Conheça os Principais Biomas Brasileiros
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O que são Biomas e Ecossistemas?
O termo bioma teria sido proposto pelo ecologista estadunidense Frederic Clements.
Biólogos especializados em estudos ambientais costumam definir ecossistema como sendo formado por todos os componentes bióticos e abióticos que atuam, ao mesmo tempo, sobre determinada área. Mantendo uma grande teia de interdependência, os componentes bióticos referem-se a todos os seres vivos, incluindo os humanos, enquanto os abióticos referem-se a todos os componentes não vivos, como a água, o sol, o solo, o gelo, o vento, etc. Como exemplos de ecossistemas, podemos citar tanto uma mata como um córrego, um lago ou um simples jardim.
Cerrado
Localizado no planalto central brasileiro, originalmente entre as florestas Amazônica e Atlântica, o bioma Cerrado abrange, principalmente, os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Tocantins, Minas Gerais e Bahia. É dos solos desmatados do bioma que sai boa parte dos alimentos que consumimos no Brasil: 47% dos grãos, 36% do leite e 40% da carne bovina são produzidos no Cerrado. Os incêndios naturais também são importantes na origem e manutenção do Cerrado. Juntamente com os solos e os incêndios naturais, o clima, com duas estações bem marcadas (estação seca de maio a setembro e chuvosa de outubro a abril), também interfere nas paisagens do Cerrado, bioma que possui alto grau de endemismo. De suas 10 mil espécies de plantas, 44% são endêmicas.
Formações do Cerrado:
- Cerrado (sentido restrito): Apresenta uma cobertura contínua de gramíneas, arbustos diversos e árvores esparsas que permitem ver o solo; as árvores são baixas (geralmente com menos de 5 metros de altura), possuem galhos e troncos retorcidos, folhas caducas, raízes profundas e cascas grossas.
- Cerradão: Apresenta maior quantidade de árvores; elas são menos tortuosas e com cascas mais finas que as do cerrado típico; a altura das árvores varia entre 8 e 12 metros; também há arbustos.
- Campos: Não apresentam árvores; são classificados de acordo com a presença de arbustos e a quantidade de água no solo. Os campos em solos encharcados, ou brejos, e sem arbustos, são chamados de campos úmidos; os campos em solos secos também sem arbustos são chamados de campos limpos; os campos com arbustos são os campos sujos.
- Matas de Galeria: São formações vegetais de maior densidade que ocupam o fundo dos vales de médio e grande porte.
- Matas Ciliares: Ocorrem ao longo dos rios; protegem os mananciais e servem de refúgio para a fauna típica da mata; funcionam como corredores ecológicos.
As altitudes e as formas de relevo fazem com que o Cerrado funcione como uma enorme caixa-d'água, coletando e distribuindo água para todo o território nacional. No bioma, estão inseridas 8 das 12 principais bacias hidrográficas do país. As cabeceiras de alguns dos maiores rios sul-americanos, como o São Francisco, Araguaia, Tocantins, Xingu, Tapajós, Paraíba, Paraná, Paraguai e todos que formam o Pantanal, estão localizadas sobre o topo dos planaltos do bioma. O Cerrado possui cerca de 200 espécies de mamíferos, outras 200 de répteis, quase 850 espécies de aves (30 endêmicas), 200 espécies de anfíbios, 1300 de peixes e grande concentração de invertebrados.
Pampa
O bioma Pampa ocupa áreas do Brasil, Argentina e Uruguai. Corresponde, no Brasil, aos terrenos aplainados e ondulados ao sul e sudeste do Rio Grande do Sul, onde abrange uma área de 176.496 km², correspondendo a 2,07% do território brasileiro. Pesquisadores indicam que o Pampa possui cerca de 41% da vegetação nativa. Esta abriga cerca de 3 mil espécies de plantas, mais de 100 espécies de mamíferos (como o lobo-guará, o veado-campeiro, o ratão-do-banhado e o gato-dos-pampas, ameaçado de extinção), mais de 400 tipos de aves e 50 espécies de peixes.
Pantanal
Maior planície interior do mundo sujeita a alagamentos periódicos, o bioma Pantanal possui, no total, cerca de 200 mil km². Pouco mais de 70% localiza-se em território brasileiro, sendo um terço no Mato Grosso e dois terços em Mato Grosso do Sul. O restante do bioma se prolonga em terras da Bolívia e da Argentina. Quente e úmido no verão, frio e seco no inverno, o clima no Pantanal é predominantemente tropical, sujeito a influências da continentalidade. Dezembro, janeiro e fevereiro são os meses mais quentes (27°C a 40°C), enquanto julho e agosto são os meses mais frios (10°C a 23°C). A partir do mês de março, as chuvas começam a diminuir e o nível da água começa a baixar. Entre os meses de julho a setembro, a água permanece no leito dos rios, nos banhados e lagoas localizadas nas áreas mais baixas da planície. O Pantanal é um mosaico de florestas, cerrados, campos inundáveis, brejos e lagoas. Em áreas alagadas, são conhecidas cerca de 250 espécies de macrófitas, sendo as mais populares a vitória-régia e o aguapé. Nas áreas com pequenas elevações, formam-se matas como os capões, que se parecem um pouco com o Cerrado, sendo o pequi e o jatobá exemplos dessas matas. São 325 espécies de peixes (15 endêmicas), 177 de répteis e 124 de mamíferos.
Mata Atlântica
Segundo o IBGE, o bioma Mata Atlântica ocupa inteiramente os estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, e 98% do Paraná, além de porções de outras unidades da federação. A Mata Atlântica é uma floresta que, originalmente, se estendia paralelamente ao mar por toda a extensão da costa brasileira, desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. Restam apenas 7,84% do volume original, percentual que corresponde a 102 mil km². Uma das características que distingue a Mata Atlântica dos demais biomas é a chuva. As diferentes formações da Mata Atlântica abrangem áreas de diversos tipos climáticos, como o tropical úmido no Nordeste, o subtropical no Sul do país e o tropical de altitude nas áreas mais elevadas. A floresta ombrófila mista, conhecida como Mata de Araucárias, recobria extensas áreas no Sul do país. Atualmente, apenas 3% dessa mata sobrevivem nos planaltos de SC, RS e PR, e em algumas áreas elevadas de SP, RJ e MG. Conhecida como mata de interior, a floresta estacional semidecidual ocorre em áreas de planalto brasileiro espalhadas pelos estados de SP, PR, MG, MS, SC e RS. Já a floresta estacional decidual surge em manchas isoladas por todo o bioma, onde o clima apresenta uma estação chuvosa, seguida de outra de um longo período seco. Tem 270 espécies de mamíferos (73 endêmicas), 849 espécies de aves, 370 espécies de anfíbios, 200 espécies de répteis, cerca de 350 espécies de peixes e 20 mil espécies de árvores (8 mil endêmicas).
Caatinga
Único bioma inteiramente distribuído em território brasileiro, a Caatinga abrange uma área de 844.453 km², que corresponde a 9,92% do território nacional e a 60% da região Nordeste. Engloba os municípios do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e de Pernambuco, mais da metade do Piauí e da Bahia, e quase a metade de Alagoas, Sergipe e Maranhão. Em tupi-guarani, caatinga significa 'floresta branca'. O termo é uma alusão a certas plantas que, durante o período de seca, perdem as folhas e apresentam uma cor branco-acinzentada em seus troncos. A Caatinga possui um clima semiárido bastante complexo, resultante da interação entre a latitude, o relevo e as massas de ar. Existem 12 tipos diferentes de caatingas e ambientes associados. Os nordestinos do interior sabem distinguir os dois principais tipos de paisagens da Caatinga: o Sertão, interior mais seco de todos com vegetação bem rústica, e o Agreste, faixa de transição entre o interior seco e a zona da mata litorânea. Possui cerca de 325 espécies de peixes e 144 de mamíferos (64 endêmicas).
Amazônia
O bioma Amazônia inteiro tem 6,6 milhões de km², que abrangem 9 países sul-americanos. No Brasil, distribui-se por 4.196.943 km² (49,29% do território nacional), em que 9 estados estão incluídos: Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Embora dominado pela floresta amazônica, o bioma nada tem de homogêneo, pois há planaltos, serras, manguezais, diversos tipos de solo, florestas úmidas e secas, e uma imensa diversidade vegetal e animal.