O Caso Dora de Freud: Complexo de Édipo e a Transferência
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A Importância do Caso Dora para a Psicanálise
A relação de Dora com o pai evidencia o Complexo de Édipo, assim como a dissolução dele, notada na paixão que Dora sente pelo Sr. K. A bissexualidade humana de Dora também é notada, visto seu desejo pela Sra. K.
A interpretação dos sonhos de Dora revela, no primeiro, a fantasia sexual de Dora e, no segundo, a transferência negativa dela para Freud. O maior marco do caso foi a descoberta da transferência na análise por Freud, embora Dora tenha abandonado o caso justamente porque a transferência não foi percebida a tempo.
Complexo de Édipo e a Relação com o Casal K
A idealização que Dora faz da Sra. K. e o fato de Dora estar apaixonada pelo Sr. K. são centrais. O caso demonstra a complexa relação que ela e o pai mantinham com o casal K.
“Dora apresentava muitos sintomas, relacionados com a complexa relação que ela e o pai mantinham com o casal K: a ligação amorosa platônica dissimulada entre seu pai e a Sra. K, e o corte, algumas vezes intenso, mas secreto, do Sr. K. a ela. Freud dirigiu a análise de Dora no sentido do reconhecimento de seu desejo recalcado pelo Sr. K., o que lhe permitiu mostrar a importância, na instalação da histeria, do amor pelo pai impotente, sequela edípica, interpretada aqui como defesa atual contra o desejo.”
O Abandono do Caso: Freud e a Transferência Não Percebida
Freud foi surpreendido pela transferência e não conseguiu lidar com ela a tempo, o que levou Dora a abandonar a análise. Os pontos críticos foram:
- Freud não percebeu a transferência a tempo: Em função da solicitude de Dora, que colocava na mão de Freud uma parte rica do material patogênico, ele esqueceu-se de prestar atenção a esta outra via de manifestação.
- Substituição de figuras: Na fantasia de Dora, Freud substituía o pai e, algumas vezes, o próprio Sr. K.
- Vingança e abandono: Em função de alguma semelhança com o pai e com o Sr. K., Dora se vingou de Freud e o abandonou, assim como se sentiu abandonada por eles.
O Conceito de Transferência na Psicanálise
Transferências são reedições e reproduções das moções e fantasias que, durante o avanço da análise, despertam-se e tornam-se conscientes, sendo depositadas na figura do médico (analista).
Tipos de Transferência
- Transferência Positiva
- Sentimento de simpatia e afeto consciente e inconsciente (muitas vezes de natureza erótica), dirigidos à figura do analista. Auxilia no trabalho analítico.
- Transferência Negativa
- Transferência de sentimentos hostis em relação ao analista, podendo representar uma forma de defesa contra o aparecimento da transferência positiva. Dificulta o trabalho do analista.