Conceitos-Chave em Marx e Nietzsche: Alienação e Metamorfoses
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Análise de Conceitos Filosóficos: Marx e Nietzsche
Karl Marx: A Alienação do Trabalho
O autor deste trabalho é Karl Marx, que desenvolveu a sua vida na Europa capitalista e burguesa do século XIX. Ele foi um dos mais proeminentes representantes da esquerda hegeliana, influenciado pelos economistas ingleses e pelos socialistas utópicos franceses, analisando criticamente a sociedade do seu tempo a partir de uma posição materialista. Em sua obra extensa e influente, abordou diferentes campos. Juntamente com Engels, é o pai do socialismo científico e do Manifesto do Partido Comunista. A influência de seu pensamento tem sido enorme, tanto na filosofia quanto na política.
Neste texto, Marx tenta explicar um conceito-chave de sua teoria: a alienação do trabalho. Trabalhar no modo de produção capitalista é uma alienação do ser humano, porque o desativa de seu próprio desempenho e o resultado de sua atividade produtiva será expropriado.
Ideias Centrais sobre a Alienação do Trabalho
- Marx analisa o que é a alienação do trabalho: o trabalho já não pertence ao trabalhador, mas está nas mãos de quem detém os meios de produção. O trabalhador sente-se privado de algo que era seu. O trabalho é "externo".
- Isso causará a infelicidade da classe operária. Trabalhar em série não é uma atividade libertadora que satisfaz e realiza o ser humano, mas o torna desgraçado. É um trabalho "forçado".
- O homem só se sente bem fora do seu trabalho; apenas quando não está trabalhando, sente-se parte de sua vida. O trabalho é um "meio" para atender às necessidades e envolve auto-sacrifício e mortificação.
- Este trabalho não pertence ao trabalhador, mas ao capitalista que possui os meios de produção.
- Assim como a religião é uma forma de alienação, o trabalho também o é. O homem cria um Deus ao qual se submete, e no trabalho ele não reconhece o produto de seus esforços, pois o valor do seu trabalho vai para as mãos da classe poderosa, tornando-a mais rica.
Relações entre as Ideias
- O texto começa com a questão da alienação. Marx define o que é e quais as consequências da alienação do trabalho para a vida da classe trabalhadora.
- A justificação para esta situação é que o homem não quer continuar em seu trabalho e o sente como uma obrigação, uma forma de escravidão, não como uma fonte de autorrealização.
- Conclui fazendo um paralelo entre a alienação religiosa e a alienação no trabalho.
Pontos Essenciais para a Explicação
- A explicação deve salientar os seguintes pontos, sempre se referindo ao texto:
- O trabalho como a essência do homem (o homem é um ser prático que constrói sua identidade através do trabalho).
- O objetivo de Marx ao analisar a economia capitalista burguesa.
- A alienação do trabalho e outras formas de alienação (sem mencionar a religiosa).
Friedrich Nietzsche: As Três Metamorfoses do Espírito
O autor deste texto é Nietzsche, filósofo cujo pensamento foi desenvolvido na segunda metade do século XIX. É um dos mais críticos da cultura ocidental, contaminada pela filosofia platônica e pela religião judaico-cristã. Nele encontramos uma atitude de suspeita e denúncia: as coisas não são como parecem. Os valores da cultura ocidental já não se aplicam; esses valores estão vazios. Por outro lado, a vitalidade é mostrada na atitude de afirmação dos valores da vida em detrimento daqueles ligados ao direito.
Sobre a Questão: As Três Metamorfoses do Espírito
A questão central são as três metamorfoses do espírito que permitem ao homem converter-se num espírito livre e criador (o Super-homem). Esta tríplice transformação do espírito — camelo, leão e criança — simboliza a evolução histórica da moralidade.
"Há três transformações do espírito humano: o camelo, o leão e a criança."
- Expressa o que se entende pelo espírito do camelo, que carrega um fardo pesado e se ajoelha para ser carregado. O camelo é humilhado e ridiculariza sua própria sabedoria. Representa a moral judaico-cristã.
- Explica a transformação como um leão, que representa a liberdade e a negação do "tu", substituindo-o pelo "eu quero", lançando as bases para a criação de novos valores.
- Refere-se à última transformação do espírito: a criança, inocente e sem preconceitos, pronta para criar novos valores.
Lista de Ideias
- O texto apresenta uma estrutura simples, começando por afirmar o tema a ser desenvolvido: as três transformações do espírito.
- Desenvolve essas três transformações do espírito: Esta parte descreve como o espírito se torna um camelo, o camelo em leão e o leão em criança.
- O camelo representa o momento da humanidade que se inicia com o platonismo e se estende até o fim da modernidade.
- O leão representa o homem como um crítico, que destrói o conjunto de valores, toda a cultura ocidental e o estilo de vida.
- E a criança é o homem que inventa os valores, que leva a vida como um jogo, é o mundo dionisíaco radical. É a metáfora do futuro do homem: o Super-homem.
- Conclui, referindo-se às três transformações mencionadas.
Explicação
Este texto reflete a proposta de Nietzsche para superar o declínio da civilização ocidental. O texto expressa metaforicamente a evolução histórica da moralidade humana: o camelo representa a moralidade judaico-cristã; o leão, o niilista, em oposição à moralidade tradicional; e a criança, a nova moralidade que ultrapassa as etapas anteriores.