Conceitos Filosóficos: Retórica, Verdade e Conhecimento
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Retórica: A Arte de Persuadir vs. Manipular
Fala-se de bom uso da retórica, ou de retórica branca, quando se permite que os elementos do auditório ajuízem e se expressem de modo congruente e crítico. A este respeito, fala-se de uso ético da retórica ou de persuasão.
Relativamente ao mau uso da retórica, ou retórica negra, este aplica-se quando a argumentação degenera numa forma de ludibriar o auditório, em função do abuso da retórica ou de manipulação.
Diferença entre Persuasão e Manipulação
Persuadir não é o mesmo que manipular. A grande diferença reside na intenção do orador. No caso da persuasão, o objetivo é apenas provocar a adesão, apelando a fatores racionais e emocionais. O poder da persuasão é tão antigo como a humanidade. O sucesso da persuasão vai além da força dos seus argumentos, dizendo respeito também à personalidade credível e responsável do orador. O modo como os outros o encaram enquanto profissional e pessoa, e o timing certo (hora H) e adequado, são fatores decisivos.
A Relação entre Cérebro e Mente
O cérebro (ou encéfalo) é um conjunto de neurônios interligados, um órgão biológico. A mente é a faculdade que nos permite tomar consciência da realidade interior ou exterior, ter pensamentos, sentir felicidade, angústia, dor, prazer, tomar decisões, etc.
Há uma profunda interdependência entre cérebro e mente. Por exemplo, um comprimido para a dor de cabeça faz desaparecer a experiência chamada dor. Quando o corpo está desidratado, o cérebro recebe a informação, a mente toma consciência e induz uma resposta do corpo, como beber água.
Duas Conceções de Verdade: Sofistas vs. Platão
Para os Sofistas, a verdade é um ponto de vista, não havendo ou não nos sendo possível conhecer uma verdade única e estável. Assim, para eles, qualquer opinião é, em princípio, defensável, e a verdade é a tese (ou ponto de vista) defendida pelo melhor orador.
Platão, pelo contrário, concebe a verdade como sendo a visão da realidade captada pela razão. Esta visão é a meta que os filósofos se propõem a alcançar.
Ontologia e as Condições do Conhecimento
Realidade e Ontologia
Realidade ou plano ontológico são termos que utilizamos para designar tudo o que é, a que os filósofos chamam ser, independentemente de sabermos ou não da sua existência e do conhecimento que dele podemos ter.
O Ato de Conhecer
O ato de conhecer envolve um sujeito (o cognoscente, aquele que conhece) e um objeto (o cognoscido, aquilo que é conhecido).
Para que exista conhecimento, têm de estar reunidas três condições: crença, verdade e justificação. Isoladamente, as três condições são encaradas como necessárias, mas não suficientes. Em conjunto, são suficientes para que uma proposição seja considerada um caso de conhecimento.
A Dúvida Metódica de Descartes
A dúvida metódica é um instrumento com que o filósofo racionalista René Descartes procurou chegar à prova da existência de verdades absolutas, logicamente necessárias e de reconhecimento universal, tal como exige a defesa do Dogmatismo por ele preconizada.
Este método consistia na filtragem de todas as suas ideias, eliminando aquelas que não se afigurassem como verdadeiras e fossem dúbias, retendo apenas as ideias que não suscitavam qualquer tipo de dúvida. Sendo dogmático, ou seja, acreditando na possibilidade de conhecer a realidade, Descartes usou o processo da dúvida como um método para atingir a descoberta de verdades absolutas.
Características da Dúvida Cartesiana
A dúvida é:
- Metódica: É um método para encontrar a verdade.
- Hiperbólica: É exagerada, duvida-se de tudo.
- Voluntária: É um ato deliberado da vontade.
- Provisória: Não é um fim em si mesma, mas um meio.
- Radical: Incide sobre os fundamentos do conhecimento.