A Composição Orgânica do Capital e a Lei de Say
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A Composição Orgânica do Capital
Definição
A composição orgânica do capital é a relação entre o capital constante e variável.
Mais Valia (m) e Taxa de Mais Valia (m')
A mais valia é o excedente do valor do produto sobre o valor dos constituintes consumidos do produto, isto é, dos meios de produção e da força de trabalho.
O trabalhador vende sua força de trabalho em troca de um salário. A jornada de trabalho cria um valor maior que o contido no salário por meio do processo de produção. Este sobrevalor é a mais valia, apropriada pelo dono do capital. É um valor apropriado porque em uma troca as mercadorias deveriam ser equivalentes e a mais valia está externa a esta situação.
A taxa de mais valia exprime o grau de exploração da força de trabalho. É a relação entre a mais valia e o capital variável, ou seja, é a relação entre trabalho necessário e trabalho excedente. É a valorização proporcional do capital variável ou grandeza proporcional da mais valia.
Massa de Mais Valia
Ao organizar a produção, o capitalista desembolsa uma determinada soma em dinheiro para adquirir meios de produção e para comprar força de trabalho em condições tais que permitam obter um excedente de valor sobre a quantidade de dinheiro investido, ou seja, obter mais-valia. A massa de mais-valia que um dado capital produz é igual à mais-valia que o trabalhador individual fornece, multiplicada pela quantidade média de trabalhadores ocupados.
Chamemos, pois, à massa da mais-valia M, à mais-valia fornecida em média diária pelo operário singular m, ao capital variável diariamente adiantado na compra da força de trabalho singular v, à soma total do capital variável V, ao valor de uma força de trabalho média f, ao seu grau de exploração.
Diferença entre Mais Valia Absoluta e Mais Valia Relativa
Em uma época na qual as inovações tecnológicas eram mais lentas, o processo de crescimento da quantidade de mais valia de uma empresa só era possível a partir da criação da mais valia absoluta, que consiste no aumento da jornada de trabalho e da intensificação das atividades dos operários de forma que o sobretrabalho aumentasse (criador da mais valia) e o tempo de trabalho necessário (criador do valor do salário) permanecesse o mesmo.
A mais valia relativa não se dá através da manipulação da jornada de trabalho e da intensificação das atividades somente, mas principalmente através do acúmulo de inovações técnicas que aumentam a produtividade social e diminuem o valor dos objetos de consumo. Diminui-se também a quantidade de trabalho necessário (que dá valor ao salário) diminuindo o tempo de trabalho para a produção de salário e “sobrando” tempo para o sobretrabalho.
A Lei de Say
Introdução
A Lei de Say afirma que a poupança é igual ao investimento. Segundo J.B. Say, toda renda gerada é gasta (salário + lucro), criando poder de compra que irá consumir outro produto. Para Ricardo, a produção visa o consumo.
O capitalista não retém moeda. Trabalhadores gastam o que ganham, e o capitalista ganha o que ele gasta. A classe trabalhadora não obtém poupança.
Função do Dinheiro
Marx: Mercadoria que geraria Dinheiro que geraria Mercadoria. Toda produção abre espaço para consumo.
Capitalismo: Dinheiro (do capitalista) cria mercadorias através da compra da mão de obra, mais valia e investimento empresarial.
A crítica de Marx é que o excedente de capital não é reinvestido em mercadorias como deveria.
Problema de Demanda
Say reconhecia a possibilidade de problemas de demanda, mas acreditava que seriam resolvidos rapidamente. Para que a Lei de Say funcione, é necessário plena mobilidade do capital e recursos, conhecimento do mercado e informação perfeita.
Saldo
Se a Lei de Say funcionasse, não haveria desemprego. Seria necessário flexibilidade nos preços e nos salários.
Lei de Say e Orçamento
A Lei de Say também se aplica às finanças públicas: só pode haver despesa se houver receita. É necessário um orçamento equilibrado, com superávit para quitar os juros das dívidas internas.
Valor e Riqueza segundo J.B. Say
Segundo J.B. Say, a utilidade das coisas é a base do seu valor, e o seu valor constitui a riqueza. A produção em si gera riqueza. A utilidade é a capacidade de certas coisas satisfazerem os desejos da humanidade.
O mercado é capaz de superar conflitos. O valor vem da capacidade humana, do capital e dos recursos naturais.
Malthus critica a Lei de Say.
Trabalho Contido e Trabalho Comandado
Trabalho vivo = humano, trabalho morto = máquina. Trabalho contido: trabalho que remunera, lucro. O capital entra, o preço de mercado entra, só a taxa de lucro que pode não estar no seu ponto de equilíbrio.
As forças de mercado aumentam ou reduzem salários e mercados, que devem ser regulados pela mão invisível.
Renda
Segundo Say, a renda vem da contribuição produtiva de cada agente. Todo agente deve receber de acordo com a sua contribuição produtiva. Se está produzindo pouco, o problema está no fator.
Lei dos Mercados
O mercado sendo livre, leva ao pleno emprego. A produção abre caminho para mais produção. Pode haver crises e superprodução, mas serão resolvidas rapidamente, pois os agentes sabem olhar o mercado e ir em setores atrativos e produtivos.
John Stuart Mill
Leis da Distribuição de Renda
Mudança institucional é muito importante para a distribuição de renda. A população cresce em progressão geométrica, com outros ingredientes não malthusianos, com inteligência. A formação dos sindicatos é importante.
Leis da Produção
O excedente produtivo vem do capital produtivo, acima do que os trabalhadores recebem. Esse excedente gera acumulação de capital, investimento e progresso.
Estado Estacionário
Quando a taxa de lucro é minada pela renda, a economia não cresce. Nas crises, existe a “queima de capital”, que leva a uma renovação do investimento.
Trabalho Produtivo e Improdutivo
O trabalho que inclui o conhecimento é reconhecido como produtivo. O conhecimento agrega valor à produção. O trabalho produtivo também pode ser improdutivo, obsoleto, dispensável.
Crítica ao Utilitarismo
Mill critica o individualismo do capitalismo e defende o altruísmo no socialismo.
Valor
O valor é determinado pelo trabalho necessário à produção, que deve incorporar custos do trabalho, do capital e o conhecimento aplicado.
Tendência Declinante do Lucro
O capital se forma além das necessidades e possibilidades do mercado. A ideia é que deve-se exportar capital.
Política Econômica
O papel do Estado é ativo e fundamental, financiando projetos sociais, tributando os fundos financeiros e intervindo nas heranças. Cabe ao governo corrigir falhas de mercado.
Segundo Mill, o capitalismo é um sistema injusto, não baseado no mérito, e sim na herança. O Estado deveria atender à população que não é representada.