Conceitos Essenciais em Teoria Econômica: Marx, Neoclássicos e Keynes
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Mais-Valor: Absoluto, Relativo e Extraordinário
O conceito de mais-valor absoluto é um modo de incrementar a produção do excedente, onde as empresas intensificam o ritmo de trabalho através de controles impostos aos operários, forçando-os a produzir mais mercadorias e, consequentemente, mais-valor. Em contraste, a mais-valor relativa surge de um modo de produção mais dinâmico, onde o mecanismo utilizado não exige tanto do funcionário, mas sim a contínua transformação dos métodos de produção e a inovação tecnológica. Já a mais-valor extraordinária é uma variação da relativa, ocorrendo quando há a inserção de máquinas e o aperfeiçoamento da produção. Isso eleva a produtividade em relação aos antigos métodos utilizados no setor, diminuindo o valor social da mercadoria e aumentando as taxas de mais-valor em relação à taxa corrente.
Lei da Queda Tendencial da Taxa de Lucro
Utilizando a formulação matemática da lei da queda tendencial da taxa de lucro, explicamos essa relação econômica de longo prazo:
p' = m' / (g + 1)
Onde p' é a taxa geral de lucro, m' é a taxa de mais-valor e g é a composição orgânica do capital, uma medida do ritmo de substituição de trabalho por capital fixo (máquinas, equipamentos, robôs). Em seguida, enumeramos os fatores de contratendência, isto é, aqueles que, no longo prazo, impedem ou adiam a queda tendencial.
No longo prazo, a dinâmica da acumulação de capital substitui o trabalho por capital. Isso significa que o crescimento da composição orgânica do capital ocorre em um ritmo superior ao crescimento da taxa de mais-valor, provocando a queda da taxa de lucro. Com base nisso, os fatores de contratendência seriam: a abertura de novos mercados consumidores, o aumento da intensidade do trabalho e a exploração de novas fontes de matéria-prima e energia.
Teoria Marginalista Neoclássica: Pressupostos e Autores
A teoria marginalista neoclássica tem como pressupostos principais:
- A definição do valor dos bens a partir da utilidade.
- A mensuração do valor que um indivíduo atribui a um bem através da utilidade marginal.
- A premissa de que o trabalho é realizado porque seus bens e serviços proporcionam utilidade, visto que a atividade em si causaria desprazer.
- A escassez relativa, que determina o valor de troca.
Seus principais autores fundadores incluem William Stanley Jevons, Carl Menger e Léon Walras.
Escolas Clássica e Neoclássica: Continuidade e Ruptura
Comparando a escola neoclássica com a escola clássica (Smith, Ricardo, Malthus, Say e Mill), destacam-se pontos de continuidade e de ruptura. Os pontos de continuidade e ruptura foram a visão em torno da dinâmica econômica, onde alguns a consideravam uma tendência e outros um desequilíbrio, e os métodos de análise, com a discussão sobre qual seria o mais adequado: o individualismo metodológico ou o globalismo e holismo metodológico.
Equilíbrio Parcial e Geral: Marshall vs. Walras
A escola marginalista neoclássica apresenta-se em duas vertentes principais: a do equilíbrio parcial (Marshall e seguidores) e a do equilíbrio geral (Walras e seguidores). Ambas as vertentes têm como ponto em comum a análise microeconômica do mercado, visando analisar o equilíbrio de produção e consumo. As diferenças residem no fato de que o equilíbrio geral tenta demonstrar a possibilidade de existência de um equilíbrio simultâneo de todos os mercados que compõem uma economia (assumindo mercados em concorrência perfeita) e a tentativa de validar a "mão invisível". Em contraste, o equilíbrio parcial analisa mercados isolados.
Validade do Equilíbrio Geral Walrasiano: Desafios
A validade da teoria do equilíbrio geral (EG) walrasiano pressupõe a solução matemática de três problemas: a) o problema da existência do EG; b) o problema da unicidade do EG e c) o problema da estabilidade do EG. Os problemas são:
- Existência do EG: A possibilidade de um equilíbrio em mercados concorrenciais.
- Unicidade do EG: A garantia de que esse equilíbrio seja único.
- Estabilidade do EG: A capacidade do sistema de retornar ao equilíbrio após choques e perturbações, pois seria disfuncional para a economia se as trajetórias de estabilidade dinâmica fossem permanentemente vulneráveis.
Devido à natureza volátil e imprevisível das ações humanas, Walras não conseguiu demonstrar a solução matemática completa para esses problemas de equilíbrio.
Keynes: Demanda Efetiva e Preferência pela Liquidez
O problema da demanda efetiva e a preferência pela liquidez encontram-se entre os fundamentos do pensamento econômico de Keynes. Para Keynes, a preferência pela liquidez, em um período de incerteza, faz com que os agentes econômicos (empresas e consumidores) retenham moeda. Segundo ele, a moeda é a liquidez por excelência e permite uma ponte entre o presente e o futuro incerto. O Princípio da Demanda Efetiva (PDE) afirma que os empresários baseiam suas decisões de produção e investimento não na renda disponível aos agentes econômicos, mas em seus gastos concretos.
O Paradoxo da Poupança na Teoria Keynesiana
Keynes analisou o paradoxo da poupança, que demonstra que, se uma pequena parte da população decide aumentar sua poupança, isso pode não causar impacto significativo no agregado macroeconômico. No entanto, o paradoxo se manifesta quando o aumento da poupança agregada, que inicialmente poderia impulsionar o investimento e a renda, leva, em seguida, à queda do consumo das famílias, das vendas e do lucro empresarial.