Ciclo de Vida de um Destino Turístico

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Definição de Destino Turístico

Complexo produto da indústria turística que engloba, entre outros elementos: o clima, os atributos naturais e culturais, os equipamentos, infraestruturas, instituições e serviços” (Kim 1998) ou “Espaço geográfico com características próprias diferenciadoras, recursos e potencial natural, histórico e cultural, constituindo um polo de atração de visitantes, possibilitando o desenvolvimento de uma ou mais formas de turismo” (Marques, 2006)

Fases do Ciclo de Vida

Exploração

  • Fase da descoberta
  • Um número reduzido de turistas, com elevado poder de compra, amantes da natureza, com gosto pela aventura e risco, procuram destinos pouco explorados e a interação com a população local;
  • Poucos impactos económicos, sociais e ambientais;
  • O destino não possui um posicionamento definido no mercado internacional;
  • Não existe infraestrutura turística para além dos recursos naturais e culturais endógenos;
  • Os turistas são atraídos pelos recursos básicos ou primários (recursos naturais, culturais e históricos) que resultam quer da ação da natureza quer da ação do homem. Não existem estruturas criadas especificamente para apoio ao turismo;
  • Ainda não existem canais de distribuição, o que faz com que a acessibilidade seja muito limitada. O turista assume a responsabilidade de organização da viagem.

Envolvimento

  • À medida que a população local beneficia da atividade turística e a aceita, a popularidade do destino aumenta;
  • O nº de turistas também aumenta e o destino deixa de ser um exclusivo dos inovadores, alargando-se a segmentos mais amplos de mercado;
  • A população local envolve-se na promoção do destino, tornando-se legítimo falar de mercado e de época turística, dada a dimensão que já começam a atingir.

Desenvolvimento

  • Período que regista maior crescimento, quer da procura, quer da oferta
  • Reforço da atividade turística;
  • Rápido crescimento do número de turistas;
  • Desrespeitam-se os limites de carga. Nos períodos de maior procura o número de turistas ultrapassa a população residente;
  • Surgem os primeiros conflitos;
  • Intensificam-se as campanhas promocionais – reforço da imagem;
  • A oferta cresce com um razoável grau de diversificação, alterando muitas vezes as características do destino. O controlo da oferta passa, de uma forma progressiva, da iniciativa local, para agentes externos (internacionais);
  • Surgem os Operadores Turísticos que se tornam indispensáveis na comercialização do destino, tornando-o mais acessível.

Consolidação

  • Ocorre após o final de um período de elevado crescimento;
  • O turismo converte-se em atividade essencial ao desenvolvimento da economia local, em termos de criação de riquezas e emprego;
  • Aumenta a presença de agentes externos no controlo da oferta;
  • Os terrenos agrícolas são transformados em resorts;
  • Renovam-se alguns equipamentos ou procede-se a substituições;
  • Desenvolvem-se esforços para aumentar a época turística.

Estagnação

  • Fase mais crítica, pela incerteza que encerra em termos de futuro;
  • O destino deixa de estar na moda sendo reduzida a capacidade para atrair novos turistas para além dos habituais (mais conservadores);
  • O limite da capacidade de carga (número máximo de turistas) do destino pode ter sido ultrapassado, o que provoca graves problemas sociais, económicos e ambientais, por vezes irreparáveis;
  • Aumenta a oposição local ao turismo, associada à perceção dos impactos decorrentes do processo de desenvolvimento turístico.
Estabilização:
  • Tentativa de manutenção do número de turistas.
  • As pressões a nível ambiental, social e económico necessitam de ser atenuadas através de ações de planeamento e ordenamento do território por parte das autoridades públicas.
Rejuvenescimento:
  • Reposicionamento do destino e reorientação dos fatores de atração;
  • A perda dos atrações originais pode ser compensada pela construção de determinadas estruturas complementares;
  • Em alguns casos, assiste-se ao início de um novo ciclo com um aumento do número de turistas.

Declínio

  • O destino não consegue competir através da introdução de novos fatores de atração;
  • Os recursos criados especificamente para a satisfação das necessidades dos turistas, nomeadamente alojamento, restauração e animação, são reconvertidos para outros fins, o que, normalmente não constitui tarefa fácil.

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