Compostagem Orgânica: Materiais, Fases e Aplicação

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Materiais Utilizados na Compostagem

Materiais Energéticos (Alta Relação C/N)

  • Palhas, galhos, troncos, cascas, sabugos, capins, serragem, etc.

Materiais Nutritivos (Média Relação C/N)

  • Tortas vegetais (mamona, algodão, amendoim, etc.) e as plantas leguminosas (feijão, crotalária, soja, etc.).

Inoculantes (Fornecedores de Microrganismos)

  • Estercos, lixo, lodo de esgoto, composto orgânico pronto.

O Processo de Compostagem

Fases da Compostagem

  • Fase Termofílica:
    • Aquecimento
    • Degradação
  • Fase Mesofílica:
    • Resfriamento (depleção do substrato)
    • Manutenção ou cura

Microrganismos na Compostagem

Tipos Principais

Principalmente fungos e bactérias.

Classificação em Função da Temperatura

  • Psicrófilos: de 0-20 °C
  • Mesófilos: de 15-43 °C
  • Termófilos: de 40-85 °C

Reações na Compostagem

Fase 1

Forte crescimento de mesófilos com aumento da temperatura em função da biodegradação.

Fase 2

Diminuição da atividade de mesófilos e aumento da atividade dos termófilos (mais ativos); ocorre intensa e rápida degradação da Matéria Orgânica (MO); o aumento da temperatura elimina os microrganismos patogênicos (degradação e higienização).

Fase 3

Diminuição da temperatura, redução da atividade dos termófilos e retorno dos mesófilos; a atividade biológica estabiliza, levando à humificação.

Fase 4

Maturação do composto.

Composição Química dos Resíduos

Importante para estimar os teores de nutrientes no composto orgânico após formado e para regular o processo visando satisfazer as necessidades das plantas. Considerar a relação C/N e a composição química.

Preparo da Pilha e Condução da Compostagem

É fundamental seguir estas diretrizes:

  • Associar todas as categorias de resíduos orgânicos.
  • Obter mistura com relação C/N ideal (aproximadamente 30/1).
  • A pilha deve apresentar umidade e aeração adequadas.
  • Garantir a presença do inoculante (microrganismos).

Local Ideal

Deve ser plano, de fácil acesso, com fonte de água próxima, sem vento excessivo e com sombra.

Dimensões da Pilha (Formato Retangular)

  • Largura: 2,0 a 3,0 m
  • Altura: 1,5 m
  • Comprimento: Livre
  • Disposição das camadas: Sugere-se 15 cm de palha, com camadas de esterco de 5 cm intercaladas.

Irrigação

Importante para decomposição rápida.

Turno de Rega

  • A cada 2 dias.
  • Evitar o excesso de água.

Monitoramento da Umidade

  • Teste de escorrimento manual (apertar uma amostra na mão).
  • Observar a presença de mofo branco no interior da pilha (indicativo de umidade adequada, mas não excessiva).

Em Dias de Chuva

Proteção com lona ou capim.

Reviramentos da Pilha

Objetivos

  • Controle da temperatura da pilha.
  • Controle da umidade e aeração da pilha.

Tipos

Manual e mecânico.

Estratégia e Número de Reviramentos

  • 1º reviramento: Aos 7 dias após a montagem da pilha.
  • Demais reviramentos: Intervalos de 15 dias.

Temperatura Ideal

Entre 50-70 °C.

Acompanhamento

  • Evitar aumento excessivo (queima do material, acima de 70 °C).
  • Controlar com reviramentos e irrigação, se necessário.

Monitoramento

  • Termômetro de haste longa.
  • Teste prático: Haste de ferro (inserir na pilha e verificar o aquecimento).

Enriquecimento do Composto

Objetivos

Melhorar a qualidade do composto orgânico.

Materiais para Enriquecimento

  • Orgânicos: Estercos, resíduos agroindustriais, materiais ricos em N, urina de vaca, etc.
  • Inorgânicos: Pó de rocha (fosfato natural), calcário, gesso, cinzas, etc.

Rendimento da Compostagem

O processo de compostagem pode levar:

  • 30 a 60 dias: Composto bioestabilizado (pode ser usado).
  • 90 a 120 dias: Composto pronto e curado.

Rendimento da Pilha

  • Redução de 1/3 a 1/2 do volume inicial.
  • Aproximadamente 250 kg/m³ (com 50% de umidade).

Formas de Aplicação

A forma de aplicação varia em função da quantidade disponível, fertilidade do solo e demanda da cultura:

  • A lanço
  • Em covas
  • Em sulco de plantio

Custo de Produção do Composto

Existem poucas informações detalhadas sobre o custo de produção. Um exemplo (Sousa, 1998) para uma pilha de 36 m³ (resultando em 9 toneladas de composto):

  • Preço final da pilha: R$ 284,10
  • Custo por tonelada: R$ 31,60
  • Comparativo: Preço de esterco de galinha fresco: R$ 100,00 por tonelada.

Cálculo da Adubação com Composto

Fatores a Serem Considerados

  • Fertilidade do solo
  • Teor de matéria orgânica no solo
  • Espécie cultivada e fatores climáticos

Recomenda-se realizar análise de solo e foliar, além de buscar orientação agronômica.

Conversão dos Materiais no Solo

A planta absorve nutrientes predominantemente na forma mineral.

Mineralização

A liberação de nutrientes do composto orgânico ocorre através da mineralização, que é um processo relativamente lento. Isso implica na necessidade de aporte de grandes quantidades de composto para suprir as demandas das culturas. A vantagem é que as perdas de nutrientes por lixiviação são pequenas.

Cálculo da Quantidade de Composto a Aplicar

Informações Requeridas para o Cálculo

  • A: Necessidade da cultura (NPK, em kg/ha)
  • B: Teor de matéria seca do fertilizante orgânico (%)
  • C: Teor do nutriente na matéria seca do fertilizante (%)
  • D: Índice de conversão do nutriente aplicado da forma orgânica para mineral (%)

Fórmula para Quantidade de Composto

A quantidade de composto (Q) é calculada com base nas informações requeridas (A, B, C, D). A expressão fornecida no documento original é:

A / B / 100 x C / 100 x D / 100

Atenção: A correta aplicação e interpretação matemática desta fórmula (particularmente a ordem das operações e o uso do 'x') são cruciais. Recomenda-se validar com um agrônomo para cálculos precisos de adubação.

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