Controle de Pragas na Agricultura
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**Controle de Pragas e Uso de Inseticidas**
**Paul Muller** - Descobriu o **DDT** (diclorodifeniltricloroetano), o primeiro pesticida moderno, usado durante a Segunda Guerra Mundial. Possui alta afinidade por lipídeos, causando toxidade crônica e alta persistência no ambiente.
**Ressurgência**: Quando uma pequena população da praga aumenta sua densidade em cada safra subsequente devido ao uso contínuo da mesma molécula.
**Sistemas de Produção**
- **Fase de Subsistência**: Baixo nível tecnológico, baixos investimentos, sem programa de proteção de plantas.
- **Fase da Exploração**: Novas variedades, uso de produtos químicos, uso exclusivo de um produto, calendários de aplicação.
- **Fase de Crise**: Uso intensivo de produtos, doses maiores para controlar a praga, novos produtos, espécies secundárias se tornam pragas.
- **Fase de Desastre**: Inviabiliza a exploração agrícola, aplicações repetidas e misturas de inseticidas.
- **Fase do Controle Integrado**: Em 1959, Vernon Stern propôs o Manejo Integrado de Pragas (MIP), com o princípio de trabalhar de forma ecologicamente racional com o controle de insetos.
**Erupção**: Mudança de estádios da praga, podendo deixar de ser secundária para se tornar primária.
**MIP (Manejo Integrado de Pragas)**: Táticas de controle que visam manter a praga abaixo do seu nível de dano econômico, levando em conta critérios econômicos, ecológicos e sociais.
**Características das Pragas**
Para ser considerada uma praga, deve-se analisar:
- Potencial biótico
- Hábito alimentar
- Ínstar
- Cultivar
- Temperatura
- Umidade
- Fotoperíodo
**Dano Direto**: Ocorre na parte a ser comercializada.
**Dano Indireto**: Ocorre em outras partes da planta.
**Injúria**: O que o inseto faz na planta (branqueamento, desfolha).
**Dano**: Consequência do ataque, queda na produção, redução da fotossíntese.
**NDE (Nível de Dano Econômico)**: Porcentagem de perda mínima na produção a partir da qual o controle se torna economicamente viável.
**Fatores que Contribuem para a Ocorrência de Pragas**
- Ausência de rotação de culturas
- Plantio de variedades susceptíveis
- Adubação desequilibrada
- Uso inadequado de produtos
**Inseticidas**
Substâncias químicas que causam a morte dos insetos de forma direta ou indireta.
**Penetração do Produto**:
- **Contato**: Através do exoesqueleto, tarso.
- **Fumigação**: Pelos espiráculos.
- **Ingestão**: Através da alimentação, atingindo o sistema nervoso.
**Translocação**:
- **Contato**: No local de aplicação.
- **Profundidade**: Translocação translaminar.
- **Sistêmico**: Translocação por toda a planta.
**Modo de Ação dos Inseticidas no Sistema Nervoso**
**Sistema Nervoso**:
- **Axônio**: Conduz o impulso para fora da célula.
- **Dendritos**: Recebem os impulsos.
Quando o sistema nervoso recebe os impulsos, ocorre uma transmissão elétrica onde canais de Na+ entram e canais de K+ saem da célula. A transmissão então se torna química, com a produção de acetilcolina, causando a excitação do sistema.
- **Inibidores da Acetilcolinesterase**: Fosforados, Carbamatos.
- **Agonistas da Acetilcolina**: Neonicotinóides, Nicotina.
- **Antagonistas da Acetilcolina**: Cartap - causam paralisia, bloqueiam os receptores de acetilcolina.
- **GABA**: Agem em nível de axônio.
- **Agonistas**: Aumentam a permeabilidade da membrana (Avermectinas, Milbemicinas).
- **Antagonistas**: Bloqueiam a permeabilidade (Ciclodienos, Fenilpirazóis), causando hiperexcitação.
- **Piretróides**: Moduladores de canais de Na+, causam a morte rápida por choque no inseto, pois o Na+ continua entrando na célula nervosa.
- **Inseticidas Reguladores de Crescimento**: Juvenóides, Inibidores da síntese de quitina e Agonistas da ecdisteróides (aceleram a ecdise do inseto, causando sua deformação).
**Toxicologia**
**Toxidade**: Capacidade da substância de produzir efeito após interação no organismo.
**Toxicologia**: Estudo dos efeitos da substância sobre os seres vivos.
**Objetivos da Toxicologia**:
- Estabelecer condições seguras para o uso de substâncias.
- Determinar níveis toleráveis.
- Avaliar riscos.
**DL50**: Quantidade de ingrediente ativo por peso (mg/kg de peso vivo) capaz de matar 50% dos animais testados.
**Classificação Toxicológica (Cor da Faixa no Rótulo)**:
- **Vermelho**: Extremamente tóxico.
- **Amarelo**: Altamente tóxico.
- **Azul**: Medianamente tóxico.
- **Verde**: Pouco tóxico.
**Receituário Agronômico**
**Vantagens do Receituário**:
- Maior conscientização do uso de produtos.
- Valorização do meio ambiente.
- Facilita a adoção do MIP.
- Emprego de produtos mais seguros.
**Receituário**: Metodologia a ser aplicada.
**Receita**: Documento prescrito.
**Bases do Receituário**:
- Competência legal.
- Competência profissional.
- Ética profissional.
- Visão global do problema.
- Suporte legal do MIP.
**Etapas do Receituário**:
- **Rapport**: Primeiro contato entre profissional e produtor (avaliar o nível de conhecimento, facilitar a comunicação).
- **Anamnese Passiva**: Exposição do problema pelo produtor, com anotação dos pontos importantes.
- **Anamnese Ativa**: Busca de informações necessárias para resolver o problema (cultura, área, época, equipamentos).
- **HPPA (História Pregressa do Problema Atual)**.
- **HPA (História do Problema Atual)**: Diagnóstico da cultura, perdas acima do NDE, equipamentos de aplicação, verificar EPIs, local de armazenamento do produto e descarte de embalagens, local de banho, lavagem de EPIs e equipamentos.
A receita deve ser elaborada com base no **Artigo 51** (Os agrotóxicos e afins só poderão ser comercializados mediante a apresentação de receituário próprio prescrito por profissional habilitado) e **Artigo 52** da legislação vigente.