Conceitos Médicos Essenciais: Patologias, Diagnóstico e Tratamento
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
Escrito em em português com um tamanho de 10,99 KB
Hidronefrose: Definição e Complicações
A hidronefrose é uma acumulação de urina que resulta na dilatação da área renal. Esta acumulação provoca um aumento da pressão nas estruturas acima da obstrução, podendo causar lesões renais, destruição do tecido renal e, em casos graves, levar ao "rim mudo".
Infeções Urinárias: Tipos e Sintomas
As infeções urinárias podem ser classificadas como altas (infeção nos rins, como a pielonefrite) ou baixas (infeção da bexiga, como a cistite). Os sintomas comuns incluem:
- Disúria: esforço ou dor ao urinar.
- Polaquiúria: aumento da frequência urinária com menor volume.
- Edema do esfíncter da bexiga.
- Ardor ao urinar.
Cistite vs. Pielonefrite: Diferenças Sintomáticas
Cistite e pielonefrite partilham sintomas como disúria, polaquiúria, edema do esfíncter da bexiga e ardor ao urinar. No entanto, a pielonefrite distingue-se pela presença adicional de febre e dor lombar.
Litíase Urinária e Hidronefrose: Uma Complicação Comum
O cálculo renal forma-se pela sedimentação de substâncias na urina (litíase). Se a cólica renal for localizada e persistente, pode indicar que o cálculo está preso, o que pode levar a uma acumulação de urina antes da obstrução. Esta acumulação provoca a dilatação da área renal, criando o fenómeno de hidronefrose. Tal acumulação resulta num aumento da pressão nas estruturas acima da obstrução, podendo causar lesões renais, destruição do tecido renal e, em casos avançados, o "rim mudo".
Hipertrofia Benigna da Próstata: Impacto na Bexiga
O tecido nodular prostático hipertrofiado exerce pressão sobre a uretra, alongando-a e comprimindo-a, o que resulta na obstrução do fluxo urinário. Em resposta, ocorre uma hipertrofia compensatória dos músculos vesicais, levando ao espessamento da parede muscular da bexiga e à diminuição do seu volume e distensibilidade. Com o tempo, pode verificar-se uma perda do tónus muscular vesical, resultando na incapacidade de esvaziar completamente a bexiga a cada micção.
Complicações Crónicas da Diabetes: Exemplos Chave
As complicações crónicas da diabetes incluem:
- Neuropatia Diabética: Caracteriza-se pela desmielinização dos nervos e perda da sensibilidade (pressão, vibratória, dolorosa, térmica).
- Retinopatia Diabética: Afeta os pequenos vasos da retina, a região do olho responsável pela formação das imagens enviadas ao cérebro.
- Nefropatia Diabética: Manifesta-se pela excreção de pequenas quantidades de proteínas na urina.
Microalbuminúria: Indicador Precoce de Lesão Renal
A microalbuminúria é um indicador precoce de insuficiência renal. Consiste na medição de pequenas quantidades de albumina que o corpo começa a eliminar na urina, muitas vezes anos antes de uma lesão renal se tornar clinicamente evidente. A albumina é uma proteína produzida no fígado, presente em grande quantidade no sangue, mas que é minimamente eliminada na urina quando a função renal é normal. Contudo, na presença de lesão ou doença renal, a albumina começa a ser eliminada na urina. Este fenómeno é frequentemente observado em doenças crónicas, como a diabetes, onde quantidades crescentes de proteínas na urina refletem graus mais avançados de insuficiência renal.
Anemia Aplástica: Causas e Caracterização
As células sanguíneas (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas) são produzidas na medula óssea a partir de células germinativas. Com o envelhecimento, o número de células germinativas diminui, o que pode levar a uma produção reduzida e a uma anemia ligeira. A anemia aplástica (ou aplasia medular), para além da idade, pode ser causada por fatores como radiações e certos medicamentos.
Anemia por Perda Crónica de Sangue: Caracterização e Tratamento
A anemia por perda crónica de sangue ocorre em situações de hemorragia prolongada e de pequenas quantidades, frequentemente associada a tumores. Nestes casos, há uma perda contínua de glóbulos vermelhos (GV) e, consequentemente, de ferro, o que esgota os depósitos de ferro do organismo. Embora o número de glóbulos vermelhos possa manter-se relativamente estável, os níveis de hemoglobina diminuem devido à carência de ferro, resultando em glóbulos vermelhos mais pequenos (microcíticos) e com menos hemoglobina (hipocrómicos). O tratamento foca-se na eliminação da causa da hemorragia e, posteriormente, na suplementação de ferro.
Icterícia: O Que É e Suas Causas
A icterícia é definida pela presença de uma coloração amarelada na pele, membranas mucosas ou olhos. Não é uma doença em si, mas sim a manifestação visível de uma doença subjacente. A cor amarelada característica da icterícia é causada pela deposição de pigmento biliar (bilirrubina) nos tecidos. A sua identificação tem um significado clínico importante, pois reflete uma anormalidade na produção, metabolismo ou eliminação deste pigmento. A bilirrubina é formada principalmente a partir da destruição de glóbulos vermelhos no sangue, processo que ocorre nas células do baço, fígado e medula óssea. Em condições normais, praticamente toda a bilirrubina produzida é transportada para o fígado pela corrente sanguínea e eliminada para o intestino através das vias biliares, após o seu armazenamento na vesícula biliar. Contudo, qualquer anormalidade em qualquer etapa deste processo pode levar ao acúmulo desta substância no corpo, resultando em icterícia. Saiba mais sobre icterícia.
Esplenectomia: Remoção Cirúrgica do Baço
Esplenectomia é a remoção cirúrgica, completa ou parcial, do baço. Este órgão é responsável por produzir, armazenar e eliminar algumas substâncias do sangue, além de produzir anticorpos, mantendo o equilíbrio do organismo e prevenindo infeções. A esplenectomia é indicada em casos de doenças hematológicas ou quando há patologia no baço, como cancro ou tumores (removidos quando sintomáticos).
Hérnia: Definição e Abordagens Cirúrgicas
Hérnia é a protusão de uma estrutura ou órgão através de um orifício na cavidade a que pertence. O defeito por onde ocorre a hérnia pode ser congénito (ponto fraco) ou adquirido, causado por traumatismo ou incisão cirúrgica.
Abordagens Cirúrgicas para Hérnias
- Cirurgia Clássica:
- Herniorrafia: Correção do defeito através de sutura simples.
- Hernioplastia: Colocação de prótese (rede) para corrigir o defeito sem tensão.
- Cirurgia Laparoscópica: Método minimamente invasivo que prevê a eliminação da patologia com apenas três pequenas punções. É menos traumático e com menor risco de complicações.
Hérnia Incisional: Características e Tratamento
A hérnia incisional ocorre através de um defeito criado previamente por uma incisão cirúrgica. Pode localizar-se em qualquer região abdominal onde tenha existido uma incisão que violou a aponevrose. São relativamente fáceis de detetar (localizadas sob uma zona com cicatriz prévia), mas podem ser mais difíceis de diagnosticar em doentes obesos ou no caso de hérnias pequenas.
A Hernioplastia (seja aberta ou laparoscópica) permite "fortalecer" o local da protusão com uma rede especial de materiais inertes de polímero. Este método reduz a tensão nos tecidos, encurta o período de reabilitação e diminui o risco de recidiva.
Biópsia do Gânglio Sentinela no Cancro da Mama
No caso de confirmação de cancro da mama, é frequentemente realizada a pesquisa do gânglio sentinela. Este procedimento consiste na identificação do gânglio linfático do território ganglionar mais próximo da lesão, para o qual o cancro poderá ter metastizado. Para localizar este gânglio e verificar o seu envolvimento pelo cancro da mama, injeta-se um corante ou um traçador radioativo no local da lesão. O gânglio a ser removido é aquele para onde o contraste se dirige. Esta pesquisa é realizada quando não há evidência prévia de envolvimento ganglionar pelo cancro. O gânglio retirado é então analisado; caso se confirme a presença de células cancerígenas, pode ser necessária a remoção de todos os gânglios desse território ganglionar, um procedimento denominado linfadenectomia.
Avaliação de Lesões Pigmentadas: Regras ABCDE e Glasgow
Regra ABCDE para Avaliação de Nevos
A regra ABCDE é uma ferramenta mnemónica para ajudar a identificar sinais de melanoma:
- A - Assimetria: Uma metade da lesão não corresponde à outra.
- B - Bordas Irregulares: Bordas serrilhadas, entalhadas ou mal definidas.
- C - Cor: Presença de múltiplas cores (tons de castanho, preto, azul, vermelho, branco).
- D - Diâmetro: Geralmente maior que 6 mm (embora melanomas menores possam ocorrer).
- E - Evolução: Qualquer mudança no tamanho, forma, cor ou elevação, ou qualquer novo sintoma (sangramento, comichão, dor).
Regra dos 7 Pontos de Glasgow para Melanoma
Esta regra atribui pontos a características clínicas e dermatoscópicas para avaliar o risco de melanoma:
- Características Maiores (2 pontos cada):
- Alteração de tamanho.
- Inflamação.
- Prurido (comichão) ou hemorragia.
- Características Menores (1 ponto cada):
- Diâmetro > 7 mm.
- Alteração de sensibilidade.
- Pigmentação irregular.
- Bordas irregulares.
A presença de uma lesão pigmentada nova ou uma lesão pré-existente que mudou de aspeto (conforme ABCDE) e alterações na dermatoscopia (como rede de pigmentos atípicos, estruturas com cor azulada/esbranquiçada) são também indicadores importantes.