Conhecimento e Ciência: Fontes, Formas e Métodos

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O Que é Conhecimento?

O conhecimento é um contato com a realidade a fim de distinguir e compreender. Ele se relaciona com outros itens, como: tornar consciente ou conhecido, sistematizar o saber para explicá-lo diante dos outros, ser capaz de perguntar o que se sabe e permanecer crítico.

É, então, uma compreensão da realidade por meio da qual esta é fixada em um tema, expressa, comunicada a outros sujeitos, sistematizada e incorporada a uma tradição.

Fontes do Conhecimento

As duas principais fontes de conhecimento são a sensibilidade e a razão. A sensibilidade fornece a experiência básica sobre as coisas. A razão também produz diferentes tipos de conhecimento, geralmente ligado a algum tipo de experiência.

Formas do Conhecimento

As formas de conhecimento podem ser classificadas de diferentes maneiras. Entendendo o objeto do conhecimento, podemos distinguir o seguinte:

  • Conhecimento Comum ou Vulgar: Fundamenta-se na experiência do cotidiano, na vida ("o ferro é mais duro que o chumbo"). É um conhecimento comum, mas não pode explicar o porquê. Não tem pretensão de ser sistemático e é muitas vezes misturado com preconceitos.
  • Conhecimento Científico: Busca a organização sistemática e explica o porquê dos fatos.
  • Conhecimento Técnico (Know-how): Consiste em realizar determinadas atividades, visando controlar e dominar o mundo. Hoje, é frequentemente chamado de tecnologia.
  • Conhecimento Filosófico: Utiliza a razão para argumentar de forma crítica e rigorosa.
  • Conhecimento Artístico: Está ligado à narrativa, literatura, cinema, poesia, arte. Cada um, à sua maneira, expressa a experiência de vida. São formas de compreensão da realidade.
  • Conhecimento Religioso: É o conhecimento do sagrado ou divino.

O Conhecimento Científico

Evolução Histórica da Ciência

No mundo grego, a ciência era episteme (um tipo de conhecimento superior, o mais desenvolvido). Platão a opunha à opinião, que era a característica do conhecimento do mundo sensível, dos objetos empíricos. Aristóteles a concebeu como uma espécie de conhecimento universal e necessário, produzido por dedução de princípios e, portanto, não afetado pela contingência.

Tanto a ciência quanto a filosofia eram tipos de conhecimento com pretensões de universalidade, necessidade, imutabilidade e eternidade. A noção moderna de ciência se forma na Renascença, quando ocorre a chamada Revolução Científica. Os dois elementos que diferenciaram o conhecimento científico da experiência filosófica foram o caráter experimental e a aplicação da matemática ao estudo da realidade. A experiência é definida como um conjunto de atividades devidamente planejadas com a ajuda de fórmulas matemáticas. O objeto do conhecimento científico é determinar o que as coisas são, como elas se comportam e perceber o que é necessário para construir a experiência, controlá-la e mostrar os aspectos que interessam.

A Filosofia da Ciência

Só posso dizer que a filosofia não é ciência no sentido moderno. Aristóteles entendia por ciência um conhecimento profundo que pode fornecer a estrutura fundamental da realidade. Se usarmos a noção de ciência de Moerlen, os enunciados científicos não são apenas afirmações rigorosas, mas terão de ser verificadas experimentalmente ou falsificadas, o que não é o caso com os filósofos. Isso significa que a filosofia não é uma ciência como entendemos 'saber' e 'ciência' hoje, pois não são identificadas.

Tipos de Ciência

Ao longo da história, várias classificações das ciências foram oferecidas. Parece que a ciência passou a ser considerada como tal quando define seu objeto de estudo e, acima de tudo, propõe seu próprio método. Alguns autores consideram que uma característica essencial que caracteriza a ciência é o seu método, ordenado e orientado para alcançar um fim.

Classificação das Ciências

  • Formais: Lógica, Matemática (aritmética, teoria dos conjuntos, geometria, álgebra).
  • Naturais (Empíricas):
    • Física (física, astronomia, química).
    • Geografia (física, humana).
    • Biologia (biologia, fisiologia, anatomia, genética, zoologia, sociobiologia).
  • Sociais: Sociologia, Psicologia, Economia, Política, Antropologia, História (arte, ciência, política).

Métodos do Conhecimento Científico

Métodos das Ciências Formais

As ciências formais não estão preocupadas com os fatos da experiência, mas com a forma de raciocínio. Os dois modos de demonstração são dedução e indução. Entende-se por dedução o processo de raciocínio que permite extrair, de uma ou mais proposições dadas (chamadas premissas), outra proposição (a conclusão) que é necessária e logicamente conhecida. O ideal metodológico da ciência formal é, assim, tornar-se um sistema axiomático:

  • Os axiomas, que são princípios fundamentais e indemonstráveis dentro do sistema.
  • As regras de formação e transformação, que permitem extrair novos enunciados válidos para a extensão do sistema.
  • Os teoremas, que são os enunciados obtidos dedutivamente a partir de axiomas ou de outros teoremas já provados.

Método das Ciências Naturais

As ciências naturais utilizam a demonstração indutiva. O método completo da ciência natural é chamado de método hipotético-dedutivo.

Prova Indutiva

Significa um tipo de raciocínio indutivo que dá uma conclusão geral a partir de uma série de casos individuais que se sabe por experiência própria. Há dois modos de indução:

  • A indução completa: parte do conhecimento individual de cada um dos casos que ocorrem dentro de um escopo definido.
  • A indução incompleta: baseia-se em uma série de testes individuais, que não cobrem todos os casos possíveis.

Método Hipotético-Dedutivo (Galileu)

Está estruturado em três níveis:

  • Declarações de protocolo: Expressam fenômenos do mundo, suscetíveis de serem encontrados empiricamente e metas estabelecidas de forma inequívoca e transmissível.
  • Leis: São enunciados universais que expressam o comportamento ou a sua relação com um determinado fenômeno regular e imutável.
  • Teorias: São enunciados universais de onde podem ser inferidas todas as leis de uma ciência particular.

As etapas deste método são:

  1. Observação e/ou experimentação.
  2. Elaboração de hipóteses explicativas.
  3. A hipótese é formulada matematicamente.
  4. Contraste das consequências (verificação, confirmação ou falsificação da hipótese).
  5. A hipótese é aceita como lei.

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