Casos Clínicos em Odontologia: Epilepsia e Comorbidades
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
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Caso Clínico 1: Paciente com Epilepsia e Paralisia Cerebral
Paciente de 35 anos, sexo feminino, é encaminhada à Clínica de Odontologia da Unisanta. A paciente apresenta distúrbios psiquiátricos em virtude de Paralisia Cerebral. Durante a anamnese, a família relata que a paciente faz uso diário de Carbamazepina 200 mg (anticonvulsivante que mantém o bloqueio de canais de sódio inativos). Durante o procedimento odontológico, a paciente apresenta crise convulsiva total. De acordo com os dados apresentados, responda às questões a seguir:
- Considerando o uso da medicação, que doença apresenta a paciente?
Resposta: Epilepsia.
- Descreva o mecanismo de ação da carbamazepina e correlacione com sua indicação terapêutica.
Resposta: A carbamazepina tem afinidade pelos canais de sódio que se encontram na forma inativa. Ao se acoplar a esses canais, a carbamazepina os mantém em sua forma inativa, impedindo a elevação do potencial de ação neuronal e, consequentemente, prevenindo crises epilépticas.
- Explique por que, mesmo com o uso da carbamazepina, a paciente apresentou crise convulsiva.
Resposta: O atendimento odontológico ocasionou estresse à paciente e, desse modo, a carbamazepina não foi capaz de manter os canais de sódio em sua forma inativa. Assim, houve aumento do número de canais de sódio em sua forma aberta, com aumento da quantidade de sódio no citoplasma neuronal, elevação do potencial de ação e promoção da crise convulsiva total.
Caso Clínico 2: Paciente com Diabetes, Hipertensão e Cardiopatia
Paciente de 59 anos, sexo masculino, procura atendimento no curso de especialização em Implantodontia da Unisanta. O paciente relata fazer uso das seguintes medicações:
- Glimepirida 2 mg V.O. 12/12 horas (antidiabético que estimula a secreção de insulina)
- Captopril 25 mg V.O. 12/12 horas (anti-hipertensivo inibidor da ECA)
- Hidroclorotiazida 25 mg V.O. pela manhã (anti-hipertensivo com função diurética)
- AAS 100 mg (antiagregante plaquetário pela inibição da COX-1)
De acordo com os dados apresentados, responda às questões a seguir:
- Descreva a fisiopatologia do paciente e, com base nesta fisiopatologia, explique se há risco em realizar implante odontológico no mesmo.
Resposta: Com base nas medicações utilizadas, observa-se que o paciente é portador de Diabetes Mellitus Tipo 2 (por baixa secreção de insulina), hipertensão e cardiopatia. Em virtude do Diabetes Mellitus não tratado ou mal tratado, o paciente apresentou hiperglicemia crônica. Essa hiperglicemia promoveu fragilidade vascular e interferiu no sistema renal, ativando o Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona (SRAA), promovendo retenção hídrica e desenvolvimento de hipertensão arterial sistêmica. Tal fato explica o uso de Captopril e Hidroclorotiazida. Além disso, o uso de AAS 100 mg (inibidor da COX-1 plaquetária) demonstra que o paciente necessita de um mecanismo antiagregante plaquetário para melhora do fluxo sanguíneo e abastecimento do músculo cardíaco, indicando cardiopatia. Dentro deste contexto, há risco em realizar implante no paciente, principalmente pelo fato de o mesmo ser portador de Diabetes Mellitus.