Conceitos Fundamentais da Antropologia e a Evolução do Espaço Social

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1. Antropologia: Definição e Âmbito de Estudo

A palavra Antropologia deriva do grego "anthropos" (homem) e "logos" (estudo, ciência e razão).

Estuda o comportamento do homem, a forma como se insere no mundo e o motivo do seu comportamento, considerando a cultura, a herança genética e a história da evolução do país em que se insere, bem como a evolução da arquitetura, educação e cultura, entre outros aspetos.

Procura ter em conta as relações sociais, económicas e sentimentais, ou seja, a coexistência de diferentes povos e civilizações. A Antropologia está aliada a outras áreas cujo objetivo se debruça sobre o homem, tais como:

  • História
  • Psicologia
  • Arqueologia
  • Filosofia
  • Sociologia

Ajuda o homem a conhecer a sua origem, considerando as heranças culturais, genéticas e as suas origens. Recai também sobre as artes produzidas pelo homem, que são um reflexo da sua evolução.

2. Conceito de Espaço, Grupo Social e Conjuntos Culturais

Quatro Tipos de Espaços Antropológicos:

  • Terra: Compreensão da vida humana e animal.
  • Território: Reflexão sobre a inserção do indivíduo na terra.
  • Espaço do Saber: Investigação do mundo digital.
  • Espaço de Mercadorias: Estudo do capitalismo.

Território: É o espaço no qual o ser humano se relaciona sem causar nenhum vínculo ou alteração de algum tipo.

3. Condicionantes da Ocupação de um Espaço e Costumes dos Povos

É possível justificar a associação das condicionantes da ocupação de um espaço com os costumes dos povos, através da análise social, comparando os fenómenos sociais e culturais entre civilizações antigas e as do tempo de hoje.

O homem, enquanto ser social, está sujeito a uma organização caracterizada pela coexistência do inconsciente e do consciente, do comportamento voluntário ou involuntário. Isto justifica a aplicação de regras e imposições sociais traduzidas pelo comportamento social, pela relação intersubjetiva com o outro indivíduo e pelo sentido de pertença a um determinado contexto vivencial.

A localização apresenta uma relação de comunicação social, tempo e espaço, justificando a vivência dos habitantes. Exprime um lugar de afetividade, comportamentos históricos, cultura e racionalidade.

4. A Relação Rural-Urbano (Pré-Anos 70)

Até aos anos 70, o mundo rural e o urbano eram vistos como realidades rivais e independentes uma da outra.

A população rural era frequentemente estigmatizada como perigosa, inculta e inapta para a sociedade, focada apenas na produção agrícola. Estas considerações foram levadas até ao século XVI. Na sociedade tribal, não havia divergência, pois não existia essa diferenciação e o urbano era inexistente.

As relações sociais eram diretas, profundamente permeadas de afetividade, contrastando com o racional. O grupo ou família cuidava da sua subsistência, formando unidades independentes.

Sociedade Agrária e a Centralização do Poder

Na sociedade Agrária, houve a organização da civilização e o conceito de cidade, centralizada num poder político-administrativo. A estruturação do meio rural era feita através da aplicação de leis, mas o órgão urbano mantinha-se em segundo plano.

O Mundo Rural representava a grande parte da população e era o elemento principal de produção, contrastando com o Mundo Urbano, que era o principal consumidor.

5. A Evolução do Conceito de Habitação

Casa Abrigo vs. Casa Refúgio

Casa Abrigo
  • Proteger-se dos perigos.
  • Conceito de abrigo e proteção apenas.
  • Junção dos conceitos: "eu habito" e "eu estou".
Casa Refúgio (Sociedade Rural)
  • Local íntimo e de reconhecimento.
  • Utilização de materiais da zona.
  • Produzida para sobrevivência.
  • Despreocupação com a construção, focada nas necessidades básicas.
  • Proteção e abrigo dos mantimentos.

Com a Revolução Industrial e a evolução dos centros urbanos, criou-se uma sociedade urbana mais culta, e surgiram os conceitos de turismo e emigração.

A casa passou a ser vista como um bem de consumo. Representa o individualismo, a independência e a autonomia. O exterior tenta representar o poder e o conhecimento do proprietário, refletindo a evolução das técnicas construtivas.

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