Comparação Filosófica: Platão vs. Os Sofistas
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Vamos fazer uma comparação entre o pensamento filosófico de Platão e os Sofistas.
Os sofistas eram um grupo de pensadores gregos que floresceu por volta da segunda metade do século V a.C. Eles foram os primeiros a oferecer educação profissional organizada e cobravam cursos completos para ensinar. Entre seus ensinamentos incluíam:
- Lógica
- Retórica
- Direito
- Moralidade
Com os sofistas, a virada antropológica ocorre, mostrando uma preocupação central com o homem e não mais com a natureza (Cosmologia). Os sofistas estabelecem uma oposição fundamental entre natureza e convenção, ou physis e nomos. O nomos expressa as leis dos homens, as leis morais e políticas, que são consideradas convencionais, em oposição às leis naturais (physis).
Platão nega essa visão. Ele defende que as leis políticas e morais devem ser destinadas ao Bem, que é imóvel e, portanto, deve resultar em leis fixas. Para os sofistas, não existe uma verdade universal, enquanto que para Platão, a verdade é única, capaz de definição clara, e é alcançada através do conhecimento das Ideias. Para Platão, o conhecimento é fixo, enquanto que para os sofistas é uma mera questão de habilidade argumentativa.
Platão se opõe veementemente ao relativismo dos sofistas, defendendo que a verdade é uma e a mesma para todos. Essa oposição é bem explorada no diálogo Protágoras de Platão, onde as diferenças entre o pensamento platônico (socrático) e o pensamento sofista são evidentes.
Este trabalho é um diálogo no qual Platão confronta seu professor Sócrates com o sofista Protágoras, um dos líderes sofistas. A cena se passa na casa do rico ateniense Cálias. Hipócrates, que deseja entrar na política, pede a Sócrates que o submeta a Protágoras. Sócrates tenta convencer Hipócrates de que a educação oferecida por Protágoras não é adequada para a política.
Neste diálogo, são apresentados dois modelos opostos de educação:
- Educação dos Sofistas (baseada no Relativismo)
- Educação Socrática (baseada no Intelectualismo Moral)
O modelo socrático é o mesmo proposto na obra A República de Platão, Livro VII, no Mito da Caverna, onde a educação é representada como a saída da caverna em direção ao mundo das Ideias. Em Platão, há um forte traço do intelectualismo moral de Sócrates, que afirma que aquele que conhece o Bem, agirá bem, e é quem deve governar na polis. Portanto, Platão argumenta que Protágoras não pode ensinar o que é bom, pois ele acredita que o Bem é relativo.