A Causalidade em David Hume: Análise e Conclusões

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A Causalidade Segundo David Hume: Uma Análise Empírica

David Hume, através de uma rigorosa observação empírica, propõe-se a repensar a causalidade, demonstrando que as teses tradicionais sobre o tema não são corretas. Sua análise empírica o leva às seguintes conclusões:

Principais Conclusões de Hume sobre a Causalidade

  1. Para Hume, a causalidade é uma relação que a mente define, baseada nos mecanismos psicológicos do hábito e do costume. O hábito, como produto de uma disposição mental resultante de experiência repetida, é a base de nossas crenças sobre o futuro. É o hábito que nos faz crer que, se algo aconteceu no passado, se repetirá no futuro.
  2. As relações de causalidade não podem ser conhecidas a priori. Ou seja, pelo raciocínio simples, sem experiência, nunca poderemos descobrir as causas e os efeitos. Assim, por exemplo, ao analisar a própria noção de "fogo", não está incluído o conceito de dor. As relações causais não são relações entre ideias; nosso conhecimento das causas é apenas uma questão de fato. E, ao contrário de uma verdade de razão, uma questão de fato é sempre contingente.
  3. O conhecimento empírico sobre a causalidade limita-se a entender que há uma sequência repetida de eventos temporais entre A e B, mas isso não nos permite dizer que A deve-se a B.
  4. Quando dizemos que há um nexo de causalidade, não experimentamos todos os casos possíveis em que A ocorre após B. O que chamamos de "causalidade" não é uma conexão necessária, mas uma conexão constante ou repetida.
  5. Há uma série de mecanismos psicológicos que nos fazem acreditar na existência de causalidade. Os mecanismos psicológicos pelos quais acreditamos na causalidade são três:
    • a. A contiguidade de espaço e tempo entre causa e efeito.
    • b. A prioridade temporal, porque a causa é sempre anterior ao efeito.
    • c. A conjunção constante entre causa e efeito.

Por Que Hume Discutiu a Noção de Causa?

Em suma, uma coisa é aceitar o princípio da causalidade na vida quotidiana por razões de eficácia, costume ou utilidade, e outra muito diferente é considerá-lo uma verdade. Mas, por que Hume precisou discutir a noção de "causa"? Basicamente por duas razões:

  • a. Se aceitássemos o princípio da causalidade, precisaríamos aceitar ideias que não têm paralelo na experiência factual (como Eu, Deus, Mundo), e que Deus pudesse ser justificado como criador do mundo.
  • b. Além disso, a causalidade é incompatível com o Princípio da Cópia ("toda ideia deriva de uma impressão correspondente").

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