Cidades Globais: Protagonismo, Tendências e Desafios Atuais

As cidades têm vindo a ganhar, nas últimas décadas, um protagonismo inegável tanto no que se refere à vida quotidiana dos cidadãos – na recuperação de património, na promoção de grandes transformações urbanísticas, na criação de empregos, na oferta de serviços básicos, etc. – quanto no que diz respeito às relações internacionais – atraindo investimento estrangeiro, promovendo o turismo e grandes eventos, participando ativamente em fóruns mundiais, etc. A cidade assume definitivamente centralidade na criação e dinamização de bens e serviços e no bem-estar da sua população.

Este quadro de cidades globais deve-se ao processo de globalização. As cidades globais são os protagonistas da nossa época na medida em que se envolvem tanto na vida política como na vida económica, social e cultural e nos meios de comunicação – são atores complexos e de múltiplas dimensões. Enquanto atores sociais não se confundem com o governo local, mas incluem-nos. Expressam-se melhor como atores sociais, pois realizam articulações entre administrações públicas, agentes económicos públicos e privados, organizações sociais e cívicas, setores intelectuais e profissionais e meios de comunicação social. Ou seja, entre instituições políticas e a sociedade civil.

O Papel das Cidades nas Transformações Políticas e Económicas

As cidades desempenham um papel importante também nas transformações políticas e nas políticas económicas, como por exemplo nos EUA. O neoliberalismo exacerbado de Reagan e Bush suprimiu brutalmente uma grande parte dos serviços sociais que cobriam as necessidades básicas de um terço (1/3) da população urbana; favoreceu o desemprego, a desindustrialização e a queda da arrecadação dos governos locais. Assim, as cidades tiveram o papel principal na criação de projetos estratégicos de recuperação, combinando objetivos de crescimento económico e desenvolvimento urbano, como resposta aos problemas de degradação do meio ambiente, das crescentes desigualdades sociais e da insegurança pública.

Objetivos Estratégicos para a Competitividade Global

As cidades globais, para serem competitivas com o exterior e inserirem-se nos espaços económicos globais e ainda garantir o bem-estar da sua população, devem conseguir integrar cinco objetivos fundamentais:

• Criar uma nova base económica;
• Infraestrutura urbana;
• Qualidade de vida;
• Integração social;
• Governabilidade.