Cistos Odontogênicos e Não Odontogênicos
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Granuloma
Lesão radiolúcida, unilocular, circunscrita, de forma oval ou esférica, sempre associado a um ápice de um dente desvitalizado. Processo inflamatório de baixa duração, até 10 mm.
Cisto
Normalmente não apresenta sintoma, apresenta uma linha osteogênese reacional (radiopaca), provoca afastamento das raízes adjacentes, ultrapassa 10 mm.
Pericementite
- Aguda (abscesso): dor, aumento da temperatura, vermelhidão, inchaço.
- Crônica (cisto/granuloma): se apresenta em mais tempo, pode apresentar absorção óssea, são descobertos por radiografias por não apresentarem sintomas ou abscessos.
Cistos Odontogênicos Epiteliais
São originários da proliferação de restos epiteliais, associados à odontogênese lâmina dentária, órgão esmalte e bainha radicular.
Tratamento: remoção cirúrgica para todos os cistos odontogênicos e não odontogênicos.
1 - Desenvolvimento - Cistos Odontogênicos Epiteliais
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Cisto primordial (queratocisto): onde teria que ter o dente, mas tem um buraco, não forma dente, forma cisto - é formado a partir dos elementos celulares que formam dente - no local do dente forma cisto; sendo que pode acontecer do paciente possuir todos os dentes e ainda o cisto primordial, que teria originado dos componentes formadores dos dentes supranumerários.
- Radiograficamente: podem-se apresentar no local do dente retido; envolvimento de raiz dentária; colateral - quando o dente é entre as raízes dentárias, sendo indistinguíveis de um cisto periodontal lateral radiograficamente.
- Tratamento: remoção cirúrgica.
- Cisto gengival do recém-nascido: originam-se da lâmina dura; encontrados comumente na maxila e raramente encontrados após os 3 meses de vida.
- Cisto gengival do adulto: origina-se da lâmina dura, pode ocorrer em qualquer idade, mas principalmente após 40 anos, acomete principalmente a região dos caninos e pré-molares da mandíbula, sendo localizado dentro do tecido gengival e não invade osso.
- Cisto periodontal lateral: desenvolve lateralmente a uma raiz dentária, e a vitalidade pulpar pode estar presente. É radiolúcido, bem definido e ao lado da porção radicular, tratamento cirúrgico.
- Cisto dentígeneo (folicular - alteração só na coroa): envolve a coroa dos dentes retidos na sua porção cervical. A lesão é mais comum em caninos na maxila e 3º molar inferior (dentes com maior frequência de retenção). É o mais agressivo dos cistos odontogênicos, podendo atingir grandes volumes, com abaulamento das corticais ósseas. É radiolúcido, bem delimitado por cortical óssea envolvendo a coroa de um dente retido, a partir da porção cervical.
- Cisto de erupção (acomete todo o dente): ocorre quando a erupção é impedida e o dente encontra-se nos tecidos moles subjacentes ao osso; quando não infectado é indolor, apresentando-se mole e flutuante; o cisto pode dar um aspecto radiolúcido ao tecido mole, mas não afeta o tecido ósseo, exceto quando sofre dilatação.
- Cisto odontogênico calcificado: frequentemente apresenta-se como uma lesão intraóssea, parecendo ser mais encontrados na zona dos dentes incisivos e caninos; são assimétricos, radiolúcidos, de limite definido, havendo lesões multicelulares. É frequentemente nessa lesão a presença de imagem radiopaca dentro da área radiolúcida, lembrando uma poeira cálcica.
2 - Inflamatório
- Cisto radicular ou periodontal apical: encontrados na região do ápice do dente, e em sua maioria tiveram origem a partir de granulomas apicais. Comumente associado a um dente por perda por cárie. É radiolúcido, arredondado, com rompimento de lâmina dura, as raízes dos dentes vizinhos podem ser afastadas e raramente absorvidas.
- Cisto residual: são cistos que não foram totalmente ou parcialmente retirados após avulsão dos dentes correspondentes, continuando sua evolução. Principalmente devido a não curetagem de lesões apicais do tipo granuloma, mas também devido a não remoção de cistos periodontais apicais. Podem alcançar tamanhos enormes podendo atingir, expandir as corticais ósseas.
- Cisto inflamatório colateral ou paradental: localizado na face lateral da raiz dentária em razão de processos inflamatórios da bolsa periodontal.
Cistos não Odontogênicos
Ou fissuras (fechamento dos ossos) no desenvolvimento embrionário da face e boca acabam por soldar-se uns aos outros chamados de fissuras e ficar remanescentes epiteliais que mais tarde podem modificar e produzir cistos.
- Cisto do ducto nasopalatino: (canal do incisivo em forma de coração) se desenvolve dentro ou do lado do canal do incisivo - quando se desenvolve em partes moles, logo abaixo da papila incisiva, através dos incisivos é denominado cisto papila incisiva. Área radiolúcida, ovóide, situada acima dos incisivos centrais superiores, podendo provocar o seu afastamento.
- Cisto mediano: localizado no plano sagital mediano da maxila ou mandíbula, apresenta uma área radiolúcida bem definida entre as porções palatinas dos maxilares, na altura dos pré-molares e molares. Podem provocar aumento de volume para o lado bucal, são assintomáticos e podem apresentar supuração se infectados.
- Cisto glóbulo maxilar: (difusão do processo nasal com maxilar) lesão que ocorre entre os incisivos laterais e caninos superiores, tem formato de pera invertida. É radiolúcido, bem definido, provocando afastamento das raízes destes elementos dentários. A área radiolúcida costuma apresentar a forma de balão, afastando principalmente a porção radicular do canino.
- Cisto nasolabial: é um cisto fissural de partes moles, ocorrendo ao nível da incisura nasolabial, abaixo da asa do nariz. Pode provocar aumento de volume dentro das maxilas, elevando a asa do nariz, podendo ter uma extensão intrabucal localizando-se no vestíbulo.
3 - Cisto não Epiteliais
Não é revestido de epitélio, são pseudocistos (falsos), são líquidos, traumáticos com conteúdo cerosanguinolento. Tratamento: são puncionados.
- Cisto hemorrágico: etiologia consequente de traumas, com maior frequência na mandíbula, são assintomáticos, raramente provocando expansão das corticais constituídas de cavidades uniloculares vazias ou contendo fluido sanguinolento. Ocorre quebra das trabéculas ósseas e não associado ao dente apresenta zona radiolúcida delimitada.
- Cisto aneurismático: lesão intraóssea benigna, ocorre principalmente no ângulo e ramo da mandíbula, unilateral, apresenta cavidades ósseas cheias de sangue, apresenta área radiolúcida uni ou multilocular, com expansão das corticais ósseas. Área hipodensa expansiva.
- Cisto ósseo latente (Stafne): descoberto atrás, em baixo do canal mandibular, possivelmente associado a lóbulos da glândula submandibular. É bem delimitado apresentando uma zona radiolúcida oval.
Diagnóstico Diferencial
- Ameloblastoma: é uma neoplasia benigna de epitélio odontogênico, com crescimento periférico, localizado frequentemente na área de molares inferiores e ramo da mandíbula, é uma lesão com característica de agressividade local. Apresenta área radiolúcida, uni ou multiloculadas com limite definido e corticalizado. Com presença de líquido amarelado, tem aspecto de bolhas de sabão.
- Fibroma: lesão mesenquimal, constituída por tecido conjuntivo fibroso, mais frequente na mandíbula. Apresenta área radiolúcida bem definida e pode estar associado a um dente não rompido. Expande as corticais ósseas odontogênica. Aspecto cístico.
- Mixoma: neoplasia característica dos ossos maxilares, tumor localmente invasivo, pode ser localizada no corpo e ramo da mandíbula. Apresenta área radiolúcida com imagem uni ou multiloculada, limite pouco definido podendo produzir reabsorção externa e deslocamento de dentes, e destruir corticais ósseas.
4 - Lesões Periapicais não Inflamatórias
- Displasia cementária periapical: reabsorção óssea até uma mineralização, mais comum no sexo feminino e em negros, aparente na região de incisivos inferiores.
- Radiologia:
- 1ª etapa - área apical radiolúcida;
- 2ª etapa - densidade mista;
- 3ª etapa - área radiopaca rodeada por delgada borda radiolúcida.
- Displasia cemento óssea florida: é uma entidade comum, benigna, normalmente assintomática, limitada na parte óssea e acomete principalmente mulheres negras acima de 40 anos. É uma lesão fibroóssea que há substituição de osso normal por tecido fibroso.