Conceitos Fundamentais em Geomorfologia e Ecologia da Paisagem
Classificado em Geografia
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Etapas do Planejamento de Projetos
Objetivo: Define a razão de ser do projeto e o que se deseja alcançar.
Levantamento: Análise dos componentes, como solo, organismos, geologia.
Estudos: Nesta etapa é feita a diagnose (confronta os recursos potenciais com as limitações ecológicas de uso), prognose (simulação do efeito futuro, estudos de impactos - EIA/RIMA -) e mapas temáticos.
Coordenação: É feito o plano propriamente dito e o programa a ser seguido. Nem sempre é necessário fazer os dois, depende do tamanho do projeto. No programa é especificado, por exemplo, o que será feito e comprado, e os gastos. Da etapa de coordenação obtém-se o projeto propriamente dito, que é mais detalhado e engloba recursos humanos, materiais e cronologia. É o documento pronto para ser seguido. As etapas que vão desde o objetivo à coordenação constituem o planejamento.
Execução: Nesta etapa o projeto é executado.
Controle: Na etapa de controle é verificado se o que está previsto no planejamento foi executado.
Avaliação: Na avaliação verifica-se se o que está previsto e foi executado está correto. Se não estiver de acordo, é necessário voltar ao planejamento e replanejar.
Processos de Modificação do Relevo
Os movimentos de massa estão ligados à força gravitacional e à energia da água, os quais acontecem quando a força de atrito é superada pela força gravitacional, podendo ser separados em dois tipos distintos:
Desmoronamentos: Onde ainda há a possibilidade de distinção de fragmentos da morfologia original da paisagem. Neste caso, os movimentos são muito velozes.
Fluxos: Os quais também podem ser separados em tipos distintos:
- Rastejamento: Movimentos de baixa velocidade, não sendo facilmente perceptíveis, mas constatados pelos sinais resultantes.
- Solifluxão: Movimentos ainda de baixa velocidade, porém, mais velozes do que o de desmoronamento.
- Fluxos de Terra: De um grau de seriedade mais elevado, uma vez que sua velocidade pode ser mensurada em metros por dia ou quilômetros por dia.
- Avalanches: Geralmente associados à ocorrência de desastres naturais, uma vez que são caracterizados por queda brusca de material seguida de deslizamento por algum plano inclinado em alta velocidade.
Erosão
Transporte de partículas soltas geradas pela água e vento, portanto, há ação da energia hídrica, eólica e solar.
Intemperismo
É a modificação/transformação da rocha, envolvendo a energia eólica e a química da água (hidrólise, oxi/redução, carbonatação).
Diatrofismo
Alteração da superfície da Terra devido à pressão tectônica.
Sismos e Vulcanismo
Os sismos são movimentos velozes gerados por acomodação. Neste caso, as placas se acomodam, a pressão permanece e elas se separam rapidamente, ocasionando o sismo. O vulcanismo gera solos de alta fertilidade, decorrentes da deposição de material vulcânico.
Teorias da Evolução da Paisagem
Davis
Inicia-se com o levantamento do relevo como consequência de processos geológicos. Os rios e a escorrência superficial começam a criar os vales em forma de V entre as montanhas – a etapa designada por juventude. Durante esta primeira etapa, o relevo é mais escarpado e irregular. Depois, as correntes podem talhar vales fluviais – maturidade – e depois começar a serpentear, sobressaindo apenas suaves colinas – velhice. Finalmente, tudo chega a uma superfície quase plana, com a elevação mais baixa possível, chamada de nível de base. Esta superfície foi batizada por Davis de “peniplanície”, que significa “quase um plano”. Então, ocorre o “rejuvenescimento” se houver outro levantamento de montanhas e o ciclo é reativado e continua.
Penck
Crítico do sistema de Davis, afirmando que a emersão e a denudação acontecem ao mesmo tempo, com intensidade diferenciada pela ação da tectônica de placas, acreditando no recuo paralelo das vertentes.
Teoria Quaternária
Correntes e climas nos períodos glacial e interglacial, onde as correntes marítimas foram responsáveis pela formação das paisagens. As mudanças abruptas e frequentes do clima durante o período quaternário tiveram influência na distribuição de massas de ar, o que gerou grande impacto no regime de temperatura global devido à transferência de calor através das correntes marinhas e aéreas. A evolução de determinada paisagem ocorre diferentemente em cada período evolutivo.
Exposição de Vertentes
Nas vertentes existem permanentemente movimentações de materiais devido à ação da gravidade. Existe grande variabilidade em tais movimentações, podendo ser extremamente lentas, imperceptíveis ao longo de muitos anos, ou verificar-se de forma devastadoramente rápida, transferindo para posições mais baixas grandes volumes de rochas e de sedimentos. Estas movimentações dependem do pendor da vertente e da estabilidade dessa vertente.
A distribuição de energia solar e pluviosidade está relacionada ao sentido em que determinada vertente está exposta, de forma que o oeste tenderá a obter mais chuva e o leste mais energia solar, ocasionando cenários mais secos e suscetíveis a incêndios. Já quando se trata de platôs, as energias incidentes são distribuídas de forma mais uniforme, portanto, o regime de chuvas e insolação será mais uniforme.
As similaridades de vertentes direcionadas na mesma direção são ocasionadas devido à repetição de condições, tendo seu clímax edafoclimático distinto do mesmo clímax dos platôs (mosaicidade). A paisagem e cada uma de suas porções (células) estão submetidas a diferentes conjuntos de energia, e os processos ocorrem em sentido determinado, com uma célula passando à outra as suas respectivas energias, água, sedimentos, entre outros. Esse conhecimento é importante para bons manejos, sendo que os mesmos são específicos para cada célula, gerando informações quanto à suscetibilidade de cada uma dessas células de ocorrência de movimentos lineares, desabamentos rotacionais e outras possíveis catástrofes ambientais.
Gonzalez Bernaldez e a Classificação da Paisagem
No sistema proposto por ele, a escala da paisagem é definida pelo observador, resultando em análises em microescalas ou macroescalas. A principal vantagem destas micropaisagens está no fato de haver uma maior possibilidade de manipular o sistema, criando microexperiências com diversas replicações e controles. Na classificação integrada há a hierarquização pela percepção que auxilia no reconhecimento de paisagens similares. A organização do território é feita em tipos de células de acordo com a ecologia.
A classificação é realizada elegendo fatores que representem aquela paisagem, sintetizando informações do ambiente que sejam fáceis de trabalhar e tenham relações com os outros ecossistemas. Por exemplo:
- Relevo: Fornece informações sobre o passado, relaciona-se com vegetação e fauna.
- Vegetação e Solo: Fornecem informações sobre os principais processos e dinâmica do lugar.
Ao classificar a paisagem, devem ser identificados esses três fatores e as relações entre eles, buscando na paisagem padrões de repetição e montando sistemas de níveis.
Tipos de Estruturas na Ecologia da Paisagem
Fragmento
(Conteúdo sobre Fragmento não fornecido no documento original)
Análise Comparativa: Serra dos Órgãos e Manguezal
Apresentei a paisagem formada na região serrana do Parque Nacional Serra dos Órgãos e suas características marcantes em relação ao relevo. Essa paisagem possui muitas encostas e declividades bastante acentuadas. Quanto aos solos, apresentam principalmente os tipos cambissolos, neossolos e argissolos, onde a paisagem possui nítidas zonas de transição entre locais rochosos mais íngremes e os solos de planificação. Na vegetação, pode-se constatar a presença de quatro fitofisionomias:
- Floresta Pluvial Baixo Montana
- Floresta Pluvial Montana
- Floresta Pluvial Alto Montana
- Campos de Altitude
A vegetação é resultado dos diferentes níveis de altitude que a paisagem apresenta, modificando o porte das árvores e o tipo predominante de vegetação.
Em contrapartida, o grupo sobre o mangue apresentou um relevo que pode ser caracterizado como baixo e plano, o que favorece a entrada de água salgada (oceano). Quando a maré está baixa, a água doce do rio prevalece, mas, quando a maré sobe, a água do mar se mistura com a água doce, tornando-a salobra. Quanto aos solos presentes, caracterizam-se por serem úmidos, salgados, lodosos, pobres em oxigênio e muito ricos em nutrientes. Por ter grande quantidade de matéria orgânica em decomposição, às vezes apresentam odor característico, mais acentuado se houver poluição. Essa matéria orgânica serve de alimento à base de uma extensa cadeia alimentar, como crustáceos e algumas espécies de peixes. Os solos do manguezal servem como habitat para diversas espécies faunísticas e florísticas, as quais são adaptadas às condições adversas dessa paisagem. Por fim, a vegetação do manguezal apresenta reduzido número de espécies vegetais, se comparada a outros sistemas tropicais.
Elementos Estéticos da Árvore
Estrutura: Forma geral da árvore e o que ela representa na paisagem (uma linha, ponto, volume).
Cor: Predominantemente verde.
Tipos de Composição da Paisagem
Paisagem Panorâmica
A horizontalidade é a característica dominante, e a atitude geral das grandes linhas da composição parece essencialmente perpendicular às linhas da visão.
Paisagem com Destaque
É um dos mais diversificados, pois pode ser encontrado em várias escalas diferentes. A vista do observador é atraída para um ponto fixo (elemento ou elementos agrupados) que é o destaque da paisagem.
Paisagem Focal
É caracterizada pela existência de linhas paralelas ou objetos alinhados (uma estrada, rio, cerca, fileira de árvores) que direcionam a vista do observador para um ponto de fuga (ponto focal) dominante na cena.
Paisagem Cercada
As linhas da visão são direcionadas primeiramente para o vazio no centro da paisagem e depois se espalham pelas paredes laterais.
Paisagem sob Abrigo
Refere-se ao caráter de composição da paisagem a ser encontrado sob a cobertura de um dossel, no interior da floresta, ou dentro de cavernas. Tais composições tendem a ser de dimensão relativamente pequena. A escala e os detalhes presentes na restrição aérea e lateral da cena podem ser mais facilmente vistos e compreendidos por um observador a pé.
Paisagem com Detalhes
Os pequenos detalhes ou minúcias também podem contribuir significativamente para uma experiência visual. São cenários de curta distância que apontam para situações singulares como: florações, desenhos em pedras, uma catarata.
Inventário Florístico e Percepção da Paisagem
Características Inerentes à Paisagem
Inicialmente, são levantadas características inerentes à paisagem:
Linhas Principais: Avaliar a curvatura, a direção e a força da linha.
Formas: Analisar as formas da paisagem. A concavidade e convexidade, a proporção e geometria.
Textura: Quantidade de luz atravessada.
Cor: Cores suaves ou marcantes, sensação da cor.
Distância do Observador
Se expressa através das limitações fisiológicas humanas. Sendo assim, quando o observador se afasta, os detalhes do objeto de apreciação se perdem, a imagem se torna menos nítida.
Curta Distância: Retrata a distância presente no primeiro plano que varia de 0 a 300 metros do objeto observado. O observador está presente na cena, podendo visualizar a paisagem com o máximo de detalhes em uma pequena abrangência do olhar.
Média Distância: É considerada como uma distância de meio plano entre o observador e o objeto observado, variando de 300 a 3.000 metros. Nesta escala, formas, padrões e ligações entre as partes da paisagem podem ser vistas, começando a simplificar cores e linhas.
Longa Distância: Retrata o plano de fundo em paisagens de grandes extensões, alcançando distâncias maiores que 3.000 metros. A simplificação das cores, textura, linhas e dos outros atributos é uma distinção das longas distâncias, o que permite que planos intermediários se destaquem mais claramente.
Elementos que Dependem do Observador
Posição do Observador
Posição do observador em relação ao objeto visualizado. Define os ângulos que formam seu eixo de visão com o objeto nos planos horizontal e vertical. As diferentes posições condicionam a apreciação da forma e do tamanho do objeto e podem modificar o tipo de composição estética do conjunto.
Normal: O observador se encontra posicionado no mesmo nível de elevação dominante da topografia que os elementos principais da cena. O observador está na linha dominante da paisagem.
Inferior: O observador se encontra num plano inferior de observação (abaixo da linha dominante da paisagem), em contraste com o resto das elevações adjacentes. O campo de visão se torna limitado, alcançando curtas distâncias de contemplação cênica.
Superior: O observador se encontra posicionado acima da maior parte da paisagem à sua frente (acima da linha dominante da paisagem), tendo amplo raio de visão e uma ideia geral sobre como os elementos se dispõem na paisagem. Como são poucas as obstruções topográficas, a apreciação cênica alcança longas distâncias, embora generalizadas.
Sequência de Observação
Série de vistas em determinado caminho de elementos presentes no fenossistema. A partir desta análise, o observador é capaz de selecionar os melhores pontos de observação, enriquecendo a apreciação e aumentando a descrição do cenário.