Catedral de Leão: Arquitetura Gótica Espanhola

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Catedral de Leão

Cronologia

De 1258 a 1302.

Estilo

Estilo gótico espanhol. Arquiteto: Mestre Enrique; após a sua morte em 1277, Juan Pérez o substituiu. Materiais: Pedra e concreto. Sistema construtivo: Arquitravado e abobadado.

Elementos Estruturais

Utiliza técnicas de suporte introduzidas no século XIII: abóbadas de ogivas e arcos quebrados. Os nervos das abóbadas ligam-se aos pilares e colunas que chegam ao chão, complementados por arcobotantes no exterior. Este sistema distribui as forças, aliviando o peso das paredes e permitindo grandes janelas com vitrais. A grande altura das colunas e pilares cria a verticalidade característica do Gótico.

Cobertura e Clerestório

Cobertura com abóbada de ogivas, combinada com contrafortes exteriores e arcobotantes. O clerestório (corpo superior de janelas) apresenta vitrais ao estilo gótico francês, retratando santos e profetas.

Espaço Exterior e Interior

A fachada ocidental, inspirada na Catedral de Chartres, é ladeada por duas torres quadradas com pináculos, separadas da nave e dominadas por uma grande rosácea. Na base, um portal triplo abocinado constitui o principal elemento decorativo exterior. O tímpano central exibe a imagem de Cristo Juiz entre a Virgem e São João, com cenas do Juízo Final nas arquivoltas, formando um dos conjuntos escultóricos mais notáveis do gótico espanhol.

No extremo sul do transepto, existe outro portal triplo, onde se destaca a estátua-coluna da Virgem Branca (Virgen Blanca) no mainel central.

A Catedral compreende o corpo principal da basílica cruciforme e edifícios anexos à esquerda, incluindo claustro e dependências. No interior, a planta baseia-se numa redução da Catedral de Reims; a nave desta tem nove tramos, enquanto a de Leão tem cinco. A planta compõe-se de três naves (a central mais alta e larga que as laterais), um transepto também de três naves, uma cabeceira com abside, deambulatório e cinco capelas radiantes de forma poligonal.

O coro, situado entre o transepto e a abside, foi construído posteriormente, entre 1474 e 1481.

A elevação interior segue a divisão tripla característica do gótico clássico: arcadas, trifório e clerestório. As paredes da nave central, muito mais altas que as laterais, são rasgadas por janelas ogivais no trifório e, sobretudo, no clerestório, num total de cerca de 1.800 m² de vitrais de impressionante policromia. A fachada ocidental é coroada pela grande rosácea.

Influências

A Catedral de Leão é resultado da influência direta do gótico francês, tanto na planta como na elevação, e na predominância dos vãos para vitrais. Incorpora características das catedrais de Reims (planta) e Chartres (fachada). É o exemplo mais puro da arquitetura gótica de estilo francês na Coroa de Castela, embora a sua complexidade técnica tenha limitado a sua influência direta noutras obras, como a Catedral de Burgos.

Significado

Como edifício religioso sob a proteção da Virgem Maria, e conhecida como Pulchra Leonina, a sua localização no Caminho de Santiago contribuiu para um extenso programa iconográfico, simbolizando as crenças da época. Nos portais, predomina o tema do Juízo Final, Cristo Rei e a Virgem Maria. Além disso, uma arca de prata no altar-mor contém os restos de São Froilán, padroeiro da diocese de Leão.

A construção da atual catedral gótica começou em 1258, sob o patrocínio do rei Afonso X e o bispo Martín Fernández.

A Catedral de Leão é, juntamente com a de Burgos, o expoente máximo da arquitetura gótica de estilo francês na Coroa de Castela. Isto é evidente na sua altura, luminosidade interior e na planta, que é quase uma cópia reduzida da planta da Catedral de Reims.

A fachada demonstra clara influência da Catedral de Chartres. A decoração escultórica, com destaque para a Virgem Branca no mainel do portal sul, também reflete o legado estilístico do norte da França.

Função

É um edifício religioso destinado ao culto e à veneração de relíquias, importante para os peregrinos do Caminho de Santiago.

Adicionalmente, o edifício reflete o desejo de destacar a importância do Reino de Leão após a sua união definitiva com Castela em 1230.

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