A Casa de Bernarda Alba: Autoritarismo, Paixão e Tragédia

Classificado em Língua e literatura

Escrito em em português com um tamanho de 3,08 KB

A Casa de Bernarda Alba tem como tema principal o confronto constante entre um modelo de comportamento autoritário e rígido e outro aberto e progressista. Desde o início da obra, essa rivalidade é evidente, com Bernarda como a "chefe de família", enquanto Adela é rebelde e confronta o seu domínio. As outras filhas e empregadas domésticas temem Bernarda, demonstrando uma renúncia ao seu poder.

Um duelo abre este drama e um duelo o encerra. Com a morte do marido, Bernarda fecha e tranca a casa com as cinco filhas dentro, e após o suicídio de Adela, volta a fazer o mesmo. Assim, surge o conflito das jovens que lutam pela sua felicidade e pela possibilidade do casamento. O principal obstáculo é a própria mãe, que reprime as paixões das filhas sob uma tirania, tornando a casa a prisão das jovens e dos seus desejos.

Há apenas um evento que quebra esta rotina: a corte de Pepe el Romano a Angustias, a irmã mais velha e mais rica, mas também a menos fisicamente graciosa. Isso acende o pavio de uma disputa centrada em três pontos: Angustias, que recebe o namorado na janela todas as noites com o consentimento da mãe; Adela, que sofre mais severamente a prisão da casa e é impulsionada pela paixão que se intromete entre a irmã e Pepe el Romano; e Bernarda, que deve manter a ordem na casa.

De forma gradual, a temperatura do drama aumenta. Martírio tenta convencer Adela a parar de se encontrar com Pepe el Romano. A casa torna-se, então, uma panela de pressão para os desejos mais íntimos das jovens.

No entanto, o desejo de liberdade e de amor de Adela é mais forte do que o medo da autoridade materna. A jovem manifesta a sua rebelião desde o início da obra através de atos simbólicos:

  • O leque de flores vermelhas e verdes, em vez do leque preto, como sinal de luto.
  • Veste o seu vestido verde, contrastando com o luto imposto.
  • Manifesta o desejo de liberdade e a decisão de romper com as regras de Bernarda.

Finalmente, há um confronto direto com a mãe, no qual Adela quebra o bastão de Bernarda, símbolo de sua autoridade: "Aqui se acabaram as vozes de presídio! Isto faço eu com a vara do domínio. Não dê mais um passo. Ninguém manda em Pepe!"

Mas o tempo de sua liberdade é passageiro. Adela encontra o caminho para a liberdade através do suicídio, na presença de suas irmãs. Bernarda volta a desempenhar o seu papel de autoridade máxima, e o fim amargo de Adela serve de aviso para qualquer uma das filhas que tenha a tentação de sonhar com o amor ou a liberdade.

Maria Josefa, personagem agredida e enclausurada num quarto, encontra um canal para a sua rebeldia através da loucura. Isso lhe dá força para enfrentar e denunciar a tirania de Bernarda e o sofrimento de outras mulheres.

Conclusão: As Respostas à Tirania

Em resumo, a opressão e o autoritarismo estéril de Bernarda causam duas respostas extremas: a loucura de Maria Josefa e o suicídio de Adela.

Entradas relacionadas: