Compostos Bioativos de Plantas: Propriedades e Aplicações

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Cumarinas

Lactonas do ácido o-hidroxi-cinâmico, derivado do ácido cinâmico. Presentes nas angiospermas. Em meio alcalino, ocorre a abertura de anéis, enquanto em meio ácido há a formação da lactona. Exemplos: guaco, agrião, morango, cereja e damasco. O trevo de cheiro amarelo, por exemplo, é um anticoagulante que possui cumarina, e quando a planta é infectada por fungos, pode ter seu efeito exacerbado, sendo potencialmente fatal se o paciente fizer uso da planta e consumir alimentos que também a contenham. Furanocumarinas: apresentam efeitos quando expostas à radiação UV. Utilizadas para vitiligo, aumentam a pigmentação da pele e podem causar fotodermatite e queimaduras. Propriedades farmacológicas: anticoagulante (dicumarol, varfarina), imunossupressora, relaxante vascular, hipolipêmica, hipotensora, antigases, estimulante gástrico, anti-HIV, vasodilatador. Podem causar efeitos como impotência sexual, insuficiência venosa crônica (trevo), problemas no baço e estômago, distensão abdominal, náuseas, perda de apetite. Também são usadas como antigripais, para asma, bronquite, tosse, e como broncodilatador.

Óleos Voláteis

São produtos obtidos de plantas por destilação por arraste de vapor de água ou expressão dos pericarpos de frutos cítricos. Presentes nas plantas angiospermas dicotiledôneas. Funções biológicas: proteção contra predadores, inibição da germinação, atração de polinizadores, proteção contra perda de água. Propriedades farmacológicas: ação carminativa (relaxamento com expulsão do ar do trato gastrointestinal - funcho, erva doce, camomila, menta para gases), ação antiespasmódica (relaxa a musculatura lisa, diminuindo espasmos - camomila, marcela, alho, erva doce, sálvia para cólica), estimula a secreção no aparelho digestivo (gengibre, genciana, gimbro para apetite), ação cardiovascular (aumenta o ritmo cardíaco e a pressão arterial - cânfora, sálvia), ação anti-inflamatória (contêm azuleno, como a camomila), ação anestésica e antisséptica (cravo-da-índia). Ação sobre o Sistema Nervoso Central (SNC): estimulante (óleos com cânfora), depressora (melissa, capim-limão), convulsões em doses maiores (sálvia, canela).

Saponinas

Moléculas anfipáticas: cauda apolar (hidrofóbica), cabeça polar (hidrofílica). Agem sobre membranas, causando desorganização. Propriedades farmacológicas: controlam a esquistossomose, atividade antifúngica e antiviral, expectorante (irritam a mucosa e aumentam a contração), diurética, anti-inflamatória. Usos e indicações: indústrias (produção de anticoncepcionais), adjuvantes em medicamentos, detergentes, afrógenos em shampoos, sabões e loções capilares. Na terapêutica: anti-inflamatórios (alcaçuz, castanha-da-índia), flebologia/varizes (gilbarbeira), tosse (polígala, prímula), dermatologia (centelha, calêndula). Alcaçuz: antitussígeno e para transtornos digestivos, retém água e aumenta a pressão arterial. Castanha-da-índia: anti-inflamatório, anti-edematoso, para aftas bucais. Em preparações tópicas, promove vasodilatação periférica e diminui a permeabilidade. Centelha: acelera a cicatrização de feridas superficiais, úlceras nas pernas, queimaduras, feridas cirúrgicas, melhora a circulação periférica. Polígala: aumenta a secreção bronquial, para tosse não produtiva, o uso prolongado causa irritação gastrointestinal. Quilaia. Ginseng: estimulante, reconstituinte, gerador de vitalidade. O abuso pode causar insônia, nervosismo, euforia, diarreia matinal. Melhora a imunidade.

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