Cardiopatias: Avaliação, Diagnóstico e Tratamento
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
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Avaliação do Paciente Cardiovascular
Anamnese
Sintomas: Síncope, fadiga, inapetência, dispneia ao esforço ou não.
HF (História Familiar): Doenças cardíacas.
HP (História Pregressa): Doenças pré-existentes (lúpus, artrite, reumatismo, HAS, DM, ICC, IRC), impotência sexual - uso de medicamentos (anfetaminas, esteroides, corticoides, sildenafil).
HV (Hábitos de Vida): Tabagismo, etilismo, uso de drogas ilícitas, dietas hiperlipídicas e hipercalóricas, obesidade, sedentarismo, exercícios físicos.
Exame Físico
Inspeção
Ictus cordis: Não visível em obesos. Se não visível em pacientes eutróficos ou caquéticos, pode indicar insuficiência cardíaca.
Estase da jugular: Detectada na inspeção do pescoço, a distensão das veias pode revelar alterações na pressão venosa central, pericardite ou tamponamento cardíaco, associados a quadros de doença pulmonar.
Palpação
Tem como objetivo identificar o Ictus Cordis e detectar dilatações ou hipertrofias do ventrículo esquerdo. Palpação dos pulsos centrais e periféricos.
Fisiopatologia Circulatória
Fatores que interferem na circulação:
- Bomba (coração)
- Volume (volemia)
- Vaso (resistência vascular)
Principais Cardiopatias
Bradiarritmias
“A Bradiarritmia ocorre quando a frequência cardíaca é inferior a 60 batimentos por minuto (bpm), mas sinais e sintomas de instabilidade manifestam-se normalmente com frequência inferior a 50 bpm.”
Etiologia das Bradiarritmias
Fatores Intrínsecos
- Degeneração muscular e fibrose senil;
- Isquemia miocárdica;
- Doenças infiltrativas miocárdicas (hemocromatose, amiloidose e sarcoidose);
- Doenças autoimunes (esclerodermia, lúpus eritematoso sistêmico, artrite reumatoide).
Fatores Extrínsecos
- Hipoxemia;
- Aumento do tônus vagal – disfunção do nó sinusal/atrioventricular;
- Medicamentos.
Tipos de Bradiarritmias
Bradicárdia Sinusal
As causas podem ser a estimulação vagal, medicamentos beta-bloqueantes ou outros, aumento da PIC. Este ritmo pode ser “normal” em atletas. Não precisa tratamento.
Pausa Sinusal
Súbito desaparecimento da onda P, devido à cessação do automatismo do nó sinusal ou ao bloqueio de saída do impulso que se originou no nó sinusal. Causas: Aumento do tônus vagal, isquemia, alterações degenerativas, fibrose atrial, AVC, intoxicação digitálica.
Síndrome Bradicardia-Taquicardia
Há alternância de taquicardias regulares ou irregulares (FA) com períodos de bradicardia sinusal, bloqueio sinoatrial (BSA) ou parada sinusal. Causas: Inflamação, degeneração, fibrose miocárdica.
Bloqueio Atrioventricular (BAV) de 1º Grau
Lentificação da condução do estímulo entre o nódulo sinusal e o nódulo atrioventricular (Intervalo PR > 0,2seg.). Pode ser causado por doença cardíaca, intoxicação digitálica, efeitos ß–bloqueante, isquemia e miocardite.
Bloqueio Atrioventricular (BAV) de 2º Grau – Mobitz I (Wenckebach)
Alguns impulsos atriais são conduzidos ao ventrículo e outros são bloqueados. Aumento progressivo do intervalo P-R. Causas: É um ritmo associado a Enfarte Agudo do Miocárdio Inferior.
Bloqueio Atrioventricular (BAV) de 2º Grau – Mobitz II
Bloqueio inesperado de uma ou mais ondas P. Causas: Pode ocorrer após Enfarte Agudo do Miocárdio da parede anterior.
Bloqueio Atrioventricular (BAV) de 3º Grau / Completo
Não há correlação entre a despolarização atrial (onda P) e a despolarização ventricular (complexo QRS). Causas: Isquemia do miocárdio.
Sinais e Sintomas de Instabilidade Hemodinâmica
- Alterações neurológicas: torpor, síncope, convulsão, coma.
- Sinais de choque: hipotensão, oligúria, má-perfusão periférica, cianose.
- Dor anginosa.
- Congestão pulmonar.
- Insuficiência cardíaca aguda.
Marcapasso
Tipos de Marcapasso
Marcapasso Transcutâneo
Também chamados de marcapasso transtorácico, compõe-se de duas pás de eletrodos descartáveis e adesivas que são fixadas no tórax e dorso do paciente e conectadas a um aparelho de desfibrilador ajustado no modo de marcapasso. Muito utilizado nas emergências que envolvem as bradiarritmias e bloqueios atrioventriculares com repercussão hemodinâmica que não respondem adequadamente às drogas.
Cuidados com Marcapasso Transcutâneo:
- Realize, se necessário, a tricotomia do tórax para que as pás fiquem bem aderidas.
- Limpe a região da pele com álcool ou água e sabão para retirar a camada de gordura da pele.
- Se necessário, utilize gel condutor.
- Coloque uma pá posicionada no tórax do paciente (lado superior direito) e a outra pá no tórax inferior esquerdo.
- Ligue o desfibrilador, selecionando a frequência de demanda e a corrente indicadas pelo médico.
- Utilize analgésicos ou sedação se necessário, pois é um procedimento incômodo para o paciente por produzir estímulos elétricos e sensação de choque.
- Mantenha o paciente constantemente monitorado (FC, FR, Oximetria).
- Fique atento para sinais de baixo débito cardíaco, queda na perfusão periférica, palidez cutânea.
- Mantenha o paciente com o marcapasso transcutâneo até sua estabilização e o implante de um marcapasso transvenoso ou definitivo.
Marcapasso Transvenoso
Composto por uma bateria externa, o coração é estimulado por meio de impulsos elétricos gerados por um cabo-eletrodo, colocado geralmente dentro do ventrículo direito, onde é inserido por um acesso venoso central (subclávia ou jugular).
Cuidados com Marcapasso Transvenoso (Implante Definitivo - MPD):
O implante do MPD é realizado no centro cirúrgico ou na sala de hemodinâmica, com o paciente sob anestesia local ou geral.
Na UTI, quando temos um paciente que irá ser submetido ao implante de um MPD, devemos nos certificar que este paciente encontra-se em jejum, realizar a tricotomia local (geralmente na região do tórax superior) e encaminhá-lo ao setor para a realização do implante.
O pós-operatório é simples, os curativos diários deverão ser realizados conforme protocolo já estabelecido e o cartão de identificação do paciente, relatando que ele é portador de um MPD deve ser entregue a alguém da família orientando-os da importância de ter o cartão sempre junto consigo.
Taquiarritmias
Taquicardia Sinusal
Pode ocorrer em resposta a um estímulo fisiológico (exercício, estresse emocional) ou como consequência de um estímulo excessivo (hipertireoidismo, uso de medicações adrenérgicas, atropina ou aminofilina).
Manejo: Pesquisar e tratar causas reversíveis de taquicardia sinusal. Caso haja persistência dos sintomas ou a taquicardia sinusal seja inapropriada, o uso de betabloqueadores pode ser eficaz.
Taquicardia Ventricular
Quadro Clínico:
- Palpitações
- Dor torácica
- 85% têm anatomia cardíaca anormal
- A sintomatologia nas taquicardias ventriculares é variada, mas geralmente está presente e associada a risco de morte, especialmente nos pacientes com cardiopatia estrutural. Pré-síncope e síncope, baixo débito, congestão pulmonar e mesmo parada cardiorrespiratória são manifestações clínicas possíveis.
Choque Cardiogênico
É uma condição de elevada mortalidade, variando de 30 a 90%. A principal causa de CC é o IAM, com incidência de 5 a 10% dos casos.
Os pacientes que estão sob maior risco de desenvolver CC são:
- Idosos;
- Sexo feminino;
- Antecedentes de IAM;
- Quadros de IAM em parede anterior;
- Portadores de ICC;
- Diabéticos.
Fisiopatologia do Choque Cardiogênico
Isquemia miocárdica → deficiência na contratilidade cardíaca → causando um baixo débito → hipotensão e baixa perfusão sistêmica → hipóxia e ao aparecimento de várias substâncias endógenas → debilitam ainda mais a função cardíaca (aumento da área de necrose e aparecimento de arritmias) → desenvolvimento de mecanismos compensatórios que levam a um maior consumo de oxigênio.
Exames Complementares
Não existe um exame laboratorial isolado que faça o diagnóstico de Choque Cardiogênico. Dentre os principais exames a serem realizados:
- Exames laboratoriais: Troponina / CKMB, gasometria, lactato, função renal e eletrólitos, enzimas hepáticas, bilirrubinas.
- Eletrocardiograma: Evidência de isquemia miocárdica e alterações de ritmo.
- Radiografia de Tórax: Sinais de congestão; tamanho da área cardíaca; presença de alterações de aorta e mediastino.
- Ecocardiograma: Exame de fundamental importância. Determina contratilidade miocárdica (função de ventrículo esquerdo e direito; avalia presença de alterações segmentares), complicações mecânicas, valvopatias e derrame pericárdico.
- Cineangiocoronariografia: Sempre que estiver disponível deve ser realizada nos casos de Choque Cardiogênico causados por IAM, com importância diagnóstica e, principalmente, terapêutica.
Procedimentos e Cuidados de Enfermagem
Cuidados com Acessos Venosos
Cateter Venoso Central (CVC)
- Usar barreira máxima de proteção (avental estéril, luva estéril, campos estéreis, máscara e gorro).
- Realizar degermação e antissepsia da pele com PVPI ou Clorohexidina degermante e alcoólico.
- Usar preferencialmente cateteres de poliuretano ou silicone.
- Quanto maior o lúmen do cateter, maior o risco de infecção.
- Trocar os equipos de infusão e buretas a cada 72 horas e registrar em prontuário.
- Antes de administrar qualquer medicação endovenosa desinfetar conexões com álcool 70%.
- Realizar curativo com película transparente, observar e anotar presença de sinais flogísticos. Trocar curativo a cada 5 dias. Se curativo com gaze vazada trocar diariamente.
Acesso Venoso Periférico (AVP)
- Trocar AVP a cada 72 horas.
- Protegida com curativo estéril e não apenas com fixação.
- Trocar curativo com película transparente a cada 72 horas e com gaze vazada diariamente.
Pressão Venosa Central (PVC)
Mede a pressão de enchimento do lado direito do coração ou a pré-carga do ventrículo direito. Avaliação da volemia e função cardíaca nos pacientes críticos.
Valor normal: 8 – 12 cmH2O ou 0 – 8 mmHg.
Monitorização da PVC em Coluna de Água
Materiais Necessários
(Lista de materiais não fornecida no texto original)
Procedimento
- Abra o equipo e conecte à solução fisiológica, retirando todo o ar do equipo (das duas vias). Coloque-o em um suporte para soluções e aguarde.
- Com a régua de nível, encontre a linha "zero" de referência (LINHA AXILAR MÉDIA) e marque no suporte de soluções, a altura encontrada na linha "zero".
- Fixe a fita graduada (vem junto ao equipo), deixando-a completamente estendida.
- Pegue o equipo e fixe a região do equipo em que ele se divide em duas vias. A via mais longa irá ser conectada no paciente. A via curta, fixe junto à fita graduada, de modo que fiquem juntos essa via, o prolongamento simples do equipo e a fita graduada.
- Abra o equipo para que se preencha a via da coluna graduada com solução fisiológica.
- Então abra a via do paciente, fazendo descer a solução da coluna graduada, observando até que entre em equilíbrio com a pressão venosa central, anotando-se esse valor.
- Verifique se existem outras soluções correndo no mesmo acesso venoso central. Caso ocorra, feche todas, deixando apenas a via do equipo da PVC. Ao término da aferição, retorne o gotejamento normal das outras infusões (caso existam). Outras infusões alteram o valor real da PVC.
Cuidados Importantes para PVC
- Fique atento aos valores da PVC. Valores muito baixos podem indicar baixa volemia, e valores muito altos, sobrecarga hídrica.
- Normalmente a coluna d'água ou as curvas em monitor oscilam de acordo com a respiração do paciente. Caso isso não ocorra, investigue a possibilidade do cateter estar dobrado ou não totalmente pérvio.
- O balanço hídrico é importante. Registre a cada 24 horas na folha de controle hídrico, o volume de solução infundido nas aferições da PVC.
Cuidados de Enfermagem com Drenos Torácicos
- Lavar as mãos antes de manipular drenos e manter técnica asséptica.
- Manter o paciente em posição semi-Fowler e movimentá-lo a cada 2 horas.
- Manter permeabilidade e o funcionamento apropriado do sistema de drenagem, evitando sua obstrução por qualquer motivo: coágulo, dobra do dreno, etc.
- Manter o sistema de drenagem torácica sempre abaixo do tórax do paciente.
- Verificar o sistema de drenagem torácica e a integridade do selo d’água em intervalos regulares.
- Anotar volume e aspecto da drenagem a intervalos regulares.
- Monitorar a condição respiratória do paciente: realizar ausculta pulmonar, palpação e controle de FR.
- Realizar troca diária do curativo com técnica asséptica. Avaliar inserção do dreno quanto à presença de sinais flogísticos.
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Fisiopatologia
PA = DC x Resistência Periférica
As causas sugeridas incluem:
- Aumento do tônus simpático, relacionado com a disfunção do sistema nervoso autônomo;
- Aumento da absorção renal de sódio, cloreto e água, causado por variações genéticas;
- Aumento da atividade do sistema renina-angiotensina-aldosterona;
- Diminuição da vasodilatação das arteríolas relacionada com a disfunção do endotélio vascular;
- Resistência à ação da insulina;
- Ativação de resposta imune que pode contribuir para a inflamação e a disfunção renais.
Avaliação e Achados Diagnósticos
- História e exame físico, incluindo exame da retina.
- Exames laboratoriais para avaliar a lesão dos órgãos-alvo, incluindo exame de urina, bioquímica do sangue (sódio, potássio, creatinina, glicose em jejum e colesterol total e colesterol das lipoproteínas de alta densidade).
- Eletrocardiograma e ecocardiografia para avaliar hipertrofia ventricular esquerda.
- Outros exames, como depuração da creatinina, nível de renina, exames de urina e proteína urinária de 24 hrs.
- Avaliação dos fatores de risco.
Tratamento Medicamentoso
- Os medicamentos de primeira linha incluem diuréticos, betabloqueadores ou ambos, iniciando com doses baixas; as doses são aumentadas de modo gradual até que a hipertensão arterial seja controlada.
- Outros medicamentos podem ser acrescentados.
- Se a pressão arterial permanecer abaixo de 140/90 mmHg durante pelo menos 1 ano, pode-se considerar uma redução das doses dos medicamentos.
- Promover a adesão do cliente ao tratamento, evitando esquemas de medicamentos complicados; um só agente ou múltiplos agentes podem ser combinados em um único comprimido.
SAE (Sistematização da Assistência de Enfermagem) na HAS
Investigação
- Medir a pressão arterial a intervalos frequentes para determinar o tratamento; conhecer o nível basal de referência.
- Assinalar alterações da pressão que possam exigir mudança na medicação.
- Usar técnicas padrão e um manguito de tamanho adequado para medir a Pressão Arterial.
- Avaliar os sinais e sintomas que indicam lesão dos órgãos-alvo (p. ex., angina; dispneia; alterações na fala, visão ou equilíbrio; epistaxe; cefaleias; tontura; ou nictúria).
- Investigar a ocorrência de qualquer apneia obstrutiva do sono com o cônjuge.
- Observar a frequência, o ritmo e a característica da pulsação apical e periférica.
Diagnóstico de Enfermagem
- Risco de perfusão tissular cardíaca e cerebral diminuída, evidenciado por hipertensão arterial.
- Conhecimento deficiente em relação ao esquema de tratamento e ao controle do processo mórbido.
- Manutenção ineficaz da saúde relacionada com os efeitos colaterais da terapia prescrita e com a não adesão ao tratamento.
Resultados Esperados
O PACIENTE DEVERÁ:
- Relatar conhecimento do manejo da doença suficiente para manter perfusão tissular adequada.
- Aderir ao programa de autocuidado.
- Não apresentar nenhuma complicação.
Intervenções de Enfermagem
Promoção do Conhecimento
- Ressaltar o conceito de controlar a hipertensão (com modificações no estilo de vida e medicamentos), em lugar de curá-la.
- Providenciar uma consulta com um nutricionista para ajudar a desenvolver um plano visando melhorar o aporte de nutrientes ou perda de peso.
- Aconselhar o cliente a limitar o consumo de bebidas alcoólicas e a evitar o uso de tabaco.
Promoção da Adesão ao Esquema Terapêutico
- Estimular o cliente a participar ativamente no autocuidado (incluindo automonitoramento da pressão arterial e dieta), adquirindo maior senso de controle.
- Apoiar o cliente na realização de pequenas mudanças a cada consulta; avaliar os progressos em cada consulta.
- Recomendar a participação em grupos de apoio para controle do peso, abandono do tabagismo e redução do estresse.
- Ajudar o cliente a desenvolver e a seguir um esquema apropriado de exercícios.
Promoção dos Cuidados Domiciliares e Comunitários
Orientação do cliente sobre autocuidados:
- Ajudar o cliente a alcançar o controle da pressão arterial por meio de orientação sobre o manejo da pressão arterial, estabelecimento de metas da pressão arterial e assistência com apoio social; incentivar os familiares a apoiar os esforços do cliente no controle da hipertensão.
- Fornecer informações por escrito sobre os efeitos esperados e os efeitos colaterais dos medicamentos; certificar-se de que o cliente compreende a importância de relatar os efeitos colaterais ao profissional de saúde apropriado, caso ocorram.
- Informar o cliente sobre a possível ocorrência de hipertensão de rebote se os medicamentos anti-hipertensivos forem interrompidos de repente; aconselhar o cliente a ter um suprimento adequado de medicamentos. Discutir a embalagem dos medicamentos para viagem em uma bagagem de mão.
- Informar os clientes de que alguns medicamentos, como os betabloqueadores, podem causar disfunção sexual e que existem outros medicamentos disponíveis caso ocorra algum problema.
- Fornecer orientação e incentivo aos clientes para medir corretamente a pressão arterial em domicílio; informar o cliente de que a pressão arterial varia continuamente e que é necessário monitorar a variação de sua pressão arterial.
- Ensinar sobre os sinais de complicações como: dormência nas extremidades, desvio de comissura labial, assimetria de face, oligúria, hipertensão persistente, dor torácica que irradia para membros superiores e região epigástrica, visão turva, epistaxe, etc.
Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
Fatores de Risco
Modificáveis
- Níveis sanguíneos elevados das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e colesterol total (hiperlipidemia)
- Tabagismo (cigarros)
- Hipertensão arterial
- Hiperglicemia (diabetes melito)
- Síndrome metabólica, incluindo resistência à insulina, obesidade central, dislipidemia, pressão arterial elevada, estado pró-inflamatório (níveis aumentados da proteína C reativa de alta sensibilidade [PCR-as]), estado protrombótico (níveis elevados de fibrinogênio)
- Obesidade
- Inatividade física
Não Modificáveis
(Não listados no texto original, mas geralmente incluem idade, sexo masculino, história familiar)
Investigação Diagnóstica
- História do cliente (descrição do sintoma apresentado; história pregressa e história familiar de saúde, particularmente cardiopatia): a história também deve incluir informações sobre os fatores de risco do cliente para cardiopatia.
- Eletrocardiograma (ECG) de 12 derivações obtido até 10 min após o início da dor ou a chegada do cliente no serviço de emergência.
- Rx de tórax (não é essencial, porém serve para avaliação de congestão pulmonar e possibilidade diagnóstica de dissecção aórtica).
- Ecocardiograma para avaliar a função ventricular, incluindo o movimento da parede e a fração de ejeção.
- Enzimas e biomarcadores cardíacos (CPK, CPK-MB, Troponina):
- CK: aumento em 12h, pico em 36 a 72h; diminui em 3 a 5 dias.
- CK-MB: aumento em 4h; pico em 24h; diminui em 72h.
- Troponina: aumento em 3 h; pico em 12h; diminui em 24-30h.
- Cateterismo cardíaco (localiza a área infartada, quais artérias estão obstruídas e qual a gravidade da obstrução).
Manejo Clínico
Terapia Medicamentosa (Mnemônico BATMO)
- Betabloqueador
- Aspirina
- Trombolíticos/Anticoagulantes => TEMPO PORTA—AGULHA = 30 MIN
- Morfina
- Oxigênio
- Nitratos
Intervenções
- Angioplastia Coronariana Transluminal Percutânea (ACTP) => TEMPO PORTA—BALÃO = 90 MIN
- Revascularização cirúrgica
Insuficiência Cardíaca (IC)
Resulta de distúrbios cardíacos estruturais ou funcionais que comprometem a capacidade de enchimento ou de ejeção de sangue dos ventrículos, que leva a um débito cardíaco inferior ao normal. Caracterizada por sinais e sintomas de sobrecarga hídrica ou de perfusão tissular inadequada.
Etiologia
- HAS (Hipertensão Arterial Sistêmica)
- Valvopatia
- Doença de Chagas
- DAC (Doença Arterial Coronariana)
- Coração aumentado (Cardiomiopatia)
- Diabetes
Semiologia
IC Direita
- Confusão, insônia, ansiedade, fadiga
- Hepatomegalia
- Nictúria
- Edema de MMII (Membros Inferiores)
- Cardiomegalia
- Arritmias
IC Esquerda
- Oligúria
- Nictúria
- Dispneia, Ortopneia, Dispneia Paroxística Noturna
- Respiração de Cheyne-Stokes
- Fadiga
- Astenia
Investigação Diagnóstica
- Sinais e sintomas de edema pulmonar e periférico.
- Avaliação da função ventricular.
- Ecocardiograma, radiografia de tórax, eletrocardiograma (ECG).
- Exames laboratoriais: eletrólitos séricos, ureia, creatinina, hormônio tireoestimulante (TSH), hemograma completo, peptídeo natriurético cerebral (BNP) e exame de urina de rotina.
- Prova de esforço, cateterismo cardíaco.
Manejo Clínico
As metas globais do manejo da IC consistem em aliviar os sintomas do cliente, melhorar o estado funcional e a qualidade de vida, e prolongar a sobrevida.