Conceitos Fundamentais: Liberdade Política, Igualdade e Liberalismo

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A Liberdade Política e Seus Fundamentos

Para Espinosa, a liberdade era a perfeita racionalidade. Para Leibniz, é a espontaneidade da inteligência; para Hegel, a aceitação da necessidade. Contudo, todas estas concepções se referem a uma liberdade no hominis interiores do homem.

A liberdade política é conviver com a liberdade dos outros e a ausência de resistência à liberdade (uma diferença entre a liberdade interior e exterior, como poderia ser de outra forma). A filosofia da liberdade que melhor se alinhava com a política interna e externa, e que combinava melhor com a noção de liberdade política, foi a definição de Hobbes: "Liberdade real significa a ausência de impedimentos externos".

A liberdade política, em última análise, serve para proteger o cidadão da opressão. Mas como? Locke, no século XVII, disse: "Onde não há lei, não há liberdade". Mas quem realmente acertou em cheio foi Rousseau: "Quando a lei está sujeita aos homens". Por quê? Pois, se as leis que regem – e é importante lembrar que são gerais e impessoais – não governam os homens, é verdade que a lei nos proíbe, em alguns casos, mas sempre com cautela. (É importante mencionar que a lei também limita os poderosos, que fizeram suas próprias leis.)

A liberdade política é, a priori, uma liberdade de defesa, uma liberdade que mais tarde se consolidou como um conjunto de liberdades. As liberdades não podem substituir a própria liberdade.

Igualdade: Conceitos e Desafios

Einstein disse que a política é mais difícil do que a matemática. A igualdade é um conceito de duas faces: por um lado, é idêntica; por outro, é justiça. Aristóteles disse que "a injustiça é a desigualdade, e a justiça é a igualdade". Aristóteles também menciona que existem duas formas de igualdade: a numérica (o mesmo para todos) e a proporcional (o mesmo para eles).

A igualdade de maior interesse hoje é a igualdade de oportunidades, que, aliás, também possui duas vertentes:

  1. São dadas oportunidades e acesso iguais, e os prêmios são concedidos pela mesma capacidade, promovendo a igualdade de capacidades em uma corrida justa.
  2. São dados pontos de partida iguais, eliminando barreiras ao acesso equitativo, o que exige que esses pontos de partida sejam efetivamente alcançados.

Para ter liberdade, é preciso entender que tudo depende de agir da mesma forma, igualmente sujeitos às mesmas leis. Como combinar esses princípios?

(Leia o capítulo correspondente no livro.)

Liberalismo Econômico e Liberalismo Político

O termo "liberais" apareceu pela primeira vez nos anos de 1810-11, indicando aqueles que se opunham à conquista napoleônica. Começou a circular na França (libéraux), mas este termo gerou desconfiança e foi associado aos espanhóis, os rebeldes espanhóis. A palavra adquiriu respeito na Inglaterra do século XIX, sendo usada para designar um liberal. Desde então, a palavra nasceu e cresceu, embora ao longo do tempo tenha se tornado menos adequada, pois foi associada à revolução.

O liberalismo político se confundiu com o liberalismo econômico (a abençoada Revolução Industrial), sendo associado à burguesia e ao capitalismo, e incorreu na hostilidade da prole, ou seja, do proletariado industrial. (Aqui, o autor faz uma digressão pessoal: "que teríamos de nos ver lá... eu tenho a minha mãe, em Ciudad Real, e eu vejo de vez em quando como sendo da prole, bem, eu realmente... haha virtude").

A verdade é que o liberalismo político teve o azar de nascer naquele momento em particular. (Outra digressão pessoal do autor: "eu, a verdade, é que tenho azar, mãe de quatro meses, eu pensei que nunca ia acabar... Embora, na verdade, nem me fez tão eterno, o que acontece é que eu tenho dois espíritos zombeteiros, Reyes e Nigel, trazem-me o caminho da amargura").

Por que sabemos que o liberalismo econômico não é o mesmo que o liberalismo político? Basta observar que os teóricos do liberalismo político, como Locke, Benjamin Constant (a menção a 'Coca-Cola' é uma brincadeira do autor, e 'Constantinopla' é uma mnemônica para Constant), e Montesquieu, na verdade, não tinham conhecimento de economia. Eles eram, sem dúvida, teóricos constitucionais. Em alguns países, a palavra 'liberalismo' aparece quando o conceito já havia caído em desuso, como na Alemanha. Por exemplo, nos EUA, o liberalismo não se estabeleceu da mesma forma, pois o país transitou de uma república para uma democracia. Na verdade, a Constituição dos EUA é o protótipo das constituições liberais.

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