Conceitos Essenciais de Economia

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Conceitos Fundamentais de Economia

Economia é a ciência social que estuda a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. A Microeconomia é definida como um problema de alocação de recursos escassos em relação a uma série possível de fins. A microeconomia preocupa-se em explicar como é gerado o preço dos produtos finais e dos fatores de produção num equilíbrio, geralmente perfeitamente competitivo, e o comportamento econômico individual de firmas, bem como a distribuição da renda entre elas.

Teorias Econômicas Fundamentais

Teoria do Consumidor

A Teoria do Consumidor estuda as preferências do consumidor, analisando seu comportamento, suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado. A partir dessa teoria, determina-se a curva de demanda.

Teoria da Firma

A Teoria da Firma estuda a estrutura econômica de organizações cujo objetivo é maximizar lucros. Para isso, essas organizações compram fatores de produção e vendem o produto desses fatores para os consumidores. Estuda estruturas de mercado tanto competitivas quanto monopolísticas. A partir dessa teoria, determina-se a curva de oferta.

Teoria da Produção

A Teoria da Produção estuda o processo de transformação de fatores adquiridos pela empresa em produtos finais para venda no mercado. Analisa as relações entre as variações dos fatores de produção e suas consequências no produto final. Determina as curvas de custo, que são utilizadas pelas firmas para definir o volume ótimo de oferta.

Macroeconomia

A Macroeconomia é uma das divisões da ciência econômica dedicada ao estudo, medida e observação de uma economia regional ou nacional como um todo. É um dos dois pilares do estudo da economia, sendo o outro a microeconomia. A estrutura macroeconômica compõe-se de cinco mercados:

  • Mercado de Bens e Serviços: determina o nível de produção agregada, bem como o nível de preços.
  • Mercado de Trabalho: admite a existência de um tipo de mão de obra independente de características, determinando a taxa de salários e o nível de emprego.
  • Mercado Monetário: analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central, que determina a taxa de juros.
  • Mercado de Títulos: analisa os agentes econômicos superavitários, que possuem um nível de gastos inferior à sua renda, e deficitários, que possuem gastos superiores ao seu nível de renda.
  • Mercado de Divisas: depende das exportações e de entradas de capitais financeiros, determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro.

Principais Indicadores e Conceitos Econômicos

Paridade do Poder de Compra (PPC)

A Paridade do Poder de Compra (PPC) ou Paridade do Poder Aquisitivo (PPA) é um método alternativo à taxa de câmbio para se calcular o poder de compra de dois países. A PPC mede quanto uma determinada moeda pode comprar em termos internacionais.

A economia do Brasil tem um mercado livre e exportador. Medido por paridade de poder de compra, seu produto interno bruto.

Indústria e Seus Tipos

Indústria é toda atividade humana que, através do trabalho, transforma matéria-prima em outros produtos, que em seguida podem ser, ou não, comercializados.

Indústria de Bens de Produção (Base)

É toda indústria que trabalha com matéria-prima bruta, transformando-a em matéria-prima para outras indústrias.

Indústria de Bens Intermediários ou de Bens de Capital

Transforma matéria-prima bruta em outro tipo de matéria-prima e são aquelas que produzem máquinas para outras indústrias. Ex.: fábricas de tornos (equipam indústrias mecânicas).

Indústria de Bens de Consumo

É aquela que produz produtos voltados ao grande mercado consumidor.

Produto Interno Bruto (PIB) e PNB

O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma das riquezas geradas pelo conjunto dos mais diversos setores no País. Ele mede a diferença entre o custo de se produzir e o que se obtém como fruto dessa produção, o chamado valor agregado.

O PIB difere do Produto Nacional Bruto (PNB) basicamente pela Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE): ela é desconsiderada no cálculo do PIB e considerada no cálculo do PNB, inclusive porque o PNB é gerado a partir da soma do PIB mais entradas e saídas de capital. Esta renda representa a diferença entre recursos enviados ao exterior e recebidos do exterior.

O PNB (Produto Nacional Bruto) considera todos os valores que um país, por exemplo, recebe do exterior, além das riquezas que foram apropriadas por outras economias, ou seja, os valores que saem. É justamente essa a diferença: o PNB considera as rendas enviadas e recebidas do exterior, enquanto o PIB, não.

Índices de Preços (IGP, IPA, IPC)

Índice Geral de Preços (IGP)

O Índice Geral de Preços (IGP), calculado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é uma média ponderada do Índice de Preços no Atacado (IPA), com peso 6; do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no Rio de Janeiro e São Paulo, com peso 3; e do Custo da Construção Civil (INCC), com peso 1. É usado em contratos de prazo mais longo, como aluguel.

Índice de Preços por Atacado (IPA)

O Índice de Preços por Atacado (IPA), calculado pela FGV com base na variação dos preços no mercado atacadista. Este índice é calculado para três intervalos diferentes e compõe os demais índices calculados pela FGV (IGP-M, IGP-DI e IGP-10) com um peso de 60%.

IGP-DI, IGP-M e IGP-10

O Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), da FGV, tenta refletir as variações mensais de preços, pesquisados do dia 01 ao último dia do mês corrente. Ele é formado pelo IPA (Índice de Preços por Atacado), IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e INCC (Índice Nacional do Custo da Construção), com pesos de 60%, 30% e 10%, respectivamente. O índice apura as variações de preços de matérias-primas agrícolas e industriais.

O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), também produzido pela FGV com metodologia igual à utilizada no cálculo do IGP-DI. A principal diferença é que, enquanto este abrange o mês fechado, o IGP-M é pesquisado entre os dias 21 de um mês e 20 do mês seguinte.

Foi criado por solicitação de entidades do setor financeiro que, diante das mudanças frequentes promovidas pelo governo nos índices oficiais de inflação na década de 80, desejavam um índice com mais credibilidade e independência. O contrato de prestação de serviços entre essas entidades e a FGV foi celebrado em maio de 1989.

O Índice Geral de Preços 10 (IGP-10), também da FGV, é elaborado com a mesma metodologia do IGP e do IGP-M, mudando apenas o período de coleta de preços: entre o dia 11 de um mês e o dia 10 do mês seguinte.

IPC - Rio de Janeiro

O Índice de Preços ao Consumidor - Rio de Janeiro (IPC-RJ), índice que considera a variação dos preços na cidade do Rio de Janeiro, é calculado mensalmente pela FGV e toma por base os gastos de famílias com renda de um a 33 salários mínimos.

Taxa Referencial (TR)

A Taxa Referencial (TR) é a sigla para a última Taxa Referencial do Sistema do Lote de Juros. A TR foi criada no II, pelo funcionário de primeiro escalão Eliseu Drummond, braço direito da Ministra da Fazenda Zélia Cardoso de Mello, com a intenção de ser uma taxa básica referencial dos juros a serem praticados no mês. Em 1990, foi usada como índice econômico de correção monetária, o que gerou protestos e ações na Justiça.

Taxa de Câmbio

A Taxa de Câmbio é o preço de uma unidade monetária de uma moeda em unidades monetárias de outra moeda. Pode ser definida em termos diretos (ao incerto) ou em termos indiretos (ao certo). A taxa de câmbio está definida em termos diretos quando exprime o preço de uma unidade monetária estrangeira em unidades monetárias de moeda nacional (exemplo: a taxa de câmbio USD/EUR está definida de forma direta para os habitantes da zona do euro; ou está definida de forma indireta para os habitantes dos EUA).

Inflação, Deflação, Desinflação e Hiperinflação

Em economia, inflação é a queda do valor de mercado ou poder de compra do dinheiro. Isso é equivalente ao aumento no nível geral de preços. Inflação é o oposto de deflação. Inflação zero, ou muito baixa, é uma situação chamada de estabilidade de preços.

Deflação é a redução do nível geral de preços, de forma persistente (vários meses consecutivos) e aplicada à generalidade dos produtos. A deflação conduz à criação de expectativas de uma inflação negativa a médio prazo. Pode ser gerada pela baixa procura de determinados produtos ou serviços, ou pela maior oferta, menor demanda (procura) e pelo volume de moeda em circulação.

Taxa SELIC

A Taxa SELIC é um índice pelo qual as taxas de juros cobradas pelos mercados se balizam. É a taxa básica utilizada como referência pela política monetária. A taxa overnight do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (SELIC), expressa na forma anual, é a taxa média ponderada pelo volume das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e realizadas no SELIC, na forma de operações compromissadas. É divulgada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM).

Instituições e Políticas Econômicas

Banco Central do Brasil (BACEN)

O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) possui as seguintes competências exclusivas:

  • Emitir papel-moeda e moeda metálica;
  • Executar serviços de meio circulante;
  • Receber os recolhimentos compulsórios dos bancos comerciais;
  • Realizar operações de redesconto e empréstimos de assistência à liquidez às instituições financeiras;
  • Regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;
  • Efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos públicos federais;
  • Autorizar, normatizar, fiscalizar e intervir nas instituições financeiras;
  • Controlar o fluxo de capitais estrangeiros, garantindo o correto funcionamento do mercado cambial.

A Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC) foi a autoridade monetária anterior à criação do Banco Central do Brasil. Com a sua criação, o novo órgão veio a se juntar ao Banco do Brasil (BB), cujas algumas de suas funções, que cabiam ao Banco, foram repassadas a esse órgão, ao Tesouro Nacional e à Caixa de Amortização, extinta em 31.03.1965, quando o Banco Central do Brasil (BACEN) começou suas atividades.

BNDES e o Novo Modelo Econômico

Em uma economia na qual o crédito privado é abundante e as empresas teoricamente sobreviveriam sem o crédito barato do governo, alguns economistas questionam o papel do BNDES. Outros defendem um novo posicionamento dos bancos estatais, com modificações no atual sistema, para continuar suportando o crescimento do país.

Bolsa de Valores

A Bolsa de Valores é o mercado organizado onde se negociam ações de empresas de capital aberto (públicas ou privadas) e outros instrumentos financeiros como opções. Pode ser na forma de uma associação civil sem fins lucrativos, que mantém o local ou o sistema de negociação eletrônico adequado à realização de transações de compra e venda de títulos e valores mobiliários. Contudo, o mais usual hoje em dia é que as Bolsas de Valores atuem como S.A.s visando lucro através de seus serviços. Seu patrimônio, no caso das associações civis, é representado por títulos pertencentes às sociedades corretoras que a compõem; no caso das S.A.s, este patrimônio é composto por ações. A bolsa deve preservar elevados padrões éticos de negociação, divulgando — com rapidez, amplitude e detalhes — as operações executadas.

Instrumentos de Política Monetária

  • Incentivo/Restrição ao Crédito: Por ter efeito direto sobre determinados setores da economia, o incentivo ou a restrição ao crédito são utilizados pelo governo como instrumentos de desenvolvimento microeconômico. Assim, se o governo deseja expandir o agronegócio, cria incentivos para a concessão de créditos aos produtores rurais. Se deseja restringir o consumo de determinado segmento de produtos, cria instrumentos que restrinjam o acesso ao crédito para compra de produtos desse segmento. Por não ser gerenciado pelo Banco Central, este deve levar em conta os efeitos produzidos pelo incentivo ou pela restrição ao crédito na quantidade de dinheiro em circulação, para poder calibrar a utilização dos outros instrumentos no cumprimento dos seus objetivos.
  • Compra/Venda de Títulos Públicos: Através da compra e da venda de títulos públicos, o Banco Central afeta diretamente a quantidade de dinheiro em circulação. Ao comprar títulos do público, o Banco Central promove política monetária expansionista, pois entrega dinheiro em troca dos títulos. Ao contrário, para enxugar a liquidez do sistema, o Banco Central pode vender títulos de sua carteira própria, entregando papéis e recebendo dinheiro, que é tirado de circulação.
  • Depósitos Compulsórios: Parte dos depósitos efetuados pelos clientes não bancários nos bancos comerciais deve ser recolhida ao Banco Central, compulsoriamente. Esse instrumento tem o objetivo de diminuir o poder que os bancos comerciais possuem de multiplicar o dinheiro em circulação através dos empréstimos, possibilitando ao Banco Central manter o controle da quantidade de dinheiro em circulação.
  • Taxa de Redesconto: Taxa exigida pelo Banco Central para cobrir eventuais "buracos" nos caixas dos bancos comerciais. Se a taxa é baixa e o prazo é longo, os bancos podem se expor a riscos maiores, aumentando os empréstimos e, por consequência, a quantidade de dinheiro em circulação. Se a taxa é alta e o prazo é curto, os bancos precisam exigir riscos menores, diminuindo os empréstimos e, por consequência, a quantidade de dinheiro em circulação.
  • Taxa de Juros: Na teoria, a taxa de juros tem efeito direto sobre a poupança, influenciando a remuneração do capital, e sobre os investimentos, influenciando o custo do capital. Assim, se o objetivo é uma política monetária restritiva, a elevação da taxa de juros irá diminuir a quantidade de dinheiro em circulação, ao estimular a poupança e elevar os custos dos investimentos. Ao contrário, para estimular o consumo e os investimentos, as taxas de juros devem ser mais baixas.

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) é uma autarquia federal brasileira que tem como objetivo orientar, fiscalizar, prevenir e apurar abusos do poder econômico, exercendo papel tutelar na prevenção e repressão desses abusos.

  • Preventivo: Análise dos atos de concentração (fusão, incorporação, cisão e associação) entre agentes econômicos, ou seja, impor obrigações de fazer, não fazer, determinar alienações e alterações nos contratos dos agentes.
  • Repressivo: Análise de condutas anticoncorrenciais, ou seja, reprimir práticas infrativas à ordem econômica, tais como cartéis, vendas casadas, preços predatórios, acordos de exclusividade, entre outras.
  • Educativo: Papel pedagógico, com palestras, cursos e seminários.

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