A Construção do Sujeito: Linguagem, Ideologia e Sociedade

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O indivíduo se constitui a partir de uma composição social; sua atuação como sujeito da história depende de seu grau de inserção e modificação frente à sociedade.

A Linguagem como Pilar da Consciência

A linguagem se concebe a partir de um conjunto de códigos e signos que possibilitam a comunicação. Sendo ela responsável pela concepção da cultura e pela transformação do homem em sujeito, a linguagem se apresenta como resultado histórico. É tanto representação social quanto responsável pela possibilidade da existência de uma consciência, pois cria maneiras para que o pensamento se desenvolva, o qual posteriormente será expresso para o outro.

A partir do atravessamento da linguagem, torna-se possível a constituição do "ser humano", onde o sujeito passa a ser capaz de pensar racionalmente. Ele não é apenas interpassado, possuindo a simples função de receptáculo; a linguagem também retroage sobre o sujeito, transformando-o, pois transmite as ideologias daquele meio.

Ideologia: Filtro da Realidade Social

Dentro desta perspectiva, cabe a análise da ideologia como forma de determinação social individual.

Entende-se ideologia como representação da realidade, um filtro que se interpõe entre o homem e a sociedade, buscando camuflar a realidade social e colaborando para a desigualdade social. São um conjunto de discursos que se expressam como um sistema de valores.

Capitalismo, Classes e Reprodução Ideológica

Com o advento do capitalismo, a sociedade passa a ser estruturada a partir de classes, divididas por meio da relação que estabelecem com o trabalho (a superestrutura), e tendo a economia (a infraestrutura sociopolítica), entendida como os modos de produção, como base e pré-requisito para que o sistema social vigore.

Dentro da superestrutura, os modelos ideológicos são pensados e transmitidos por importantes instituições sociais, responsáveis pela reprodução dos valores da classe dominante, tais como: família, escola e instituições religiosas. Em aspecto individual, essa transmissão ocorre mediante a história pessoal. Entende-se que esse modelo faz o indivíduo tornar-se consciente ao realizar as representações determinadas pelo próprio comportamento social.

Alienação e a Ressignificação do Sujeito

Quando imerso na ideologia do grupo, o indivíduo se torna alienado por se tratar de mera reprodução social, o que posteriormente o impede de contribuir para a transformação das relações sociais e de si.

O sujeito não somente é determinado, mas também se transforma através da ressignificação da linguagem perante sua história pessoal, a qual se apropria do que o meio externo lhe apresenta, interpreta, elabora e devolve ao meio.

Fragmentação de Classes e a Consciência Coletiva

A partir da fragmentação de classes, oriunda da reestruturação do sistema capitalista, as lutas sociais passam a ser distintas entre grupos. Cada um visa minimizar as violências sofridas; todavia, para que haja consciência social e de si, antes se faz necessária a consciência do grupo onde se está inserido. Portanto, torna-se muitas vezes inviável este processo, já que é possível ter consciência sobre certos assuntos, mas a consciência geral só é possível quando construída em grupo.

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