Conhecimento, Ciência e Métodos de Pesquisa
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Compreendendo o Processo de Conhecimento
Cada aspecto será tratado de maneira específica, para que você possa efetivamente compreender os motivos que deverão fundamentar suas escolhas. As respostas para os desafios nem sempre aparecem de imediato, geralmente requerem muita análise, e mesmo em situações para as quais a experiência nos traga à mente caminhos já trilhados, é preciso identificar novas variáveis para que possamos efetivamente propor a solução mais viável para o contexto. Nem sempre o melhor será o mais adequado, ou o mais adequado será o que poderemos fazer.
Contudo, à medida que esses conceitos são negados pela evidência, nós os substituímos por outros conceitos e conhecimentos. Mas não há como comprovar todos os fatos, ou dito de outra forma, não há como comprovar se todas as informações que nos chegam são válidas do ponto de vista da comprovação e da demonstração.
Origens e Evolução do Pensamento
Do Mito à Razão: Primeiras Explicações
O pensamento predominante era aquele marcado pela religião. As explicações dos fenômenos que aconteciam no mundo físico eram pautadas em explicações sobrenaturais.
A Revolução Cultural e o Iluminismo
Revolução cultural, uma vez que apresenta uma nova forma de entender a natureza e a sociedade, transformando de maneira profunda a forma de pensar, passando a ser feita pela razão.
Iluminismo: o conhecimento somente poderia ser considerado verdadeiro se fosse evidente pela razão e não pelos sentidos.
Contrastes entre Formas de Conhecer
Mito vs. Pensamento Filosófico
O pensamento filosófico baseado na razão convivia com o pensamento mítico, já que os mitos eram uma forma utilizada pelos gregos para explicar a realidade.
Estudiosos afirmam que os mitos foram as primeiras formas de se explicar o mundo e as coisas e correspondiam às condições postas pelo contexto histórico e social. Os mitos estavam baseados em fantasias, em construções sem uma base racional, lógica e demonstrável.
Ao contrário do pensamento filosófico, que buscava compreender em busca da razão e pela lógica.
Senso Comum vs. Conhecimento Científico
Para o filósofo, as conclusões deviam ser obtidas a partir da observação dos fenômenos, cuja análise deveria ser realizada por um processo de raciocínio baseado na argumentação lógica.
O método científico é baseado na razão, na lógica e na experimentação, o que lhe confere características diferentes do pensamento filosófico, que não parte da experimentação.
No senso comum, não há uma explicação racional; apenas habituou-se a fazer de uma determinada forma e generaliza-se sem buscar uma explicação mais profunda sobre a sua origem.
O pensamento científico foi aquele que deu possibilidade aos seres humanos de romper com os mitos, o místico, o sobrenatural e constatar que é possível encontrar respostas racionais, com base na demonstração e na prova.
O indivíduo comum, mesmo sem uma formação acadêmica, tem conhecimentos sobre o mundo onde vive, tem consciência sobre si mesmo, defende ideias, reconhece seus sentimentos, aproveita-se da experiência de outros ou age por meio de vivências pessoais e por informações obtidas das tradições da coletividade ou ainda de uma religião.
A diferença é que o cientista conhecerá o objeto de sua área cientificamente. Ocorre que, por meio do conhecimento vulgar, os seres humanos até atingem o fenômeno, mas não em suas relações e determinantes.
Senso Comum: Contenta-se com explicações superficiais e imediatas, não tem pretensão de se constituir verdadeiro nem de fundamentar suas certezas. Muitos princípios científicos encontraram o ponto de partida na intuição característica do senso comum. O senso comum pode dar respostas – isso é um fato – porém, não há como buscar as respostas nesse tipo de conhecimento quando há condições de acessar informações e ferramentas mais diversas, que possibilitem a resolução dos problemas de forma mais racional. Tudo isso como resultado do desenvolvimento da ciência.
Definindo Conceitos Fundamentais
A Atitude Filosófica e Crítica
Atitude filosófica: o indivíduo passa a indagar, interrogar a si mesmo: por que adotar determinadas atitudes, por que defender determinados pontos de vista, por que defender determinados princípios?
O aspecto negativo se refere a dizer não ao senso comum, ao estabelecido, ao que já está posto como verdadeiro na experiência cotidiana. O aspecto positivo está em indagar sobre a razão das coisas, buscar compreender o que são as coisas que cercam a vida de cada um, de onde vieram as ideias que julgamos adequadas, buscando indagar os motivos de as coisas serem como são e não de outra forma.
Essa atitude filosófica de indagação é também uma atitude crítica frente à realidade, às coisas, aos fenômenos, às verdades, à forma de se fazer e responder aos dilemas e às questões do cotidiano.
O que é Filosofia?
Filosofia remete ao esforço da razão pura para questionar os problemas que envolvem os seres humanos e discernir entre o certo e o errado, recorrendo somente à razão humana.
Métodos de Investigação
O Método Filosófico
O que marca o método científico é diferente daquilo que marca o método filosófico.
O Método Científico
Ciência: uma vez que, se num primeiro momento tinha-se uma visão do fenômeno, com o desnudamento, temos dele uma nova concepção, um novo entendimento.
A ciência moderna nasce como uma alternativa para melhor compreender e dominar os fenômenos, especialmente os naturais, dando aos seres humanos a condição de se colocarem no centro de tudo.
No momento em que se inicia o desenvolvimento do pensamento científico moderno, há um interesse no domínio dos fenômenos naturais, e assim as ciências da natureza se estabelecem como as primeiras, tendo objeto e método próprio: o método experimental.
Método Científico: por meio do visível, do quantificável, do manipulável, determinar as relações e esclarecer as ocorrências da realidade como um plano, de maneira a ter como resultado uma expressão confiável sobre o que se analisa.
O pensamento e a razão seriam o caminho para o conhecimento, por meio da matemática e da racionalização.
Conhecimento Científico: O passo seguinte é buscar o conhecimento existente para ter informações atualizadas sobre o assunto: o que há de mais desenvolvido, quais são as tecnologias utilizadas, que tipo de reações poderão ser obtidas, dentre outras coisas. Ou seja, é preciso levantar o conhecimento existente para, partindo dele, buscar a resolução para a situação-problema vivenciada. Com base nessas informações, você irá levantar hipóteses e apresentar algumas respostas para a situação específica que está vivenciando, a partir das informações obtidas nos estudos já desenvolvidos. O passo seguinte é testar as hipóteses, aplicando testes, buscando estabilidade nos resultados até alcançar respostas idênticas, que lhe permitam afirmar sem sombra de dúvidas qual foi o resultado mais adequado. Após isso, você já terá uma constância nos resultados que lhe permitirá a generalização ou a certeza de que o resultado obtido é suficiente para ser considerado como verdadeiro.
Outra coisa importante em relação ao conhecimento científico é que a verdade é sua principal meta, ainda que a verdade seja apenas aproximada. O objeto da ciência é formal e, para analisá-lo, é preciso aplicar o método científico; para isso, o rigor é condição fundamental.
Ética na Ciência
Um dos grandes problemas da ciência é que nem sempre o cientista busca aplicar os princípios filosóficos às suas práticas, o que leva a justificar atitudes nada éticas em nome do desenvolvimento científico.
O trabalho da ciência pressupõe o trabalho da filosofia, ainda que o senso comum não saiba disso e continue a propagar que a filosofia é mera abstração.
Adotar uma conduta sem reflexão tem um significado: significa assumir posturas e atitudes por meio das quais repassamos a outrem a responsabilidade por nossa escolha. A ética implica no esforço em compreender os motivos que nos levam a adotar essas condutas, se são adequadas ou não e se precisamos adotar outras regras. A ciência não é naturalmente ética. Ou seja, a ética não é condição para que se realizem estudos científicos, tanto é que muitas pesquisas ocorrem – inclusive financiadas com recursos públicos – sem que haja um esclarecimento sobre sua importância na melhoria das condições de vida da maioria da população.
O Processo de Pesquisa Científica
Pesquisar virou senso comum: de alguma forma, todos sabemos o que significa. Sem nenhum rigor científico, pesquisar é buscar mais informações sobre algo, visando estabelecer critérios para melhores escolhas. Quando se pesquisa é porque se têm dúvidas sobre algo e se pretende conhecer mais, a fim de obter mais informações.
Definindo Pesquisa Científica
Pesquisa científica é uma atividade que visa dar respostas a determinados problemas que são próprios de qualquer área do conhecimento humano.
Método vs. Metodologia
O método científico é o caminho da ciência para chegar a um objetivo. A metodologia são as regras estabelecidas para o método científico.
Estrutura Geral da Pesquisa
Considerando a complexidade das pesquisas, é comum a todas percorrer uma estrutura:
- estabelecer objetivos;
- em seguida, desenvolver um modelo do que está sendo estudado;
- na fase seguinte, coletar informações ou mesmo recorrer a dados obtidos.
Depois, segue-se a avaliação, que é o processo de validar o modelo relacionando os dados e o modelo definido. Finalmente, se o modelo estabelecido não correspondeu aos dados obtidos, é feita sua modificação ou mesmo substituição.
O Papel do Pesquisador
É equivocado dizer que somente o pesquisador tem o papel exclusivo de pensar, descobrir, sistematizar e produzir conhecimentos, quando a defesa deve ser justamente a de instrumentalizar o aluno, futuro profissional na área escolhida, para o estudo sistemático das situações que se revelam na realidade objetiva, por meio do método científico, para que se aproprie e transforme conhecimentos. Outro aspecto é o de que a pesquisa seja assumida como princípio para resolver problemas que ocorram no dia a dia da profissão.
A prática permite ressignificar a teoria ou mesmo transformar a teoria existente em novas teorias, uma vez que a realidade é dinâmica e as respostas, construídas por meio da ciência, também serão transitórias por serem adequadas ao momento histórico em que foram construídas.
Etapas do Projeto de Pesquisa
Elaboração do projeto de pesquisa: Consiste na escolha do assunto, na formulação do problema de pesquisa e na elaboração do plano que visa buscar as respostas às questões formuladas.
Investigação das soluções: Fase comprometida com a coleta da documentação, envolvendo dois momentos distintos e sucessivos: levantamento da bibliografia e levantamento das informações contidas na bibliografia. É o estudo dos dados e/ou das informações presentes no material bibliográfico. Deve-se salientar que os resultados da pesquisa dependem da quantidade e da qualidade dos dados coletados.
Análise explicativa das soluções: Consiste na análise da documentação, no exame do conteúdo das afirmações. Esta fase não está mais ligada à exploração do material pertinente ao estudo; é construída sob a capacidade crítica do pesquisador para explicar ou justificar os dados e/ou informações contidas no material selecionado.
Síntese integradora: É o produto final do processo de investigação, resultante da análise e reflexão dos documentos. Compreende as atividades relacionadas à apreensão do problema, investigação rigorosa, visualização de soluções e síntese. É o momento de conexão com o material de estudo, para leitura, anotações, indagações e explorações, cuja finalidade consiste na reflexão e na proposição de soluções.
Tipos de Pesquisa
Ciências Sociais
Ciências sociais: incorporam muito dos métodos definidos nas ciências naturais, agregando novas ferramentas em função do objeto de estudo.
Ciências sociais são o resultado de um conjunto de fatores cujo elemento central é uma sociedade abalada por tantas transformações e, nesse sentido, buscava-se alguma explicação que possibilitasse orientar o futuro.
A transformação da sociedade ainda é uma questão que atinge muitos teóricos. Vale destacar o papel que as ciências sociais desempenham na atualidade no estudo das relações sociais, inter-raciais, culturais, das relações de poder, dentre outras que atingem a vida em sociedade.
Explicação: você observou que as ciências sociais, inicialmente, aplicaram os mesmos métodos utilizados nas ciências naturais, principalmente em função do que se define como cientificidade. Nas ciências da natureza, a cientificidade repousa principalmente em dois critérios: a dedução racional e a verificação experimental, ou seja, só há conhecimento científico se é possível repeti-lo ou prever com certeza seu aparecimento sob determinadas condições.
Ciências sociais colocam de maneira objetiva a possibilidade de estudo dos fenômenos sociais por meio de caminhos próprios, de métodos que permitam a compreensão da realidade humana por meio de meios que lhe são específicos.
Positivismo
Positivismo: busca as leis que regem os fenômenos, a objetividade, rejeita toda explicação metafísica, utiliza a observação e a experimentação como critérios de validade. Duas formas de conhecimento científico: a das ciências lógicas e matemáticas e a das ciências empíricas. Isso mesmo quando se trata de ciências sociais. Deu à verificação empírica uma função praticamente inatingível, que seria avaliar a veracidade de toda proposição, sem exceção. A análise dos fenômenos sociais só pode ser objetiva se realizada por instrumentos padronizados que possibilitassem, por meio de dados quantificáveis, prever e determinar a ação humana, sem chegar à sua essência, o que por si já seria um problema para o estudo dos fenômenos sociais em face à própria dinâmica e ao fato de existirem aspectos subjetivos que precisam ser considerados no estudo desses fenômenos.
Estruturalismo nas Ciências Sociais
Estruturalismo nas Ciências Sociais: é um sistema relacional ou um conjunto de sistemas relacionais, tais como as relações de parentesco, os esquemas de controle de tráfego, os códigos de etiqueta, etc. Uma estrutura é um todo formado de fenômenos solidários. Cada um dos seus elementos depende dos outros e é determinado por sua relação com eles. A alteração, acréscimo ou supressão de um elemento implica acomodação e reajuste na posição dos demais. Existem relações causais com os aspectos históricos, porém não reconhece que essas relações possam ser determinantes na compreensão do mundo e da realidade. Decomposição do fenômeno estudado, visando elementos que variem produzindo modificações no conjunto. Depois, é preciso construir a estrutura, partindo das menores partes do fenômeno estudado, estabelecendo regras de associação entre os elementos pertinentes. Considerando suas manifestações visíveis e aquelas que forem teoricamente estabelecidas. O pensamento estruturalista busca revelar o que está além do aparente, uma vez que busca (re)construir estruturas que sejam inteligíveis para explicar seu funcionamento.
Materialismo Dialético
Materialismo dialético: O primeiro princípio explica que todos os fenômenos estão interligados e são determinados mutuamente. O segundo, que tudo está em constante movimento e esse movimento ocorre em função das contradições internas desses fenômenos. Assim, o que causa o desenvolvimento da sociedade não é algo que está fora dela, mas de transformações que ocorrem no seu interior, como resultado de mudanças qualitativas. O resultado da contradição não é a nulidade, mas a constituição, pois todas as coisas estão em contradição com as outras coisas e consigo mesmas. Não é possível analisar um fenômeno – uma organização, por exemplo – sem relacioná-lo ao contexto no qual se localiza, ao momento histórico em que se encontra, aos determinantes históricos, econômicos e culturais.
Pesquisa Qualitativa
Pesquisas qualitativas: no âmbito das ciências, não queremos afirmar serem pesquisas com qualidade ou não. Referimo-nos a um tipo de estudo científico que busca analisar os fenômenos a partir de uma abordagem centrada num paradigma compreensivo do fenômeno. Preocupa-se com um nível de realidade que não pode ser quantificado; trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos.
Pesquisa Quantitativa
Já as pesquisas quantitativas são aquelas que têm seus fundamentos nos paradigmas que valorizam a objetividade e o controle científico. Para isso, enfatizam que se apliquem testes que comprovarão a validade dos resultados e sua fidedignidade, alinhadas à filosofia positivista que supõe a existência de fatos sociais como uma realidade objetiva, independente das crenças individuais, e concebe a verdade como absoluta e objetiva.
Integração Qualitativa e Quantitativa
É preciso, no entanto, analisar os fatos naquilo que nem sempre se pode quantificar e que interfere neles; de outro lado, não se pode prescindir da quantificação, que possibilita obter maior objetividade em relação a muitos aspectos.
Pesquisa Bibliográfica
A pesquisa bibliográfica, objeto de nosso estudo nesta seção, é um tipo de pesquisa que visa responder a um problema com a utilização de material bibliográfico, estudos e análises científicas que, por conseguinte, passaram pelo crivo da Ciência para serem apresentados à sociedade. O levantamento bibliográfico se refere ao procedimento utilizado pelo pesquisador – e necessário para todo tipo de pesquisa – que visa selecionar o material bibliográfico disponível para optar pelas fontes mais adequadas ao estudo que se pretende empreender.
Portanto, o “atual estado da arte” representa a forma como o conhecimento científico produzido sobre o assunto está se configurando.
Diante dessas explicações, fica claro que, em geral, as pesquisas são também pesquisas bibliográficas, uma vez que todas necessitam desse tipo para fundamentar o estudo. Outras pesquisas são somente desse tipo, ou seja, utilizam das fontes bibliográficas disponíveis para responder ao problema da pesquisa.
Pesquisa bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre um determinado assunto, mas propicia o exame do tema sob novo enfoque ou abordagem, o que favorece conclusões inovadoras. O pesquisador deverá explorar o material bibliográfico reunido, saber articular as ideias de forma a dispor de elementos que lhe permitam concretizar não apenas um estudo de caráter descritivo, mas atingir o nível analítico da questão.
O pesquisador crê não haver necessidade de tanto rigor metodológico ao realizar uma pesquisa bibliográfica, contudo, ela deve seguir os mesmos procedimentos de qualquer outro tipo de pesquisa, uma vez que o objetivo é racionalizar o processo com vistas a ter clareza sobre os objetivos do estudo e o problema que se pretende responder.
Pesquisa Documental
Nas fontes pesquisadas, você poderá encontrar a explicação de que a pesquisa bibliográfica trabalha com fontes secundárias e a pesquisa documental trabalha com fontes primárias. É primária uma vez que os materiais são obtidos de forma direta e feitos pelo próprio autor da pesquisa; também são considerados como primários aqueles materiais escritos que são analisados de forma direta pelo pesquisador. Já as fontes secundárias são produzidas por outros, sendo acessadas pelo pesquisador, mas cujo tratamento inicial não foi feito por ele. A pesquisa documental é conhecida também como pesquisa de fontes primárias.
A característica principal da pesquisa documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos, que podem ser escritos ou não e que, inclusive, podem ser recolhidos no momento em que o fenômeno acontece, por exemplo, um registro fotográfico. Refere-se ao exame de materiais que ainda não receberam qualquer tratamento analítico.
Exemplos de fontes documentais:
- Arquivos públicos: tribunais, cadastros de funcionários, leis, estatutos, ofícios, relatórios, anuários, atas, memorandos, projetos de lei, registros de nascimento, de óbito ou de casamento, escrituras de compra e venda de imóveis, fotos, documentários, dentre outros.
- Arquivos particulares: correspondências, diários, autobiografias, vestuários, utensílios, fotos, pinturas, filmes, plantas, mapas, dentre outros.
- Fontes estatísticas: dados organizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Instituto de Opinião Pública e Estatística – IBOPE, Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias – EMBRAPA, Secretarias Estaduais e Municipais, dentre outros.
O pesquisador explicitará a abordagem, o tipo de pesquisa, as técnicas para coleta de dados. Quanto mais explicado, melhor, não somente para quem lê o projeto, mas também e, principalmente, porque será uma forma de o pesquisador pensar o que fará, como fará e quando fará.
Técnicas de Coleta de Dados
Instrumentos de Coleta
Denominamos instrumentos de coleta de dados os meios pelos quais o pesquisador obterá as informações que lhe permitirão obter respostas ao problema da pesquisa, além da pesquisa bibliográfica.
O Questionário
O questionário é uma técnica de investigação que inclui um número mais ou menos elevado de questões apresentadas às pessoas, visando levantar o conhecimento de fatos, comportamentos, opiniões, crenças, sentimentos, atitudes, interesses, expectativas, motivações, preferências e situações vivenciadas. Em geral, ao se optar pelo questionário, busca-se atingir um número representativo de pessoas, a fim de obter a validação dos resultados.
A Entrevista
Considerada um instrumento qualitativo, a entrevista é um diálogo. A resposta do entrevistado poderá suscitar outras questões que poderão ser incorporadas. Há uma limitação em relação à quantidade de pessoas a serem entrevistadas, sendo necessária a seleção minuciosa desse grupo. Outro aspecto que merece atenção é em relação ao registro, que poderá ser feito mediante gravação, desde que aceita pelo entrevistado. Lembre-se de que a entrevista deverá ser posteriormente transcrita para que as informações possam ser utilizadas na pesquisa, uma vez que nem tudo poderá ser aproveitado.
Produção e Comunicação Científica
Construção do Texto Científico
A elaboração de um texto não é uma simples sequência de frases recolhidas conforme sua sonorização ou outro critério. É preciso que haja unidade, coesão e coerência. Todas as partes do texto devem estar ligadas e indicar uma direção, por isso exige determinadas habilidades de seu produtor.
Descrição
Descrição: é um relato minucioso das propriedades de um objeto, ou de suas partes constitutivas. É um tipo de redação técnica que inclui variadas modalidades de textos: descrição, narração e dissertação. Necessita do domínio de algumas técnicas, visando clareza, objetividade e concisão, que são elementos necessários a uma boa comunicação.
Leitura e Compreensão
Leitura: para que essa atividade seja efetivamente um processo de leitura do mundo, uma delas é o desenvolvimento da capacidade crítica que decorre do estudo. Portanto, considerando a importância do estudo para se obter condições de analisar criticamente a realidade e desenvolver conhecimentos aprofundados sobre ela, é preciso a leitura de textos.
A leitura: enriquece o vocabulário, clareia as ideias, amplia o conhecimento da língua, melhora a redação, fornece soluções para problemas já resolvidos por outrem, desperta a inteligência, aperfeiçoa a cultura, dentre outros.
Busca da compreensão da mensagem do autor, e não mera reprodução ou memorização; manter uma postura crítica do que se lê, compatibilizando com a realidade; manter uma postura de constante questionamento e de diálogo com o autor do texto.
Etapas da leitura:
- Leitura de reconhecimento e pré-leitura: Fase que corresponde ao levantamento das fontes bibliográficas que contenham dados ou informações que poderão ser aproveitadas. Após o levantamento, procede-se ao exame das fontes para saber do que está tratando.
- Leitura seletiva: Implica na seleção do material que será utilizado em conformidade com as necessidades do estudo. Ainda não se trata de uma leitura exaustiva e minuciosa, apenas para verificar se os dados apresentados fornecem informações sobre o assunto que estará sendo estudado.
- Leitura crítica ou reflexiva: Etapa que corresponde ao estudo dos textos, levando à compreensão da mensagem do autor. Esse estudo passa por fases: visão global do texto e análise das partes para chegar a uma síntese integradora.
- Leitura interpretativa: É a fase em que se decide se o texto estudado tem condições de ser aproveitado ou não para a situação-problema apresentada. A interpretação requer ter uma posição própria a respeito das ideias apresentadas pelo autor, estabelecer um “diálogo” com o autor, ler o que está nas entrelinhas.
Boa leitura: fazer uma leitura inicial para compreender do que trata o texto, apreender o estilo do autor e a construção argumentativa. Reler o texto quantas vezes forem necessárias e assim apreender aspectos que, numa primeira leitura, ficaram despercebidos. Refazer a argumentação básica e elaborar uma posição própria, pessoal, diante do texto, com argumentação na qual sejam destacados consensos e dissensos.
Fichamento
Uma forma bastante comum e usual para se fazer a organização e compilação de textos é por meio do fichamento. O fichamento é o ato de organizar um conjunto de informações sobre uma determinada obra. Ele permite a ordenação do material fundamental ao desenvolvimento do trabalho e facilita a seleção constante da documentação. Orienta-se que nessas fichas estejam presentes, de forma bastante objetiva, todas as informações que normalmente se requer num estudo científico: o nome do autor, nome da obra, edição, local da publicação, editora e ano da publicação.
Citações: Tipos e Uso
Na construção do texto, o pesquisador irá inserir ideias, conceitos que são de produção de outrem, mas que são fundamentais para dar o entendimento necessário ao que pretende expor, e fará isso por meio da citação. Explicando conforme a própria norma: “Menção de uma informação extraída de outra fonte”.
Tipos de citações:
- Citações diretas: aquelas nas quais o autor faz a transcrição literal de partes do texto fonte;
- Citações indiretas: aquelas nas quais o autor se baseia no texto fonte;
- Citações de citações: ocorrem quando se utiliza de uma citação já mencionada no texto fonte, ou seja, é a citação direta ou indireta de um texto ao qual não se teve acesso.
Nas citações indiretas, não haverá destaque, visto que se baseia no texto fonte, mas não transcreve nenhuma de suas partes.
O Artigo Científico
O artigo permite ao leitor o conhecimento do teor completo da pesquisa realizada, uma vez que descreve a metodologia utilizada e os resultados obtidos. Quanto ao conteúdo, o artigo pode ser muito variado, como discorrer sobre um estudo pessoal ou oferecer soluções para posições controvertidas.
Análise vs. Interpretação
O objetivo da análise é sumariar as observações sistematizadas organizadas durante o processamento dos dados, visando responder ao problema da pesquisa. Já o objetivo da interpretação é conferir um sentido mais amplo às respostas encontradas pela pesquisa, relacionando-as a outros conhecimentos existentes.
Comunicação Científica Formal
Numa comunicação científica, existe uma formalidade com a organização da apresentação em termos de tempo de apresentação e tempo para as arguições. Essas perguntas poderão ser feitas oralmente ou por escrito, sendo que o presidente da mesa irá recebê-las e direcioná-las ao orador. Dominar o conteúdo e estruturar um plano servirá para dar maior segurança na apresentação e nas respostas.
O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)
O TCC deve ser compreendido dentro do processo de pesquisa. Representa o resultado disso, cujo início pode ser demarcado com a elaboração do projeto de pesquisa, passa pelo levantamento das informações necessárias à resolução do problema da pesquisa e sistematização dos resultados obtidos. Nele deverão ser expressos os conteúdos e informações necessários para que o leitor compreenda tudo o que foi desenvolvido.