Condicionantes do Comportamento Humano

Classificado em Psicologia e Sociologia

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Condicionantes Físico-Biológicas

Todo o ser humano é condicionado pela morfologia e fisiologia do seu próprio corpo. Possuir um corpo saudável e vigoroso permite desenvolver atividades que um organismo frágil é incapaz de realizar. Todos sabemos, por exemplo, que as nossas capacidades de atuação divergem quando nos sentimos doentes ou com saúde. O corpo que possuímos, a integridade dos nossos órgãos internos, o equilíbrio do nosso sistema nervoso, o bom funcionamento do sistema glandular, na medida em que condicionam a energia psicossomática necessária para muitas das nossas atuações, são determinantes do modo como agimos e reagimos nas diferentes circunstâncias.

Toda esta estrutura físico-biológica depende de uma herança que nos foi geneticamente legada pelos nossos ancestrais. A hereditariedade é, por princípio, uma condicionante básica das nossas possibilidades de ação. Diretamente ligadas à componente biológica do homem situam-se as motivações primárias, que interferem também em todo o comportamento humano. Na verdade, comer, descansar e dormir são atos que temos obrigatoriamente de realizar para preservarmos a nossa integridade orgânica.

Além disso, o grau de satisfação ou de insatisfação destas necessidades liga-se a condições fisiológicas que fazem variar as nossas atuações. E momentos existem em que a satisfação destas necessidades nos leva a condutas que efetuamos em detrimento de ações tidas como mais elevadas e essencialmente humanas. Deste modo, por mais altruísta que se seja, ocasiões se nos deparam em que a necessidade de preservar a vida se sobrepõe ao desejo de praticar ações de cariz humanitário.

Condicionantes Histórico-Culturais

A construção do ser humano decorre num ambiente social que exige a sujeição a um sistema de regras que norteiam o seu relacionamento com os semelhantes. Esta aferição dos modos individuais de reagir pelas normas e padrões sociais vigentes vai-se efetuando à medida que se desenrola o processo de socialização. É inegável que o homem reflete as condições do meio social e histórico em que nasce e se desenvolve.

Assim, o homem do século XX tem de ser necessariamente diferente do homem do século VI, e ambos diferentes do homem pré-histórico. As dissemelhanças observadas explicam-se pelos condicionalismos culturais das diferentes épocas. De uma para outra, diferem não somente as relações sociais, como também as formas de aproveitamento da natureza, os recursos técnicos e científicos, os sistemas de valores, os conceitos de educação, etc.

Por isso, quando queremos compreender, por exemplo, a personalidade e o trabalho de um cientista, de um filósofo, de um político ou de um artista, há que fazer o enquadramento histórico adequado. Se, ao longo do tempo, a mentalidade do homem e a sua ação nos aparecem com características que trazem a marca do contexto cultural da época, também é certo que, numa mesma época, o modo de ser e de agir das pessoas acusa diferenças, explicáveis pelos diversos espaços culturais em que estão integradas.

A antropologia fornece-nos exemplos sugestivos, evidenciadores do facto de o homem trazer patente na sua personalidade o cunho indelével da cultura própria da sociedade em que se desenvolve. Tais exemplos mostram como os padrões culturais, exteriores e anteriores ao indivíduo, são capazes de atuar sobre ele, moldando-lhe o comportamento segundo formas que ele próprio não escolheu. Para além de serem exteriores, os padrões possuem caráter constrangedor, pelo que somos obrigados a segui-los, sob pena de marginalização.

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