Clínica Médica: PNM, ITU, DII, Parasitos, Pancreatite
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PNM
Etiologia
Paciente Ambulatorial
- Pneumococo
- Mycoplasma pneumoniae
- Haemophilus influenzae
- Chlamydophila pneumoniae
- Vírus respiratórios
Paciente Internado (não UTI)
- Pneumococo
- M. pneumoniae
- Chlamydophila pneumoniae
- Vírus respiratórios
- H. influenzae
- Legionella
Paciente Internado UTI
- Pneumococo
- BGN (Bactérias Gram-Negativas)
- H. influenzae
- Legionella
- S. aureus
Tratamento
Ambulatorial sem comorbidades e sem uso recente de antibióticos
- Azitromicina (5 dias)
- Claritromicina (7 dias)
- Eritromicina
- Doxiciclina
Ambulatorial com comorbidades ou uso recente de antibióticos ou Fatores de Risco para resistência
- Levofloxacino
- Moxifloxacino
- Gemifloxacino
- Macrolídeo (Azitromicina ou Claritromicina ou Eritromicina) + Beta-lactâmico (Clavulanato, Amoxicilina em alta dose, Ceftriaxona)
Enfermaria
- Quinolona respiratória (Levofloxacino, Moxifloxacino, Gemifloxacino)
- Macrolídeo (Azitromicina, Claritromicina, Eritromicina) + Beta-lactâmico (Cefotaxima, Ceftriaxona, Ampicilina-Sulbactam)
UTI
- Beta-lactâmico (Cefotaxima, Ceftriaxona, Ampicilina-Sulbactam) + Azitromicina ou Quinolona respiratória
UTI com Fatores de Risco para P. aeruginosa
- Agente anti-pseudomonas (Cefepima, Piperacilina-Tazobactam, Imipenem, Meropenem) + Ciprofloxacino
- Agente anti-pseudomonas + Aminoglicosídeo (Gentamicina, Amicacina) + Macrolídeo (Azitromicina, Claritromicina)
Causas de Fracasso Terapêutico da PNM
- Microrganismo tratado, mas resistente ao antibiótico usado
- Agente não coberto (outra bactéria, BK, vírus, pneumocistose)
- Complicações locais (empiema, abscesso, atelectasia)
- Complicações à distância (endocardite, meningite, osteomielite, artrite, pericardite)
- Superinfecção hospitalar (respiratória, urinária, cateter vascular)
- Erro diagnóstico (embolia, ICC, vasculite, neoplasia, DII)
- Febre por drogas (reação adversa à droga usada)
Avaliação de Gravidade CURB-65
- Confusão mental
- Ureia > 50 mg/dL
- RF ≥ 30 irpm
- BAS < 90 mmHg ou PAD < 60 mmHg
- 65 Idade ≥ 65 anos
0-1 ponto: Ambulatorial
≥ 2 pontos: Internação
Critérios para Internação em UTI
1 maior ou 3 menores.
Maiores
- Ventilação mecânica invasiva
- Choque séptico com necessidade de vasopressores
- IRA com necessidade de diálise
Menores
- FR > 30 irpm
- Relação PaO2/FiO2 ≤ 250
- Infiltrado multilobar
- Confusão ou desorientação
- Ureia ≥ 50 mg/dL
- Leucopenia < 4000/mm³
- Trombocitopenia < 100000/mm³
- Temperatura < 36°C
- Hipotensão com necessidade de reposição volêmica agressiva
Diagnóstico Laboratorial
- RX Tórax PA e Perfil
- Saturação Periférica de O2 e Gasometria
- Hemograma Completo
- Ureia
- Creatinina
- TGO
- TGP
- Bilirrubinas totais e frações
- Fosfatase Alcalina
- Eletrólitos
- Glicemia
- PCR (Proteína C Reativa)
- Procalcitonina
- IL-6
- Lactato
- Exames para avaliar comorbidades
- Exames para avaliar presença de lesões extrapulmonares ou sepse
Diagnóstico Etiológico
- Gram e cultura de escarro expectorado
- Hemocultura
- Punção de líquido pleural com Gram e cultura
- Testes sorológicos (Mycoplasma, Coxiella, Legionella, C. pneumoniae, etc.)
- Antígenos urinários para L. pneumophila e Pneumococo
- PCR (Influenza, outros vírus respiratórios, Multiplex para os atípicos)
- Gram e cultura de secreção respiratória obtida por aspirado traqueal, minilavado broncoalveolar, broncoscopia com cateter protegido, lavado broncoalveolar, punção pulmonar transtorácica
Fatores de Risco para Pneumococo Resistente
- > 65 anos
- Uso de beta-lactâmico nos últimos 3 meses
- Alcoolismo
- Imunodeprimido
- Uso crônico de corticoides
- Comorbidades múltiplas
- Exposição a crianças em creches
Fatores de Risco para P. aeruginosa
- Bronquiectasia
- Fibrose cística
- DPOC grave
- Uso crônico de corticoides
- Desnutrição
- Uso por ≥ 7 dias de agentes de largo espectro no mês anterior
BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA
Bacteriúria significativa (isolamento da mesma bactéria na quantidade ≥ 105 cfu/ml em 2 coletas consecutivas) sem sinais ou sintomas locais ou sistêmicos de ITU. Não é indicação de antibiótico, mesmo com piúria.
Fatores de Risco
- Sexo feminino
- Mulher diabética
- Idoso de ambos os sexos
- História de infecção urinária de repetição
- Malformação, litíase ou outra obstrução da via urinária
- Retenção ou incontinência urinária
- Esvaziamento incompleto da bexiga
- Nefropatia crônica
- Cateterismo vesical intermitente ou de demora
- Restritos ao leito
Não necessita rastrear
- Criança
- Mulher jovem não grávida
- Diabético
- Adultos em geral
- Idoso de ambos os sexos
- Imunodeprimido
- Cateterizado assintomático
- Lesão medular e bexiga neurogênica
Indicações para rastrear
- Gravidez
- Pré-operatório de procedimento urológico que causa sangramento na mucosa
- Pré-operatório de transplante renal no doador
- Primeiros 3-6 meses de pós-operatório de transplante renal no receptor?
Grávida
Rastrear BA com urocultura: 1ª cultura na 1ª consulta pré-natal. Se 1ª cultura for negativa, fazer 2ª cultura no 4º mês. Se 2ª cultura for negativa, não necessita mais colher. Se cultura positiva, tratar por 7 dias e colher novas amostras a cada consulta.
Tratamento em Grávida
O tratamento deve ser guiado pela urocultura com antibiótico e não empírico! 7 dias!
- Beta-lactâmico VO (Penicilinas e Cefalosporinas)
- Nitrofurantoína
- Fosfomicina
Controle de Cura em Grávida
- Urocultura 2-4 semanas após término do tratamento
- Urocultura a cada consulta pré-natal
- Se positivo novamente, tratamento de acordo com antibiograma
- Profilaxia com Nitrofurantoína após o 3º episódio
ITU
Fatores de Risco para ITU Aguda Comunitária em Mulher Adulta
- Idade
- Atividade sexual
- Uso de diafragma e espermicidas
- Cistocele
- Gravidez
- História familiar
- ITU na infância
- Diabetes
- HIV
- Uso recente de antibióticos
- Obstrução da via urinária
Diagnóstico
- Afastar gravidez
- EAS (Piúria, > 20 células epiteliais por campo, Cilindros piocitários)
- Esterase leucocitária (teste da fita)
- Bacteriúria pelo Gram
- Urocultura
- Hemocultura (se grave)
- TC ou USG (se grave)
Etiologia da Cistite Aguda Não Complicada
- E. coli
- S. saprophyticus
- Proteus
- Klebsiella
- Enterococcus
- Polimicrobiana
Tratamento da Cistite Não Complicada
Empírico, exceção em gestante!
- Nitrofurantoína 100 mg 6/6h por 5 dias (gestante 7 dias)
- Cefuroxima 500 mg VO 12/12h ou Clavulanato 875/125mg VO 12/12h ou Amoxicilina-Sulbactam 500/500 mg VO 8/8h por 5-7 dias (gestante 7 dias)
- Levofloxacino 500 mg 1x dia ou Norfloxacino 400 mg 12/12h ou Ciprofloxacino por 3 dias (gestantes: Fosfomicina 3 dias)
- SMX-TMP 800mg 12/12h por 3 dias
Quadro Clínico da Pielonefrite Aguda
- Febre alta
- Calafrios
- Manifestações gerais que acompanham a febre
- Dor lombar uni ou bilateral
- Dor à palpação no ângulo costo-vertebral
- Dor à palpação ou percussão na loja lombar
- Manifestações de ITU inferior
Etiologia da Pielonefrite Aguda Não Complicada
- E. coli
- Proteus
- Klebsiella
- Polimicrobiana
Tratamento da Pielonefrite Não Complicada
Leve ou Moderada
- Levofloxacino 500mg VO 1x dia por 7 dias
- Ciprofloxacino liberação imediata 500 mg VO 12/12h por 7 dias
- Gestante ou outra contraindicação ao uso de quinolona: Cefuroxima 500mg VO 12/12h, Clavulanato 875/125mg VO 12/12h, Amoxicilina-Sulbactam 500/500mg VO 8/8h por 14 dias
Grave
- Levofloxacino 500mg IV 1x dia
- Ciprofloxacino 400mg IV 12/12h
- Gentamicina 5mg/kg/dia 1x dia
- Ceftriaxona 1g IV 12/12h por 14 dias
- Idoso: associar Ampicilina 100 mg/kg/dia IV 6/6h
- Gestante ou outra contraindicação ao uso de quinolonas: Ceftriaxona 1g IV 12/12h
Após urocultura, se sensível, usar SMZ-TMP (exceto grávida) ou Cefalexina.
PARASITO
Exame Parasitológico
Métodos Qualitativos
- Lutz (ovo pesado: Schistosoma mansoni, Trichuris trichiura, Ascaris lumbricoides ovo infértil)
- Willis (ovo leve e cisto: Ascaris ovo fértil, Ancilostomídeos, Trichuris trichiura, Hymenolepis nana, cisto de Entamoeba histolytica e Giardia lamblia)
- Faust (mesmos do Willis)
- Ritchie
- Baermann-Moraes (S. stercoralis)
Métodos Quantitativos
- Kato-Katz (Ascaris, Ancilostomídeos, Trichuris trichiura, S. mansoni)
- Stoll
Outros
- Fita gomada (Enterobius vermicularis e Taenia)
- Hematoxilina férrica
- Tricromo
- MIFC
Tratamento da Giardíase
- Tinidazol DU VO 2g adultos ou 50mg/kg criança
- Secnidazol DU VO 2g adultos ou 30mg/kg crianças
- Metronidazol VO 3x dia por 5-7 dias 250mg adulto ou 5mg/kg crianças
- Albendazol VO por 5-7 dias 400mg/dia adulto ou 15mg/kg/dia criança > 2 anos
Tratamento da Esquistossomose (S. mansoni)
- Praziquantel 40-70mg/kg DU ou 2 doses com intervalos de 4-6h
- Oxamniquina 15mg/kg VO DU, em crianças pode 20mg/kg DU ou dividida em 2 com intervalos de 6h
Tratamento da Ancilostomose ou Necatorose
- Mebendazol 100mg 12/12h VO por 3 dias
- Albendazol 400mg VO DU ou por 3 dias se mais grave
Tratamento da Tricuríase (T. trichiura)
- Mebendazol 100mg 12/12h VO por 3 dias
- Albendazol 400mg DU
- Oxipirantel DU 10mg/kg VO
Tratamento da Estrongiloidíase
- Cambendazol 5mg/kg VO DU
- Ivermectina 200mcg/kg/dia VO DU ou por 2 dias
- Tiabendazol DU 50mg/kg VO ou 25mg/kg/dose VO 12/12h (dose máxima diária de 3g) por 2-3 dias ou 25mg/kg/dia 1x dia por 5-7 dias
- Albendazol 400mg VO 1x dia por 3 dias
Tratamento da Himenolepíase
- Praziquantel DU 20-25mg/kg VO
- Albendazol 400mg VO 1x dia por 3 dias
- Niclosamida 2g 1x dia por 5-6 dias
Tratamento da Ascaridíase
- Mebendazol 100mg 12/12h VO por 3 dias
- Albendazol DU 400mg VO
- Levamisol VO DU 150mg adultos e criança > 7 anos, 80mg criança 1-7 anos, 40 mg < 1 ano
- Pamoato de Pirantel DU 10-20mg/kg > 1 ano
Tratamento da Amebíase Sintomática
- Metronidazol 750mg VO 8/8h ou 500-750mg EV 8/8h por 5-10 dias
- Em crianças 35-50mg/kg/dia 3x dia por 5-10 dias
No final do tratamento, usar um amebicida com ação intraluminal para matar cistos intestinais.
Tratamento da Amebíase Assintomática
- Teclosan 1,5g VO DU ou 3 doses de 500mg 8/8h
- Etofamide VO 200mg 8/8h por 5 dias ou 500mg 12/12h por 3 dias
PANCREATITE AGUDA
Causas
- Litíase biliar
- Alcoolismo
- Trauma
- Hipertrigliceridemia
- Câncer periampular
- Câncer de pâncreas
Quadro Clínico
- Dor abdominal em andar superior, contínua, em barra, irradia para o dorso, dura dias, evolução rápida com intensidade máxima em 1-20min, melhora com posição genupeitoral
- Náusea
- Vômito
- Febre
- Icterícia
- Desidratação
- Taquicardia
- Choque
- Confusão mental / Torpor / Coma
- SARA (Síndrome da Angústia Respiratória Aguda)
- IRA (Insuficiência Renal Aguda)
- Distensão abdominal (íleo paralítico)
- Irritação peritoneal
- Sinal de Grey-Turner
- Sinal de Cullen
Diagnóstico Diferencial
- Colelitíase
- Coledocolitíase
- Colecistite
- IAM inferior
- Gravidez ectópica
- Dissecção aórtica
- Doença ulcerosa péptica
- Isquemia mesentérica
Diagnóstico
- Amilase
- Lipase
- TC abdominal
- USG abdominal
Complicações
- Pseudocisto
- Abscesso pancreático
- Necrose infectada
- Infecção / Falência orgânica (FMO)
- Síndrome de obstrução pilórica
Tratamento
- Reposição volêmica
- Analgesia
- Dieta enteral zero
- Suporte nutricional (se curso prolongado ou hipermetabolismo, SIRS)
- Na forma leve, não usar antibiótico
- Na forma grave, conduta segundo resultado da TC, antibiótico profilático não é sempre recomendado (antibiótico se > 30% da necrose com SIRS)
- Observar complicações tardias
- Recomeçar dieta enteral no momento adequado
Etiologia da Necrose Infectada
- Gram-negativos
- Cocos Gram-positivos
- Anaeróbios
- Fungos
DII (DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL)
Causas
- Retocolite ulcerativa
- Doença de Crohn
- Vírus
- Bactérias
- Protozoários
- Nematóides
- Isquemia
- Actínica
- Linfoma
- Pouchite
- Colite microscópica
- Enterocolite eosinofílica
- Doença de Behçet
Imagem
- Endoscopia
- RX simples de tórax e abdômen
- Trânsito de delgado
- Clister opaco
- USG abdominal
- TC abdominal com contraste
- RNM
- Cápsula endoscópica
Manifestações extraintestinais
- Eritema nodoso
- Pioderma gangrenoso
- Úlceras aftoides
- Artrite periférica
- Sacroileíte
- Espondilite anquilosante
- Irite
- Uveíte
- Episclerite
- Cálculos biliares
- Colangite esclerosante primária
- Nefrolitíase
- Eventos tromboembólicos
Laboratório
- Hemograma Completo (anemia, plaquetose, leucocitose)
- VHS elevado
- PCR elevado
- Proteína total e frações
- Fosfatase alcalina
- Gama GT
- Ferro diminuído
- Ferritina diminuída
- Vitamina B12
- Ácido fólico
- Testes sorológicos (ASCA - Doença de Crohn, p-ANCA - RCU, anti-OmpC, anti-I2, anti-Cbir1)
- Anticorpos específicos (anti-HIV, anti-CMV)
- Exames de fezes (parasitológico, pesquisa de elementos anormais nas fezes, toxina A e B para Clostridium difficile)
- Marcadores fecais da inflamação (lactoferrina fecal, calprotectina fecal)
Tratamento Clínico
Em ordem crescente de gravidade:
- Sulfassalazina
- Corticoides
- Mesalazina
- Imunossupressores (Azatioprina, 6-Mercaptopurina, Metotrexato, Ciclosporina)
- Biológicos (Anti-TNF-alfa: Infliximabe para DC e RCU 5mg/kg EV nas semanas 0, 2 e 6 e depois a cada 8 semanas; Adalimumabe para DC semana 0 - 160mg e semana 2 - 80mg para indução da remissão, semana 4 - 40 mg para manutenção da remissão, semana 6 - 40 mg e 40 mg em semanas alternadas por no mínimo 2 anos; Certolizumab-pegol)
Pacientes de pior prognóstico usar tiopurinas, metotrexato e/ou anti-TNF.
Indicações para Terapia Biológica
- Doença refratária a corticoides
- Doença corticoide dependente
- Fístula perianal
- Intervenção precoce
- Doença retal severa
- Doença extensa de delgado
- Doença severa no trato superior
- Paciente jovem
- Úlceras profundas de cólon
- Lesão perianal
- Doença estenosante / penetrante precoce
Eventos Adversos dos Anti-TNF
- Suspender terapia por efeito adverso
- Reações à infusão ou injeção
- Reação lupus-like
- Infecção grave
- Tuberculose
- Linfoma não-Hodgkin
- Esclerose múltipla
- ICC
- Insuficiência hepática
DOENÇA DE CROHN
Qualquer segmento do TGI. Processo inflamatório descontínuo, salteado. Transmural.
Quadro Clínico
- Diarreia
- Dor abdominal
- Perda de peso
- Febre
- Fístulas e abscessos
- Manifestações extraintestinais
- Litíase renal
- Colelitíase
Tratamento
Leve
- Aminossalicilato (Mesalamina ou Sulfasalazina)
- Antibióticos
- Budesonida
Moderada-Grave
- Azatioprina
- 6-Mercaptopurina
- Metotrexato
- Prednisona
- Budesonida
- Anti-TNF
Severa
- Cirurgia
- Repouso intestinal
- Ciclosporina
- Tacrolimo
- Anti-TNF
RETOCOLITE ULCERATIVA
Do reto a extensões variadas do cólon. Processo inflamatório contínuo. Limitado à mucosa.
Quadro Clínico
- Diarreia > 4 semanas
- Fezes líquidas ou líquido-pastosas
- Presença de sangue nas fezes
- Cólica abdominal
- Tenesmo
- Perda de peso
- Manifestações extraintestinais
FARINGITE
A maioria é causada por vírus, benigna e autolimitada. A bactéria mais comum é S. pyogenes.
Etiologia Bacteriana / Doenças Associadas
- Streptococcus A / Faringoamigdalite e Escarlatina
- Streptococcus C e G / Faringoamigdalite
- Anaeróbios / Angina de Vincent
- Corynebacterium diphtheriae / Difteria
Etiologia Viral / Doenças Associadas
- Rhinovirus e Coronavirus / Resfriado comum
- Adenovírus / Faringite e Conjuntivite
- Herpes simples / Faringite e Gengivoestomatite
- Parainfluenza / Crupe viral e Faringite
- Coxsackie A / Herpangina
- Epstein-Barr / Mononucleose infecciosa
- CMV / CMV mononucleose
- Influenza / Influenza
Quadro Clínico da Faringite Estreptocócica
- Dor de garganta de início súbito
- Odinofagia
- Febre
- Cefaleia
- Dor abdominal
- Náuseas/Vômitos
- Adenite cervical anterior
- Eritema
- Exsudato
- Petéquias no véu do paladar
- Úvula vermelha e edemaciada
- Exantema escarlatiniforme
Quadro Clínico da Faringite Viral
- Coriza
- Tosse
- Rouquidão
- Tosse rouca
- Estomatite anterior
- Conjuntivite
- Diarreia
- Lesões vesiculosas ou ulceradas discretas
Diagnóstico Laboratorial
- Coloração pelo Gram de material de orofaringe
- Cultura do swab de orofaringe
- ELISA
- Látex
Objetivos do Tratamento da Faringite Estreptocócica
- Até o 8º dia impede o aparecimento de Febre Reumática, não impede a glomerulonefrite
- Reduz: o risco de complicações supurativas, otite média aguda, a duração dos sintomas e a presença de estrepto na orofaringe para cerca de 24h
Tratamento
- Amoxicilina 50mg/kg VO por 10 dias
- Penicilina benzatina 600.000 UI (< 27kg) ou 1.200.000 UI (> 27kg) IM DU
- Alérgicos a penicilina fazer Cefalexina ou Cefadroxil VO por 10 dias, ou Azitromicina 12mg/kg VO por 5 dias
SINUSITE
- Aguda: até 4 semanas
- Subaguda: 4-12 semanas
- Crônica: > 12 semanas
Quadro Clínico
Não severa
- Rinorréia
- Congestão nasal
- Tosse
- Cefaleia
- Dor na face e irritabilidade
- Febre baixa ou ausente
Severa
- Rinorréia purulenta
- Congestão nasal
- Cefaleia
- Dor na face
- Edema periorbital
- Febre alta
Rinossinusite Comum Aguda
Predição clínica de infecção bacteriana:
- Descarga nasal purulenta
- Dor facial unilateral
- Seio maxilar sensível unilateral
- Piora após melhora clínica inicial de infecção respiratória alta
- Diagnóstico prévio de rinossinusite
- Sintomas ≥ 10 dias
- Manifestações graves independente da duração
Etiologia
Aeróbios
- S. pneumoniae
- H. influenzae
- Moraxella catarrhalis
Anaeróbios
- Prevotella spp
- Fusobacterium spp
- Peptostreptococcus spp
Viral
- Diminuição da imunidade
- Diminuição da aderência
- Anatomia
Tratamento
- Amoxicilina por 10 dias (1ª linha)
- Azitromicina por 5 dias
- Cefuroxima VO por 10 dias
- Amoxicilina-Clavulanato por 10 dias
- Levofloxacino ou Moxifloxacino VO por 7-10 dias
OMA (OTITE MÉDIA AGUDA)
Mais comum em crianças, pouco comum em adultos.
Fatores de Risco
- Viroses respiratórias
- Idade
- História familiar
- Genética
- Creches
- Amamentação
- Fumo passivo
- Uso de chupeta
- Poluição
- Nível socioeconômico
- Inverno e outono
- Rinite alérgica e alterações anatômicas
Critérios Diagnósticos
- Início agudo, febre, irritabilidade
- Sinais de efusão do ouvido médio (abaulamento da MT, mobilidade comprometida, nível hidroaéreo atrás da MT, otorreia)
- Sinais e sintomas de inflamação do ouvido médio (hiperemia da MT e otalgia interferindo com as atividades habituais/sono)
Critérios para Tratamento
- < 6 meses (diagnóstico certo e incerto – ATB)
- 6 meses - 2 anos (diagnóstico certo – ATB; incerto – ATB se doença grave*, observar se não grave**)
- ≥ 2 anos (diagnóstico certo – ATB se doença grave*, observar se não grave; incerto – observar)
* Doença grave: otalgia moderada a grave ou febre ≥ 39°C
** Iniciar ATB se persistir ou piorar
Tratamento Inicial
- Amoxicilina 80-90 mg/kg/dia dividida em 2 doses ou Amoxicilina-Clavulanato 90 e 6,4 mg/kg/dia dividida em 2 doses
Tratamento 48-72h após falha do tratamento inicial
- Amoxicilina-Clavulanato 90 e 6,4 mg/kg/dia dividida em 2 doses ou Ceftriaxona 50mg IM ou IV por 3 dias
DISCUSSÕES DE CASOS
Caso 1: Homem, 42 anos, hígido. História de febre, tosse com expectoração e dor pleurítica no hemitórax direito há 4 dias. Exame físico: febril, desidratado, confuso, taquicárdico (FC elevada), taquipneico (FR elevada), macicez no terço médio e inferior direito, crepitação fina no terço médio, ausência de murmúrio vesicular direito. RX: condensação no terço médio com velamento compatível com derrame pleural. HD: PNM bacteriana comunitária com derrame pleural parapneumônico. Conduta diagnóstica e terapêutica nas primeiras 24h: Hemograma completo, internação hospitalar, hidratação EV, antibiótico EV para Gram-positivos, fisioterapia respiratória.
Caso 2: Homem, 35 anos, usuário de drogas ilícitas EV. Anorexia, disfagia, emagrecimento de 7kg em 4 meses. Tosse seca, dispneia, febre há 5 dias. Exame físico: emagrecido, taquipneico (FR elevada), febril, 100 bpm, 110/70 mmHg. Placas esbranquiçadas na língua e palato. RX: infiltrado intersticial reticular difuso em ambos os campos pulmonares. Provável etiologia da PNM: PNM por Pneumocystis jirovecii (PNM intersticial).
5 fatores de prognóstico adversos para internar paciente com PNM bacteriana comunitária:
- Febre alta
- Estertores creptantes
- Doenças associadas sistêmicas (DM, HIV)
- Derrame pleural
- Doenças pulmonares (DPOC, Asma)
QUESTÕES MÚLTIPLA ESCOLHA
Questão 1: Menino com sintomas gripais há dias. Há 36h com dor de ouvido, febre, irritabilidade, choro fácil. Exame físico: obstrução nasal, otoscopia com perda de brilho bilateral, vascularização aumentada e abaulamento à esquerda. Diagnóstico de otite média aguda. Conduta: analgesia, SF nasal e amoxicilina.
Questão 2: Paciente com sinusite bacteriana aguda. Antibiótico inicial: Amoxicilina.
Questão 3: Agentes etiológicos mais relacionados à sinusite bacteriana aguda: H. influenzae, Pneumococo.
Questão 4: Seio paranasal mais comprometido na sinusite aguda: Maxilar.
Questão 5: Paciente com faringoamigdalite aguda, febre alta, dor à deglutição. Principal agente etiológico: Estreptococo beta-hemolítico do grupo A.
Questão 6: No tratamento da rinofaringite aguda viral, em paciente em bom estado geral (BEG), afebril, tosse há 2 dias, dor de garganta, coriza hialina. Indicar: aumento da ingesta hídrica, uso de solução fisiológica nasal e analgésicos.
Questão 7: Homem, 30 anos. Febre há 2 dias, dispneia, tosse produtiva com escarro amarelado, dor torácica pleurítica à esquerda. AIDS há 3 anos. Foi internado por PNM por Pneumocystis jirovecii. Conduta: antibiótico empírico para PNM adquirida na comunidade.
Questão 8: Paciente 18 anos, saudável. Quadro: febre alta, tosse, expectoração mucopurulenta, dor torácica e estertores crepitantes no terço inferior direito. RX: condensação alveolar. Antibiótico: Macrolídeo.
Questão 9: Quanto ao tratamento da bacteriúria assintomática: tem indicação em grávida, pré-operatório e transplante renal.
Questão 10: Bacteriúria assintomática é condição, principalmente em mulher jovem, que determina a presença de elevado número de bactérias na urina, sem sintomas. É infecção assintomática se tiver piúria. Considerar: melhor tratamento é sulfa.
Questão 11: ITU por bactérias Gram-negativas, como E. coli, Proteus, Klebsiella, tem boa sensibilidade a: Aminoglicosídeos.
Questão 12: Mulher, 60 anos, quadro de calafrios, febre alta, disúria e desconforto perineal. Medida não correta: antibiótico profilático.
Questão 13: Cistite em mulher jovem, sem comorbidades. Conduta: tratamento com antimicrobianos empírico por 3 dias.
Questão 14: Fatores que contribuem para maior incidência de ITU em adolescente: higiene perineal inadequada, gravidez, início da atividade sexual.
Questão 15: Associação de parasitoses gastrointestinais que podem determinar quadro clínico de síndrome ulcerosa péptica: Giardíase e Estrongiloidíase.
Questão 16: Parasitas intestinais, como Ascaris e Strongyloides, podem ser tratados com: Mebendazol e Tiabendazol.