Classificação dos Partidos Políticos: Quadros e Massas

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Partidos de Quadros

Caracterizam-se por não visarem um número de aderentes muito elevado, mas tentarem reunir quadros bem preparados de pessoas com prestígio moral, social e económico, quer pela influência que exercem no eleitorado, quer pelo apoio económico que podem fornecer para as campanhas eleitorais. Interessa-lhes mais a qualidade dos seus membros do que a sua quantidade. São partidos nascidos dos primórdios do sufrágio censitário ou da institucionalização do sufrágio universal. O financiamento é feito por grandes capitalistas. São partidos flexíveis, pois caracterizam-se pela ausência de disciplina de voto nos respetivos grupos parlamentares. Têm função eleitoral, parlamentar e de conquista de eleitores, com atividade periódica e uma estrutura descentralizada. A componente ideológica é fraca. São partidos notáveis de grande e pequena burguesia, que se situam à direita e centro do espectro político.

Os partidos de quadro tradicionais são compostos essencialmente por notáveis burgueses ou aristocráticos. Os novos partidos de quadros podem ser:

  • Do Tipo Europeu

    Cuja atividade está essencialmente virada para as eleições legislativas, tentando assim formar correntes eleitorais transitórias, com fraca organização e pouca disciplina interna.

  • Do Tipo Americano

    Privilegiam as eleições presidenciais, com forte implantação local e fraca organização central. A disciplina a nível local é também muito mais exigente do que a dos partidos europeus.

Partidos de Massas

Englobam um grande número de aderentes, demonstrando um grande interesse por estes e por militantes. Manifestam interesses extraparlamentares, tais como a formação política das populações e a criação e apoio a estruturas económicas e sociais de massas. Recebem como financiamento as quotizações pagas pelos seus militantes, tendo em vista substituir o financiamento capitalista pelo financiamento popular. São partidos de origem exterior. São partidos rígidos, ou seja, dispõem de uma estrita disciplina de voto no parlamento e são altamente centralizados. Possuem um programa adequado aos seus interesses. O seu aparecimento coincide com o nascimento do sufrágio universal e com o desenvolvimento das teses do socialismo e comunismo. São partidos operários, em que a organização conta muito, sendo portadores de um ideal que contradiz a ordem social vigente e têm que manter uma coesão apreciável entre os seus militantes e uma ação constante junto dos eleitores.

Apresentam como modalidades diferenciadas os partidos socialistas, os partidos comunistas e os partidos fascistas, de acordo com um critério estrutural.

  • Partidos Socialistas

    Têm como elemento base a secção residencial, com uma forte disciplina interna e uma organização interna relativamente descentralizada. Há pouco dogmatismo ideológico e uma relativa autonomia dos grupos parlamentares. Mantêm um certo grau de debate interno, uma atividade regular, e acolhem as massas populares emburguesadas. Com a evolução dos anos, os partidos socialistas foram abandonando a ideologia da luta de classes da revolução socialista e da apropriação coletiva dos meios de produção. A clivagem teve lugar após o debate sobre o revisionismo.

  • Partidos Comunistas

    Têm como elemento base a célula laboral, com reduzida dimensão e intensa solidariedade, com funcionamento interno centralizado e disciplina muito forte e autoritária, operando um sistema de transmissão de ordens de cima que exclui ou limita a relevância do livre debate interno e o peso das bases. Procuram conciliar a liberdade com a autoridade, submetendo as minorias às maiorias e observando as diversas diretrizes dos órgãos adequados.

  • Partidos Fascistas

    Têm como elemento base a milícia. De estrutura centralizada, em atividade permanente, aplicando técnicas militares à organização política das massas que enquadram. Procuram opor-se ao poder de massa popular. Caracterizam-se por defender o predomínio das elites e a necessidade de violência para conquista e manutenção do poder, sendo, por regra, antiparlamentares, substituindo o Parlamento pelas Câmaras Corporativas. Baseiam-se no centralismo autocrático, uma vez que as decisões não admitem discussão, nem antes nem depois de tomadas.

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