Causas e Mecanismos da Morte Celular e Inflamação

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1. Carcinógeno relacionado à radiação?

Biológico e químico.

Carcinoma de células escamosas e melanoma de pele.

2. Cite dois vírus com potencial carcinogênico.

Papiloma vírus (HPV) – câncer do colo do útero, do ânus, da vulva, do pênis e da cabeça e pescoço.

Vírus Epstein-Barr (EBV) - linfoma de Burkitt, linfoma de células B em pessoas imunossuprimidas, alguns casos de doença de Hodgkin e carcinoma de nasofaringe.

3. Fatores que influenciam a morte celular.

Intensidade e duração do estímulo e capacidade da célula do indivíduo.

4. Explique os sistemas principais das células que, quando alterados, podem levar à morte celular.

Lesão na membrana celular, lesão na mitocôndria e perda da homeostasia.

Lesão na membrana: A perda da permeabilidade seletiva das membranas celular, mitocondrial e lisossomal causa uma série de transtornos à célula, permitindo a entrada ou escape de substâncias químicas, fragmentos do complemento, etc. Os mecanismos bioquímicos envolvidos são: disfunção mitocondrial, perda de fosfolipídios das membranas, anormalidades no citoesqueleto, radicais livres, subprodutos da fragmentação dos lipídios.

Lesão mitocondrial: Lesões celulares frequentes são acompanhadas por alterações morfológicas das mitocôndrias. As mitocôndrias são lesadas por diversos mecanismos, tais como perda da homeostase do cálcio, cuja concentração aumenta no citosol, estresse oxidativo e fragmentação dos fosfolipídios. O aparecimento de poros na membrana mitocondrial pode levar à morte da célula.

A homeostase do cálcio é indispensável para a manutenção das funções celulares. A falência da bomba de cálcio promove a sua entrada para a célula e seu acúmulo no citoplasma, além do seu escape das mitocôndrias e do retículo endoplasmático para o citosol. O cálcio promove a ativação de diversas enzimas. Estas enzimas ativadas promovem a inativação do ATP.

5. Por que após o infarto do miocárdio ocorre inflamação?

Ocorre devido a uma inflamação dos vasos, facilitando a rotura das placas e a formação de coágulos.

6. Antioxidantes:

Antioxidantes são substâncias capazes de atrasar ou inibir a oxidação de um substrato oxidável. A reoxigenação gera muitos radicais livres na área de risco. As enzimas oxidativas presentes na membrana plasmática, no citoplasma e nas mitocôndrias reduzem de forma incompleta o O2 que chega durante a reperfusão, desta forma, dão origem a radicais livres derivados de oxigênio.

7. Necrose e Apoptose:

Necrose: Essa forma de morte celular ocorre apenas quando há a digestão da célula por enzimas lisossomais. Dentro da célula, existem cisternas (lisossomos) cheias de substâncias (enzimas), que são responsáveis pela digestão da célula (autólise), assim como o estômago é responsável pela nossa digestão. Na necrose observa-se inflamação, já que os restos de membranas celulares são reconhecidos pelas células de defesa como antígenos (invasores).

Apoptose: Diferente da necrose, a apoptose é um processo ordenado, onde as maiores causas são: Renovação: Quando o tecido precisa ser reposto ou renovado. Ocorre apoptose em demasia durante o estágio embrionário (Mórula, Blástula e Gástrula) onde muitas estruturas do embrião precisam involuir para continuar o processo de formação (morte celular programada - suicídio).

8. Tipos de necrose:

  • Necrose coagulativa: Ocorre a coagulação de proteínas no citoplasma e as células ficam todas borradas e sem nitidez quando observadas ao microscópio. As células morrem, mas sua estrutura básica permanece intacta. Geralmente não ocorre o rompimento da membrana celular e o núcleo some (cariólise). Nem sempre é um processo rápido e está associada a falta de oxigênio no tecido (isquemia), só não ocorre em isquemia cerebral, porque os neurônios não possuem proteínas intracelulares suficientes para manter a estrutura da célula. O tecido fica parecendo carne ferventada, meio esbranquiçado (também chamado de tecido fantasma).
  • Necrose Liquefativa: Geralmente associada a infecção por micróbios que acabam atraindo células de defesa para o local da lesão. No meio da batalha (inflamação), muitas células são destruídas, comidas (fagocitadas) e digeridas, dando ao tecido necrótico, uma consistência mole e sem forma, geralmente composta por pus. Pode ocorrer também na isquemia cerebral, mas ainda não sabemos bem como acontece.
  • Necrose Gordurosa: Ocorre no tecido adiposo, que guarda a gordura do corpo. Lipases (enzimas que quebram a gordura) são liberadas formando áreas esbranquiçadas. Mais comum em casos de pancreatite. Também chamada de necrose enzimática.
  • Necrose Gangrenosa: É justamente o tipo onde ocorre a gangrena. Na realidade é um tipo de necrose por coagulação (isquêmica) evoluída. Onde a presença de bactérias é grande e além da autólise, ocorre putrefação (apodrecimento), ocasionando a liquefação da necrose por coagulação.
  • Necrose Caseosa: Geralmente associada a infecção por algumas bactérias e fungos, muito observada na tuberculose. Tem esse nome pela predominância de uma certa proteína no processo (caseína). A característica mais marcante é a formação de uma massa branca, molenga, granulada, parecendo coalhada. É chamada de necrose gomosa na sífilis, por parecer com borracha.
  • Necrose Fibrinoide: Geralmente ocorre em alguns vasos sanguíneos (artérias), ocasionada pela arteriosclerose ou doenças autoimunes. O nome é porque o tecido fica semelhante a fibrina, hialino, meio rosado, vítreo.
  • Necrose Hemorrágica: Ocorre em alguns órgãos internos, quando há obstrução do fluxo sanguíneo acumulando sangue no tecido (hemorragia), esse acúmulo de sangue diminui o nível de oxigênio necrosando o tecido.

9. Inflamação:

1) Inflamação: reação de defesa do organismo frente a uma agressão. Essa agressão pode vir de agentes físicos (cortes, contusões, queimaduras), químicos (agentes irritantes, corrosivos, dentre outros) e biológicos (infecções em geral). É caracterizada inicialmente por quatro sintomas: calor, rubor, edema e dor, podendo evoluir para a perda da função da região afetada. Diversas doenças são capazes de ativar essa reação do organismo, contudo em muitos casos ela torna-se exacerbada. Para que não se torne prejudicial ao organismo, faz-se uso de substâncias anti-inflamatórias, que possuem a habilidade de controlar esse complexo processo. As inflamações recebem classificações, podendo ser quanto ao tempo de duração ou quanto ao tipo de elemento tecidual predominante. Podem ser: Aguda ou crônica; Inflamação aguda - é caracterizada pelos fenômenos vasculares e exsudativos. Tem curta duração, horas ou dias, tendo um curso rápido (entre 1 a 2 semanas). "Resposta inflamatória imediata e inespecífica do organismo diante da agressão”. Inflamação crônica - é caracterizada pelos fenômenos proliferativos, com formação de fibrose. Dura semanas, meses ou anos. Pode superar processos mais demorados (superam 3 meses). "Reação tecidual caracterizada pelo aumento dos graus de celularidade e de outros elementos teciduais mais próximos da reparação, diante da permanência do agente agressor".

2) Mediadores químicos da inflamação servem para ativar ou aumentar aspectos específicos da inflamação. Estes compostos são ditos pró-inflamatórios, significando que eles promovem ou retroalimentam o processo de inflamação. São substâncias químicas provenientes do plasma ou das células que desencadeiam, amplificam e controlam a evolução da inflamação.

3) Existem cinco sinais clássicos do processo inflamatório, chamados de Sinais Cardinais. São eles: edema, calor, rubor, dor e perda da função.

O edema é causado principalmente pela fase exsudativa e produtiva-reparativa, por causa do aumento de líquido e de células.

O calor vem da fase vascular, onde há hiperemia arterial (que é o aumento do volume sanguíneo no local) e, consequentemente, aumento da temperatura local.

O rubor é a vermelhidão, que também decorre da hipermia.

A dor é originada por mecanismos mais complexos que incluem compressão das fibras nervosas locais devido ao edema, agressão direta às fibras nervosas e ação farmacológica sobre as terminações nervosas. Envolve no mínimo três fases da inflamação (irritativa, vascular e exsudativa).

Finalmente, a perda de função é decorrente do edema (principalmente em articulações, impedindo a movimentação) e da dor, que dificultam as atividades locais.

São importantes, pois com eles você consegue identificar que é uma inflamação.

4) Fases do processo inflamatório:

  • Fase Irritativa: é a fase que perdura por toda a inflamação, caracterizada pela liberação de mediadores químicos decorrente da ação do agente agressor nos tecidos.
  • Fase Vascular: consiste no aumento da permeabilidade do vaso e vasodilatação.
  • Fase Exudativa: caracterizada pela formação de exsudato celular e plasmático, oriundo do aumento da permeabilidade do vaso.
  • Fase Degenerativa-Necrótica: fase em que evidenciam células mortas, necrosadas e produtos de degeneração.
  • Fase produtiva-reparativa: multiplicação de células e reparação tecidual.

O local lesionado pode regenerar (mesmo tipo de célula) ou cicatrizar (tecido fibroso). Essa é a fase final que visa recompor o tecido lesionado.

5) Escolha um mediador químico e fale sobre ele:

Citocinas: Consistem em polipeptídeos sintetizados por diferentes tipos celulares, que estão envolvidas na resposta inflamatória imune inata a estímulos nocivos e nas respostas imunes adaptativas aos microrganismos.

As principais citocinas envolvidas na resposta inflamatória aguda são: Fator de necrose tumoral (TNF) e interleucina-1 (IL-1): sintetizados por macrófagos ativados, mastócitos, células endoteliais, dentre outras células.

Necessitam de um estímulo para serem liberadas, como endotoxinas bacterianas, imunocomplexos e produtos dos linfócitos T gerados durante as respostas imunes. O principal papel destes mediadores químicos é a ativação endotelial.

Quimiocinas: atuam primariamente como quimioatraentes para diversos leucócitos para o local da inflamação. Esta citocina ativa os leucócitos, aumentando a afinidade das integrinas presentes na superfície dessas células e das células endoteliais.

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