Compreendendo o Envelhecimento: Fisiologia e Doenças
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
Escrito em em português com um tamanho de 42,69 KB
O Processo de Envelhecimento
O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, caracterizado por alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas, psicológicas e físicas que podem agravar as condições de vida da pessoa idosa, impactando suas Atividades de Vida Diária (AVDs).
Aspectos Positivos do Envelhecimento
- Perfil psicológico mais preparado para lidar com situações que alterem o humor.
- Menos lembranças dos momentos ruins.
Alterações Fisiológicas no Envelhecimento
Envelhecimento do Sistema Cardiorrespiratório
Alterações ocorridas com o processo de envelhecimento nas principais estruturas do sistema cardíaco:
- Massa cardíaca: aumento de 1g/ano em homens e 1,5g/ano em mulheres (30-90 anos).
- Redução de 10% no VO2max a cada década.
- Ativação neural com consequente cronotropismo (capacidade do coração gerar seus próprios estímulos elétricos), inotropismo (força de contração) e vasodilatação arterial, resultando em diminuição da frequência cardíaca máxima e do volume sistólico (sangue bombeado), e uma redução de 50% no VO2max.
Alterações pulmonares:
- Diminuição da elasticidade e complacência dos pulmões.
- Redução da capacidade de dilatação dos bronquíolos.
- Atrofia dos músculos respiratórios.
- Aumento do tamanho dos ductos e sacos alveolares e da caixa torácica.
- Impacto na ventilação pulmonar (renovação do ar), capacidade vital (volume de ar expelido na inspiração/expiração), ventilação expiratória máxima e volume expiratório forçado (ar exalado num determinado momento).
- Aumento do volume residual, espaço morto anatômico (ar que fica na traqueia, brônquios e sibilos) e ventilação durante o exercício.
Envelhecimento do Sistema Musculoesquelético
Estruturas afetadas:
- Ossos.
- Tecido condroide (cartilagem articular, menisco e discos intervertebrais).
- Tecido fibroso (ligamento, tendão e cápsula articular).
- Gordura.
- Músculo esquelético.
Perdas com a idade:
- Fragilização dos ossos.
- Cartilagem perde a resiliência (capacidade de voltar à forma original).
- Músculo esquelético perde potência e elasticidade.
- Ligamentos perdem elasticidade.
- Redistribuição de gordura por todo o sistema.
Maior fragilidade e suas causas:
- Diminuição da quantidade de tecido.
- Modificação das proteínas estruturais (colágeno e elastina).
- Acúmulo de moléculas degradadas na matriz tecidual.
- Redução na eficiência de elementos funcionais dos tecidos.
- Diminuição da capacidade de síntese de células diferenciadas na população de células-tronco.
- Níveis alterados de hormônios tróficos circulantes, fatores de crescimento e citocinas (função imune).
- Capacidade alterada de resposta celular.
Tecido Ósseo
É um tecido conjuntivo mineralizado, altamente vascularizado, vivo e em constante transformação. Suas funções mecânicas e homeostáticas incluem:
- Proteger órgãos internos.
- Permitir locomoção e suporte de cargas.
- Ser um importante reservatório de cálcio.
A partir da 4ª década, o cálcio diminui e pode esgotar. A massa óssea diminui 0,3% ao ano em homens e 1% ao ano em mulheres (acentua na pós-menopausa). Idosos com mais de 85 anos têm 10-15 vezes mais fraturas do que aqueles entre 60-65 anos.
Cargas Mecânicas e Tecido Ósseo
Cargas mecânicas nas AVDs ou por exercícios extremos podem causar alterações nos osteoclastos (responsáveis pela reabsorção óssea), nos osteoblastos (responsáveis pela formação óssea), nos osteócitos (respondem a cargas mecânicas sobre o osso e regulam a reabsorção e formação óssea), no colágeno e no tecido mineral ósseo.
Alterações ocorridas com o processo de envelhecimento nos principais componentes do sistema ósseo e suas consequências:
Articulações
Função: Proporcionar movimento e sustentação mecânica.
Composição:
- Cartilagem articular.
- Colágeno tipo II (principal proteína estrutural, responsável pela resistência à tração e firmeza).
- Condrócitos (células-tronco para manutenção da matriz).
- Proteoglicanas (proteínas intracelulares responsáveis por capacitar a cartilagem a suportar cargas compressivas).
- Água.
Alterações:
- Redução da capacidade reparadora e da síntese da matriz cartilaginosa.
- Aumento da ação enzimática.
- Diminuição do número e espessura das fibras colágenas.
- Aumento da rigidez da cartilagem.
- Redução da quantidade de água e proteoglicanas (responsáveis pela elasticidade).
- Diminuição da extensibilidade e aparecimento de rachaduras e fendas na superfície da cartilagem, tornando-as mais frágeis.
- Perda do poder de agregação das proteoglicanas, causando menor resistência mecânica na articulação e curvatura nas articulações intervertebrais.
- Apoptose de condrócitos (morte celular programada).
Ligamentos
Função: Possuem características elásticas e são capazes de absorver determinada carga de choque e voltar à sua forma anatômica sem prejudicar sua funcionalidade, fortalecendo as articulações sinoviais.
Alterações:
- Modificações estruturais no colágeno e elastina.
- Alterações na síntese de colágeno.
Músculo Esquelético
O músculo esquelético é a maior massa tecidual e uma das principais estruturas do corpo. O principal processo de envelhecimento muscular é a sarcopenia.
- Número de fibras musculares: redução de 40% entre 20-80 anos, mais acentuado após os 60 anos.
- Maior perda de fibras do tipo II (contração rápida): de 60% na idade adulta para 30% em idosos com 80 anos ou mais.
- Área de secção transversa: Fibras de contração lenta (tipo I) diminuem de 1% a 25%; Fibras de contração rápida (tipo II) diminuem de 20% a 50%.
- Capacidade de ativação das fibras frequentemente estimuladas: redução da velocidade de condução do impulso nervoso, ou consequência da diminuição do número de unidades motoras inervando fibras rápidas, com perda de 50% das unidades.
Fatores que influenciam a perda muscular:
- Fatores hormonais: testosterona, estrógeno e andrógeno adrenal.
- Fatores metabólicos: desbalanço proteico (maior degradação e menor síntese), nutricionais e moleculares.
- Inatividade física: menor nível de atividade física leva a menor massa muscular.
Envelhecimento do Sistema Nervoso
Função e Estrutura
Função: Responsável pelas sensações, movimentos, funções psíquicas e biológicas internas.
Estrutura: Cérebro, cerebelo, tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo) e medula espinhal. A unidade funcional é o neurônio.
Alterações Macroscópicas
Com o envelhecimento, ocorrem alterações macroscópicas no sistema nervoso:
- Redução do peso e volume cerebral.
- Diminuição do volume do cerebelo a partir da 5ª década de vida.
- Redução de 15% a 20% no número de neurônios motores na medula espinhal.
- Diminuição do volume da matriz cinzenta (1,1% ao ano) e da matriz branca (2,5% ao ano).
- Redução do volume do hipocampo (1,2% ao ano, podendo atingir 1,7% ao ano aos 70 anos).
- Aumento do tamanho dos ventrículos (2,9% ao ano, podendo atingir 4,2% ao ano aos 70 anos).
- Alargamento e aprofundamento dos sulcos corticais.
Consequências das lesões na matriz branca: disfunções cognitivas, demências, depressão, psicose, alteração da marcha e quedas, falta de coordenação e destreza motoras e risco de AVC. A diminuição do volume do hipocampo afeta o desempenho da memória. A redução do volume do estriado, córtex pré-frontal e cerebelo impacta a aquisição de habilidades perceptivo-motoras, velocidade e precisão.
Alterações Microscópicas
- Redução do número de corpos neuronais na camada superior dos hemisférios cerebrais, do hipocampo e cerebelo.
- Diminuição do número de fibras mielinizadas.
- Retração e defeitos estruturais genéticos nos neurônios.
- Acúmulo de lipofuscina (biomarcador de idade dos neurônios).
- Rarefação da vascularização cerebral.
- Redução da densidade sináptica.
- Diminuição do número de espinhos dendríticos.
- Dano mitocondrial cumulativo, interferindo no metabolismo energético do cérebro.
- Redução da capacidade de reparo do DNA e falha na remoção de neurônios com DNA nuclear danificado.
- Alteração da razão entre N-acetilaspartato e água.
- Redução da captação de glutamato.
- Hipofusão colinérgica, serotoninérgica e GABAenérgica.
Variáveis Metabólicas
Alterações nas variáveis metabólicas no sistema nervoso com o envelhecimento incluem:
- Razão colina/creatina.
- pH intracelular.
- Níveis de fosfatidilcolina.
- Níveis de fosfato inorgânico.
- Fosfocreatina.
Envelhecimento do Sistema Imune
O sistema imune é responsável por evitar doenças e combater vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas multicelulares e células tumorais. A deterioração do sistema imune é conhecida como imunossenescência, resultando em:
- Redução do potencial de reatividade a novos antígenos.
- Resposta imune prejudicada.
Tipos de resposta imune:
- Resposta imune humoral: combate infecções bacterianas.
- Resposta imune mediada por célula: combate parasitas, fungos, vírus, rejeições a transplantes e alergias.
Principais alterações no sistema imune com o envelhecimento:
- Atrofia do Timo.
- Depressão e estresse emocional.
- Aumento da incidência de infecções, doenças autoimunes e neoplasias.
- Impacto da alimentação e absorção de nutrientes nas alterações do sistema imune no idoso.
Alterações Sensoriais
Com o envelhecimento, ocorrem diversas alterações sensoriais:
- Paladar: Redução do número de papilas gustativas na superfície lateral da língua (detectam sabor doce/salgado). Predomínio das papilas gustativas centrais (sabores ácido e amargo).
- Olfato: Diminuição do fluxo salivar e da identificação de odores, o que pode afetar a ingestão e o prazer alimentar.
- Visão: Impacta o apetite, o reconhecimento dos alimentos, o número de quedas e a expectativa de vida do idoso.
- Audição: Presbiacusia (perda auditiva relacionada ao envelhecimento).
Todas essas modificações sensoriais, na maioria das vezes, comprometem a interação do idoso em todas as esferas da vida (social, afetiva, econômica, AVDs, entre outras).
Alterações Endócrinas
Níveis Hormonais
- Níveis elevados de T3, T4 e TSH.
- Níveis inalterados de cortisol.
- Níveis reduzidos de testosterona, melatonina, estrógeno, LH, GH e IGF-1.
Siglas: FSH (folículo estimulante), LH (luteinizante), SHBG (globulina ligadora dos hormônios sexuais), ACTH (adrenocorticotrófico), DHEA (dehidroepiandrosterona), PTH (paratormônio), GH (crescimento), T3 (triiodotironina), T4 (tiroxina), TSH (tireotrofina - hipófise).
Consequências gerais:
- Modificações testiculares primárias (alterações vasculares) resultando em diminuição da libido e atividade sexual.
- Mudança na distribuição de gordura corporal e textura da pele.
- Desregulação do sono e do ritmo biológico.
- Alteração da sensibilidade tecidual periférica aos níveis de cálcio e ferro.
- Estado crônico de estresse.
Impacto na Mulher
Na mulher, as alterações endócrinas levam a:
- Amenorreia permanente (menopausa).
- Mudança de humor.
- Redução da libido.
- Cefaleia.
- Atrofia dos órgãos genitais.
- Aparecimento de Doenças Cardiovasculares (DCV), osteoporose e Alzheimer.
- Mudança na distribuição de gordura corporal e textura da pele.
- Desregulação do sono e do ritmo biológico.
- Alteração da sensibilidade tecidual periférica aos níveis de cálcio e ferro.
- Estado crônico de estresse.
Sistema Nutricional
A desnutrição afeta 2% a 10% dos idosos saudáveis e até 60% dos idosos institucionalizados.
Causas da desnutrição:
- Problemas na dentição e força de mastigação.
- Aspectos psicossociais, socioeconômicos.
- Comprometimento da mobilidade.
- Perdas sensoriais.
- Alterações fisiológicas, gastrointestinais, hormonais e musculoesqueléticas.
A desnutrição é um fator importante para o desenvolvimento e progressão da sarcopenia (perda grave de massa muscular), caquexia e declínio funcional progressivo.
Perdas nutricionais:
- Perda proteica.
- Redução da absorção de cálcio.
- Diminuição da utilização tecidual periférica de vitamina A.
- Redução da síntese de vitamina D pela pele.
- Diminuição da absorção de vitamina B12, ferro, ácido fólico e zinco.
Forma e Composição Corporal
Com o envelhecimento, ocorrem mudanças na forma e composição corporal:
- Redução da estatura em até 2 cm/ano (maiores perdas entre 65-70 anos).
- Alterações na estrutura dos discos intervertebrais, arcos dos pés e arco da coluna.
- Aumento da massa livre de gordura entre 25-65 anos.
- Perda óssea, de musculatura esquelética e de água corporal total.
- Aumento do tecido adiposo na região abdominal.
- Redução da massa magra, gasto metabólico, Nível de Atividade Física (NAF) e efeito termogênico dos alimentos.
Funcionalidade Motora
A decadência da funcionalidade motora inicia-se a partir da 3ª década de vida, com decréscimo dos componentes físicos da capacidade funcional, que é a capacidade do indivíduo de realizar AVDs com segurança. Os componentes incluem:
- Coordenação.
- Flexibilidade.
- Força.
- Agilidade.
- Equilíbrio.
- Resistência aeróbia.
Flexibilidade ou Mobilidade Articular
Definição: Amplitude máxima de movimento em uma ou mais articulações.
- Redução de 20% entre 20-65 anos.
Causas:
- Formação de pontes cruzadas entre as fibras de colágeno.
- Diminuição do componente elástico no músculo (fibras de elastina).
- Cartilagens quebradiças, fissuradas, endurecidas e ressecadas.
- Comprometimento das AVDs.
Coordenação
Definição: Interação sincronizada entre o sistema nervoso central e a musculatura esquelética, permitindo uma ação ótima entre grupos musculares na realização de uma sequência de movimentos com o máximo de eficiência e eficácia. É o domínio de situações de ação rápida e consciente, importantes na prevenção de acidentes.
Alterações:
- Alterações no Sistema Nervoso (áreas envolvidas no controle do movimento).
- Alterações musculoesqueléticas (neuromusculares).
Agilidade
Definição: Velocidade com mudanças de direção ou alterações do centro de gravidade. É a capacidade do sistema neuromotor para iniciar, modificar ou finalizar movimentos, envolvendo força muscular, flexibilidade e velocidade, e sendo afetada pela sarcopenia.
Equilíbrio Dinâmico
Definição: Capacidade de controlar a postura corporal estática ou dinâmica, permitindo responder às demandas ambientais de forma eficiente e segura.
Consequências:
- Déficit no andar e na mobilidade.
Atividades impactadas: Andar desviando de obstáculos (mesas, cadeiras), andar rapidamente pela casa, acelerar a passada para alcançar ônibus.
Força Muscular
Definição: Resultado da contração ou tensão muscular máxima ou não, com ou sem produção de movimento ou variação do tamanho do músculo.
- Redução de 12-15% a cada década a partir dos 40 anos.
- Maior perda de força dinâmica (que envolve movimento) do que na estática (manutenção da postura).
- Potência muscular: redução de 3,5%/ano em indivíduos de 65-84 anos.
Causas:
- Alterações no sistema nervoso (diminuição da atividade neural).
- Desequilíbrio entre consumo e gasto de energia.
- Doenças crônico-degenerativas.
- Alterações na função neuromuscular, número de fibras musculares, proporção das fibras do tipo II em relação às do tipo I, área de secção transversa do músculo, velocidade de contração das fibras, entre outras.
Resistência Aeróbica
Definição: Capacidade de realizar movimentos por períodos prolongados de tempo com utilização predominante dos mecanismos de degradação completa dos substratos energéticos. Associada à capacidade que o sistema cardiorrespiratório tem de converter oxigênio em energia por um tempo prolongado.
Causas da redução:
- Diminuição da captação máxima de oxigênio.
- Redução da frequência cardíaca.
- Diminuição do volume de ejeção.
- Redução da ventilação pulmonar.
- Diminuição da força muscular.
- Perda de 1% ao ano.
Fatores extrínsecos como tabagismo, prática de exercícios físicos e dieta podem afetar cada indivíduo que envelhece. Hábitos de vida não saudáveis podem responder por grande parte do declínio observado em todos os sistemas do corpo humano. Sedentarismo e tabagismo são importantes fatores associados ao decréscimo do consumo máximo de oxigênio ao longo dos anos. A prática de exercícios físicos mostra-se eficiente em retardar a velocidade de algumas alterações do envelhecimento, inclusive a redução do consumo de oxigênio. Fatores sociais, políticos, psicológicos e culturais devem ser considerados dentro do processo de envelhecimento.
Doenças Associadas ao Envelhecimento
Doenças Degenerativas e Estresse Oxidativo
O processo de envelhecimento é extremamente complexo e multifatorial, envolvendo fatores genéticos e fatores de risco modificáveis. Propõe-se que o envelhecimento poderia ser decorrente do estresse oxidativo, onde as espécies reativas de oxigênio (radicais livres), por serem moléculas instáveis, levariam a reações de oxidação com outras células, como proteínas, lipídios e o próprio DNA, acarretando alterações dos tecidos e do código genético. Esses processos estão envolvidos em praticamente todas as doenças associadas ao envelhecimento, como:
- Arteriosclerose.
- Hipertensão.
- Doenças coronárias.
- Doenças neurodegenerativas (Alzheimer e Parkinson).
Segundo o IBGE, 22% da população com 60 anos ou mais declararam não ter nenhuma doença, e 45,5% consideraram seu estado de saúde bom ou muito bom.
Doenças Cardiovasculares
Doenças que afetam o funcionamento do sistema circulatório (coração e vasos sanguíneos: veias, artérias e capilares). São a principal causa de morte em todo o mundo (15 milhões de mortes/ano), a maioria em países em desenvolvimento. 30% das mortes globais foram associadas às DCV. É importante criar medidas preventivas efetivas que possam amenizar e/ou reverter esse quadro.
Principais Doenças Cardiovasculares:
- Aterosclerose.
- Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).
- Acidente Vascular Cerebral (AVC).
- Doença Arterial Coronariana (DAC).
- Infarto do Miocárdio (IM).
Aterosclerose
Doença inflamatória crônica caracterizada pelo depósito de gordura (placas de ateroma) nas camadas mais internas das artérias. Com o tempo, as paredes das artérias endurecem e perdem a elasticidade, obstruindo vasos sanguíneos importantes e prejudicando a circulação do sangue. Se não evitada, pode comprometer o funcionamento de órgãos vitais, como as artérias coronárias, causando dores no peito (angina).
Leva alguns anos para se desenvolver e, por isso, pode passar despercebida até ser diagnosticada. Em casos mais graves, pode ser mais evidente e repentina, podendo levar à morte súbita.
Fatores de risco:
- Dislipidemia (colesterol total, LDL-c e triglicerídeos elevados; HDL-c baixo), que estimulam o acúmulo de gordura nas artérias e vasos sanguíneos.
Prevenção:
- Hábitos de vida saudáveis (dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos) auxiliam na manutenção dos valores lipídicos em níveis considerados normais.
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
Afeta 600 milhões de pessoas no mundo (OMS, 2002). No Brasil, atinge 25% dos brasileiros, 50% dos idosos entre 60-69 anos e 75% dos idosos acima de 70 anos, causando alterações funcionais e/ou estruturais cardiovasculares e metabólicas.
Por ser uma doença multifatorial, é difícil estabelecer o que leva uma pessoa a desenvolver HAS.
Fatores de risco:
- Genéticos.
- Fumo.
- Álcool.
- Inatividade física.
- Obesidade.
- Excesso de sal.
- Estresse emocional.
- Tabagismo.
- Menopausa.
É uma doença silenciosa, que muitas vezes não apresenta sintomas. Quando presentes, são discretos e muito parecidos com sintomas de outras doenças (dores de cabeça, falta de ar, cansaço, enjoos, tonturas e sangramentos nasais). A demora no diagnóstico e a falta de adesão ao tratamento (esquecimento de tomar medicamentos ou questionamento da real necessidade) podem acarretar graves complicações.
Complicações da HAS não controlada:
- Acidente Vascular Cerebral (AVC).
- Doença Arterial Coronariana (DAC).
- Insuficiência Renal Crônica.
- Insuficiência Cardíaca.
- Doenças vasculares de extremidades.
Tratamento:
- Medicamentoso.
- Alterações nos hábitos de vida: ingestão de sal, controle de peso, reeducação alimentar, prática regular de exercício físico.
Acidente Vascular Cerebral (AVC)
Sinal clínico de desenvolvimento rápido de um distúrbio focal ou global das funções cerebrais, de possível origem vascular e com duração superior a 24 horas. São lesões cerebrais agudas que comprometem a oxigenação do cérebro. Causado por um coágulo que obstrui a passagem do sangue por uma artéria ou pelo rompimento dessa artéria. Pode levar à morte parcial do tecido cerebral, resultando em paralisia (parcial ou total) do corpo ou até morte súbita. Afeta, na maioria, idosos, porém 20% dos AVCs atingem indivíduos abaixo de 65 anos.
Mecanismos do AVC:
- AVC Isquêmico: Oclusão de um vaso ou pressão de perfusão cerebral.
- Trombose cerebral: oclusão no próprio local da lesão.
- Embolia: coágulo forma-se em outra região do corpo, circula e desloca-se até as artérias cerebrais, ocasionando a obstrução e, consequentemente, o AVC isquêmico.
- AVC Hemorrágico: Extravasamento do sangue para fora dos vasos em razão do rompimento da parede da artéria, ou pelo rompimento de um aneurisma. Fortemente associado à elevação da Pressão Arterial (PA).
Manifestações clínicas:
- Hemiplegia (paralisia total do hemicorpo contralateral à lesão).
- Hemiparesia (paralisia parcial do hemicorpo).
- Alterações motoras, cognitivas, sensoriais e do controle postural.
Tratamento:
- Farmacológico.
- Não farmacológico: prática de exercícios físicos direcionados a esses pacientes, em suas diversas modalidades (dança, exercícios que trabalhem os componentes da capacidade funcional, treinamento de equilíbrio, Square Stepping Exercise).
Doença Arterial Coronariana (DAC)
Associa-se diretamente com o processo aterosclerótico nas artérias coronárias direita e esquerda, que gera possíveis comprometimentos dependendo da região acometida. O processo aterosclerótico resulta em diminuição do fluxo sanguíneo no miocárdio, causado pelo estreitamento das artérias coronárias que irrigam o miocárdio (parede do coração), levando à lesão isquêmica (falta de oxigênio). Se a isquemia se torna prolongada e irreversível, pode levar ao Infarto do Miocárdio (IM).
O processo tem início na infância e adolescência, com possível agravamento na presença de outros fatores de risco:
- Aterosclerose.
- Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS).
- Hipercolesterolemia.
- Tabagismo.
- Intolerância à glicose.
Infarto do Miocárdio (IM)
Principal causa isolada de morte no Brasil e no mundo ocidental. É a falta de suprimento de sangue a determinada parte do músculo cardíaco, resultando na morte das células dessa região do coração por falta de oxigênio e nutrientes importantes. A causa mais comum da morte celular é a isquemia (diminuição de oxigênio) no músculo cardíaco (miocárdio) devido a uma trombose e/ou vasoespasmo sobre uma placa aterosclerótica.
Sintomas:
- Sintoma clássico: dor e pressão aguda no lado esquerdo do peito, podendo afetar também o pescoço e o braço esquerdo.
- Em 15% dos casos, o sintoma pode ser apenas uma dor no lado direito do peito, seguido de vômitos, enjoos, sudorese, falta de ar, palpitações e tonturas.
- A dor se manifesta por mais de 10 minutos.
- Pode ter diferentes intensidades, sumir e voltar espontaneamente.
- Nem todos os pacientes apresentam sintomas, dificultando o diagnóstico precoce.
Classificação:
- Infarto Transmural: Mais comum e usualmente associado à aterosclerose coronária, ruptura de placa e trombose superposta. Necrose isquêmica que envolve a espessura da parede ventricular no trajeto de uma única artéria coronária.
- Infarto Subendocárdico: Necrose isquêmica limitada ao terço interno ou, no máximo, na metade da parede ventricular.
Fatores de risco:
- Aterosclerose.
- Hipercolesterolemia.
- Hipertensão Arterial.
- Tabagismo.
- Obesidade.
- Sedentarismo.
- Diabetes Mellitus.
- Uso de drogas.
- Apneia do sono.
- Arritmias.
Diabetes Mellitus (DM)
Estima-se que 180 milhões de pessoas no mundo tenham diabetes e que esse número possa dobrar até 2030 (OMS, 2009). No Brasil, é a 4ª principal causa de morte da população acima de 60 anos, associada a AVC e IM. É uma desordem metabólica que compromete o metabolismo de carboidratos (CHO), lipídios (LIP) e proteínas (PRO), caracterizada, primariamente, pela presença de hiperglicemia.
Classificação
- Tipo 1: 5% a 10% dos diabéticos. Destruição das células beta pancreáticas que leva à deficiência absoluta de insulina. Os portadores necessitam de injeções diárias de insulina para manterem a glicemia normal. Mais comum em crianças, adolescentes e adultos jovens.
- Tipo 2: Forma predominante de DM em adultos e idosos (90% a 95% dos casos de diabetes). Sua origem se dá por uma série de fatores como a sensibilidade periférica à insulina, perda da 1ª fase de resposta insulínica ou pico precoce e glicogênese hepática noturna. Associado principalmente à obesidade e à tendência familiar.
- Tipo Gestacional: Adquirida durante a gestação. Normalmente se normaliza após o parto. Mulheres que apresentam ou apresentaram diabetes gestacional têm maior risco de desenvolverem DM Tipo 2 na velhice.
Diagnóstico
- Glicemia de jejum (8 horas) igual ou superior a 126 mg/dL (SBD, 2012).
Sintomas
Pode haver ausência de sintomas, com diagnóstico apenas pela análise sanguínea de rotina. Quando presentes, incluem:
- Cansaço.
- Emagrecimento.
- Sede demasiada.
- Sensação de “boca seca”.
- Fome excessiva.
- Excesso de diurese.
Fatores de Risco
- Histórico familiar.
- Obesidade.
- Cardiopatias.
- Idade acima de 45 anos.
- Hipercolesterolemia.
- Hipertrigliceridemia.
- História de macrossomia ou diabetes gestacional.
- Estilos de vida prejudiciais à saúde.
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
A DPOC se destaca como causa de doenças e óbitos em idosos. É uma obstrução crônica do fluxo aéreo, que pode ser parcialmente reversível.
Fatores agressores:
- Tabagismo.
- Exposição a certos gases em ambiente de trabalho.
- Poluição.
- Uso frequente de gás de cozinha sem ventilação adequada.
- Fumo passivo, quando exposto em quantidades elevadas.
Obstrução
A obstrução se dá por:
- Bronquite crônica: acúmulo de muco nas vias aéreas, principalmente nos pulmões.
- Enfisema: doença pulmonar que destrói os alvéolos pulmonares, gerando dificuldade para respirar.
Sintomas
- Tosse com muco (às vezes com sangue).
- Fadiga.
- Dores de cabeça.
- Infecções respiratórias frequentes.
- Falta de ar.
- Inchaço nos tornozelos, pés ou pernas.
- Chiado no peito.
A DPOC pode ser silenciosa, com pouco ou nenhum sintoma. Pode ser diagnosticada e classificada de acordo com sua gravidade pela presença dos sintomas crônicos (principalmente tosse e expectoração) e pela função pulmonar, que pode ser avaliada por espirometria.
Classificação da Gravidade
- Leve.
- Moderada.
- Grave.
- Muito grave.
Doenças Gastrointestinais
Queixas gastrointestinais tornam-se cada vez mais frequentes por parte da população idosa.
Xerostomia (Boca Seca)
Sensação de boca seca, disfunção das glândulas salivares que pode ser decorrente de diversas causas:
Causas:
- Uso de certos medicamentos: analgésicos, anticonvulsivantes, anti-histamínicos, anti-hipertensivos, diuréticos, antidepressivos.
- Pouca ingestão de líquidos.
- Fumo.
- Respiração bucal crônica.
- Doenças sistêmicas e metabólicas.
- Lesão dos nervos das glândulas salivares.
- Deficiência da higiene bucal.
Queixas mais comuns:
- Sensação de secura e ardor na boca e na garganta.
- Dificuldade de mastigar e deglutir.
- Lesões ao se utilizar próteses.
- Necessidade de se ingerir líquidos frequentemente.
- Comida que se adere à mucosa e dentes.
- Restaurações caem com facilidade.
- Aumento do índice de cáries.
Complicações:
- Dificuldade para alimentar-se e falar.
- Mau hálito.
- Aumento do número de cáries dentárias.
- Mucosa da boca se torna mais propensa a desenvolver infecções bucais.
- Necessidade de se ingerir líquidos frequentemente.
Hérnia de Hiato
Passagem de parte do estômago para a região torácica, através do hiato diafragmático. Afeta principalmente pessoas mais velhas, obesas e mulheres. Muitas vezes apresenta-se assintomática e as primeiras manifestações são decorrentes do refluxo gastroesofágico. A incidência aumenta com a idade, afetando de 1% a 20% dos adultos.
Constipação Intestinal
Alteração bastante frequente na população idosa, definida quando o indivíduo realiza menos de 3 evacuações por semana. Atinge 26% dos homens e 34% das mulheres acima de 65 anos. 30% dos idosos independentes fazem uso regular de medicamentos com efeito laxante.
Critérios para diagnóstico (se o indivíduo apresentar 3 ou mais dos sintomas):
- Presença de esforço evacuatório em pelo menos ¼ das defecações.
- Fezes endurecidas ou ressecadas em pelo menos ¼ das evacuações.
- Sensação de esvaziamento incompleto da ampola retal em pelo menos ¼ das defecações.
- Manobras de facilitação manual da evacuação em mais de ¼ das defecações.
- Duas ou menos evacuações por semana.
Causas/Fatores de risco:
- Estruturais ou mecânicas (alterações anatômicas do cólon e reto).
- Distúrbios endócrino-metabólicos (Diabetes Mellitus, hipertireoidismo).
- Uso de drogas (medicamentos anti-hipertensivos, anticolinesterásicos para Alzheimer, uso excessivo de laxantes), entre outros.
- Trânsito intestinal lento.
- Desordem de esvaziamento retal.
Tratamento:
O tratamento se torna importante para o idoso porque, se não controlada, a constipação pode gerar algumas complicações que incluem aumento da pressão intratorácica e da pressão intra-abdominal, impactação fecal, perfuração intestinal e outras como medo, dependência de laxantes, insatisfação, etc.
Doenças Osteoarticulares
Doenças que afetam o sistema esquelético e cuja principal complicação é a possibilidade de desenvolver limitações físicas e na locomoção do indivíduo. Metade da população apresenta algum tipo de doença osteoarticular.
Osteoporose
Distúrbio multifatorial e progressivo do esqueleto. Afeta 30% das mulheres na menopausa e 70% das mulheres com mais de 80 anos (1 em cada 3 desenvolve algum tipo de fratura).
Características:
- Redução da densidade mineral óssea.
- Deterioração da microestrutura óssea.
Consequências:
- Enfraquecimento dos ossos.
- Vulnerabilidade às fraturas.
É uma doença silenciosa e os primeiros sintomas associam-se à ocorrência de fraturas, quando a doença já está instalada. As primeiras fraturas ocorrem espontaneamente nas vértebras, sem qualquer trauma, e acarretam dores na coluna, membros superiores e membros inferiores.
Classificação da Osteoporose
- Primária Tipo 1: Predominante em mulheres e muitas vezes associada à menopausa. Caracterizada pela perda acelerada do osso trabecular e ocorrência de fraturas vertebrais.
- Primária Tipo 2: Predominante em idosos e caracterizada pelo comprometimento do osso cortical e trabecular.
- Secundária: Associada a drogas (glicocorticoides, anticonvulsivos, entre outras), doenças genéticas osteoarticulares, tumores, artrite reumatoide, imobilização prolongada, anemias crônicas, transplantes de órgãos e doenças gastrointestinais.
Prevenção e Tratamento
O diagnóstico precoce da perda óssea é fundamental para que o indivíduo inicie o tratamento, que deve incluir:
- Dieta adequada.
- Ingestão de cálcio.
- Prática de exercício físico (caminhadas, treinamento com pesos e aeróbios com sustentação do corpo).
- Reposição hormonal (para mulheres na menopausa).
Osteoartrite (AO)
Distúrbio musculoesquelético progressivo e silencioso. Afeta articulações (principalmente mãos, coluna, quadril e joelhos). Atinge de 6% a 12% da população adulta e 1/3 de indivíduos com mais de 65 anos.
Características:
- Perda progressiva da cartilagem articular.
- Afeta também ligamentos, ossos e disco intra-articular.
Causas:
- Processos inflamatórios que não fazem parte do curso natural do envelhecimento.
Classificação da Osteoartrite
- Primária: Tipo mais comum, sem origem ou causa identificáveis. Acometimento poliarticular, principalmente nas articulações interfalangeanas distais.
- Secundária: Comprometimento de uma ou mais articulações de grau variado, decorrentes de algumas doenças metabólicas, fatores anatômicos, trauma mecânico (fraturas e sobrecargas).
Fatores de Risco para Osteoartrite
- Idade.
- Sexo feminino.
- Deformações anatômicas.
- Lesão articular.
- Algumas atividades profissionais.
- Obesidade: fator de risco mais significativo e previsível para AO (principalmente no joelho) e no agravamento de lesão articular (não apenas sobrecarga de peso sobre a cartilagem articular e ossos).
Câncer
Conjunto de mais de 100 doenças que, em comum, são caracterizadas pelo crescimento desordenado (maligno) celular que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se (metástase) para outras regiões do corpo.
- Dois terços dos diagnósticos são em indivíduos com mais de 65 anos (câncer de reto, estômago, pâncreas, cólon e bexiga).
- Metade dos casos de câncer de pulmão e linfoma (sistema linfático que produz e transporta os glóbulos brancos, células que combatem as infecções e participam do sistema de defesa do organismo) são em indivíduos com mais de 65 anos.
- A taxa de mortalidade ultrapassa 80%.
Causas do Câncer
- Fatores ambientais: exposição prolongada a agentes carcinogênicos (substâncias químicas do ambiente, da alimentação, agentes físicos como certos tipos de radiação). Esses agentes carcinogênicos são capazes de mudar e alterar, definitivamente, a constituição genética da célula (DNA).
- Tabaco: principal fator ambiental carcinogênico. Causa primária de câncer de pulmão, laringe, cavidade oral e esôfago.
- Álcool: associado a tumores de esôfago, cavidade oral, faringe, laringe, mama, fígado, reto e pâncreas.
- Fatores genéticos hereditários: presentes principalmente no câncer de mama, estômago e intestino.
Classificação do Câncer (dependente do tipo de célula afetada)
- Carcinoma: afeta tecidos epiteliais (pele e mucosas).
- Sarcoma: afeta tecidos conjuntivos (ossos, músculo ou cartilagem).
Prevenção do Câncer
- Parar de fumar.
- Moderação na ingestão de álcool.
- Dieta saudável.
- Atividade física (exercício físico).
- Moderação na exposição solar.
Transtornos Mentais
Síndromes frequentes na psiquiatria geriátrica, com 17% a 30% dos idosos apresentando algum quadro associado a transtornos mentais.
Fatores predisponentes:
- Gênero feminino.
- Baixa renda.
- Baixa escolaridade.
- Doenças físicas.
- Incapacidades funcionais.
Transtorno Bipolar e Distimia
Transtorno Bipolar:
- Características: Episódios alternados de humor com euforia exacerbada (mania), podendo apresentar características psicóticas tais como ilusões e alucinações, e depressão. A alternância, intensidade e duração dos episódios podem variar, mas é sempre recorrente.
- Tratamento: Acompanhamento psicoterápico e intervenção farmacológica, além da observação do comportamento a fim de minimizar os riscos de suicídio.
Distimia:
- Características: Período longo de humor cronicamente deprimido e ocorrência de eventuais episódios de mania. Durações e intensidades menos severas que nos transtornos bipolares. Tendem a evoluir para depressão, mas podem converter-se em transtorno bipolar também.
- Tratamento: Farmacológico (drogas antidepressivas).
Transtornos de Ansiedade e Pânico
Ansiedade Patológica: Quadro de ansiedade crônica e descontrolada.
- Características: Estado emocional transitório que envolve conflitos psicológicos e sentimentos desagradáveis de tensão, angústia e sofrimento. Esses sentimentos manifestam-se fisicamente por meio de taquicardia, distúrbios do sono, sudorese, vertigens, problemas gastrointestinais e náuseas.
Efeitos e Fobias no Idoso:
- Medos e expectativas excessivas com relação a situações cotidianas.
- Fobia social: impedimento ou comprometimento de ações devido a perdas funcionais (p.ex.: comer utilizando próteses dentárias em público, manusear objetos que requerem motricidade fina, etc.).
- A imposição de isolamento desencadeia o distúrbio com mais facilidade.
- Após estresse traumático (perda de um ente, diagnóstico clínico de doença grave envolvendo risco real de morte, perda da autonomia e institucionalização), pode ocorrer medo intenso e desamparo, desencadeando eventos de pânico.
- Se dois ou mais ataques de pânico ocorrem consecutivamente em curto espaço de tempo, pode caracterizar-se o surgimento de um transtorno de pânico.
Tratamento:
- Intervenções não farmacológicas: ampliar contato interpessoal e promover estímulos que auxiliem nos ajustes cognitivos e comportamentais.
- Farmacológico: Indicado em casos persistentes e pode ser associado a terapias comportamentais.
Conclusão: Prevenção e Qualidade de Vida
Fatores genéticos e ambientais interferem no processo de envelhecimento, e a interação de todos eles pode influenciar na gênese de algumas doenças associadas ao envelhecimento. A inatividade física é um dos hábitos de vida não saudáveis que pode ser considerado fator de risco para a maioria das doenças. Sendo assim, a prática regular de exercício físico se torna imprescindível para a prevenção e promoção da qualidade de vida na velhice.