A Ciência em Debate: Limites, Interesses e Implicações Éticas
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Problemas Metafísicos: A Liberdade
A liberdade não é uma propriedade diretamente observável pelos sentidos. Nossos sentidos nos informam de cores, formas, tamanhos, gostos, etc., mas não se um sujeito age livremente.
Porque a liberdade não parece ser uma propriedade demonstrável através de um experimento de controle. Um experimento pode controlar as variáveis relevantes do fenômeno investigado, e a liberdade exige o contrário. Aquilo que, por definição, é livre, não podemos controlar. E como podemos falar da liberdade da autoconsciência dos seres humanos, da beleza de certas paisagens ou da angústia da falta de sentido em nossa existência, se não podemos controlá-las?
Em um experimento, um evento é repetido e acontece da mesma forma em diferentes períodos. Podemos concluir, então, que há eventos repetíveis. Se isso fosse verdade, teria consequências importantes, porque o conhecimento científico é apresentado como universal e demonstrável, baseado em experiências. Se não houvesse repetição de experiências, o conhecimento científico não poderia se vangloriar de ser universal.
Ciência e Verdade Universal
O compromisso fundamental da ciência com a verdade não é inquestionável, pois o homem tem a capacidade de virar as costas à verdade, e a ciência não está livre de ameaças. Em outros casos, o que acontece é que a ciência se depara com convicções filosóficas, religiosas ou teorias políticas que, embora bem contrastadas, podem levar à ilusão. Mas também a verdadeira ciência, como método de conhecimento, requer evidência experimental capaz de depurar delírios e fraudes, o que não significa que esteja imune a erros.
Ciência e Interesses
Os interesses, naturalmente, afetam as avaliações científicas no momento de verificar ou falsear resultados. Se o financiamento é privado, as empresas tendem a investir para capitalizar. Se o financiamento é estatal, a pesquisa publicada tende a favorecer os interesses do estado que a financia.
Em ambos os casos, tende-se a marginalizar a pesquisa primária, cujas implicações práticas, em muitos casos, não são alcançadas no médio ou longo prazo. Isso dificulta o desenvolvimento da ciência e, finalmente, as descobertas práticas. Também se tende a investigar os problemas que afetam as populações abastadas, que são as que pagam as pesquisas quando publicadas.
Isto levanta o problema urgente de quem deve decidir as linhas prioritárias: a comunidade científica, os decisores políticos, a cidadania, etc.
Ciência da Experiência: Base da Prova Científica
A prova científica requer um experimento necessário para controlar a realidade investigada e experimentada. Isto é evidente quando se experimenta com átomos, ácidos, bases, pedras, etc. Levanta-se a questão de saber se os resultados esperados justificam o investimento, e também a questão do impacto ecológico.
Mas a questão é muito mais complicada quando se experimenta com animais, e é ainda mais agravada se for feito com seres humanos.