frequência do alelo favorável no material testado;
  • p: frequência média do alelo favorável nos materiais testados;
  • t: frequência média do alelo favorável no testador.

A capacidade de combinação depende das frequências gênicas nos materiais testados, da frequência gênica no testador e da ação gênica no caráter.

Efeito das Ações Gênicas

Ausência de Dominância (a = 0)

Ci - C = (pi - p) u. Neste caso, apenas a frequência gênica no material testado determina a capacidade de combinação, selecionando materiais com frequências gênicas mais elevadas do alelo favorável.

Dominância Completa (a = 1)

Ci - C = (pi - p) [u + (1-2t) u] = (pi - p) 2u(1-t). Tanto a frequência de alelos favoráveis do material quanto do testador estão envolvidas. Geralmente, seleciona-se o material com maior frequência do alelo favorável, mas se o testador tiver frequência 1, não haverá seleção, pois a capacidade de combinação será zero.

Sobredominância (a > 1)

Exemplo com a = 2: Ci - C = (pi - p) [u + (1-2t) 2u] = (pi - p) u(3-4t). Se t for zero ou meio, selecionam-se materiais com maior frequência de alelos favoráveis. Se t = 1, a seleção recai sobre materiais com menores frequências, complementando os genes do testador.

Efeito do Testador

A frequência do alelo favorável em um indivíduo pode ser 0, 1/2 ou 1. Em uma população, pode variar de 0 a 1, com valores intermediários mais frequentes em populações variáveis.

  • t = 0: Ci - C = (pi - p) [u + au]. A seleção favorece materiais com maior frequência de alelos favoráveis, independentemente da ação gênica.
  • t = 1/2: Ci - C = (pi - p) u. A dominância perde importância, e seleciona-se o material com maior frequência de alelos favoráveis.
  • t = 1: Ci - C = (pi - p) [u - au]. A seleção recai sobre materiais com maior frequência de alelos favoráveis se u > au, é nula se u = au e favorece menores frequências se u < au (sobredominância).

Tipos de Testadores

Os testadores podem ser linhagens (frequências 0 ou 1), híbridos (frequência 1/2) ou populações (valores variados). Linhagens são testadores de base genética restrita, avaliando a capacidade específica de combinação. Híbridos e populações são testadores de base genética ampla, avaliando a capacidade geral de combinação.

Capacidade Geral de Combinação

Capacidade do indivíduo de cruzar com qualquer outro, produzindo bons híbridos. Associada à frequência de alelos favoráveis.

Capacidade Específica de Combinação

Capacidade do indivíduo de cruzar com um material específico, produzindo um bom híbrido. Associada à complementação genética dos materiais.

Entradas relacionadas: