Conceitos Filosóficos da Matéria: Demócrito, Bueno e Berkeley

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O Atomismo de Demócrito

Demócrito desenvolveu uma teoria da physis que pode ser considerada um atomismo materialista corpóreo. Ele afirmava que a matéria é composta por partículas sólidas, eternas, imutáveis, minúsculas, de diversas formas, que dão origem à vida e à morte das coisas naturais pelo seu encontro e separação. Essas partículas são chamadas átomos, ou seja, 'indivíduos' (indivisíveis). O movimento desses átomos é intrínseco; portanto, a ordem da natureza que observamos tem sua origem no acaso e poderia ser totalmente diferente. Uma das frases que corrobora essa teoria é: "Porque, basicamente, tudo é feito dos mesmos átomos."

O Materialismo Filosófico de Gustavo Bueno

É uma doutrina sobre a estrutura da realidade, caracterizada por sua oposição ao monismo materialista (próprio do Diamat) e ao idealismo monista ou de cunho teológico-espiritista. O materialismo filosófico é um sinal de pluralismo racionalista que postula, no entanto, a singularidade do mundo no desenvolvimento de uma questão ontológica geral que não se limita ao mundo empírico. O materialismo filosófico nega a continuidade do monismo e, em conformidade com a doutrina da symploké, afirma que "tudo tem influência em tudo". Contrapõe-se, assim, ao atomismo pluralista, que defende que "nada tem qualquer influência em tudo".

Os Três Tipos de Materialidade no Materialismo Filosófico

O mundo material é estratificado em três gêneros (e não três mundos):

  • Matéria primogenérica: como sólidos corpóreos ou incorpóreos (ex: ondas eletromagnéticas);
  • Matéria segundogenérica: como as operações de pessoas, projetos e planos sociais ou políticos, memórias, desejos ou vontades;
  • Matéria terciogenérica: como as relações expressas em teoremas geométricos (ex: o de Pitágoras).

O mundo material é organizado em morfologias características, cuja análise é o principal objetivo da ontologia particular.

A Existência da Matéria Segundo Berkeley

A matéria é algo dotado de qualidades "primárias" (como quantidade) e "secundárias" (como cor). Para Berkeley, essas qualidades não existem fora dos nossos sentidos, o que se reflete na sua variação de uma pessoa para outra.

Portanto, para Berkeley, a matéria não é nada mais do que uma coleção de impressões subjetivas que existem apenas na mente: o mundo físico só existe na mente, é uma ideia subjetiva. Na linguagem de hoje, poderíamos dizer que a realidade nada mais é do que a informação na mente do sujeito.

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