Cooperativismo: História, Princípios, Tipos e Gestão
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História e Evolução do Cooperativismo
Primórdios da Cooperação
Segundo Kreush (2009), o primeiro ato cooperativo registrado foi a caça tribal, caracterizado pelo verdadeiro princípio cooperativo: a interação solidária.
Na Idade Antiga, os melhores exemplos de cooperação surgem no Egito, na Babilônia, na Grécia Clássica e na China.
Cooperação na Grécia Clássica
Na Grécia Clássica, existia um sistema cooperado para cultos fúnebres ou assistência mútua, conhecido como orglenem ou thiasi.
Pensadores e Precursores do Cooperativismo
No século XVI, a cooperação econômica se fortaleceu com Plockboy, que idealizava a cooperação integral por classe de trabalhadores.
No século XVII, John Bellers organizava “colônias cooperativas” para produzir e comercializar seus produtos, na tentativa de eliminar o lucro que era apropriado pelos intermediários.
Charles Fourier pregava a criação de comunidades agrícolas autossuficientes, semelhantes a cooperativas de produção agrícola.
Marcos do Cooperativismo Moderno e Brasileiro
O marco inicial do cooperativismo moderno se dá com a fundação em Rochdale, na Inglaterra, em 1844, de uma cooperativa de consumo formada por 28 operários.
No I Congresso Internacional de Cooperativismo, em Londres, em 1895, foi fundada a Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que atualmente tem sede na Suíça.
Em 1902, surgiu a Caixa de Economia e Empréstimos Amstad, posteriormente batizada de Caixa Rural de Nova Petrópolis, a primeira cooperativa de crédito do país, no Rio Grande do Sul.
No ano de 1969, foi criada a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) com a tarefa de representar e defender os interesses do cooperativismo no Brasil.
No ano de 1998, nasceu o SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo), que integra o Sistema S e é vinculado à OCB.
Em julho de 2005, seguindo a tendência do movimento do cooperativismo solidário, surge a UNICAFES (União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária).
Princípios Fundamentais do Cooperativismo
Os princípios cooperativistas não são independentes uns dos outros, não sendo possível avaliar uma cooperativa com base somente em um ou alguns princípios.
Cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência, constituídas para prestar serviços aos associados.
Adesão Voluntária e Livre
O princípio da adesão voluntária e livre também é conhecido como princípio das portas abertas, pois toda pessoa que preencha seus requisitos pode ser acolhida como sócia.
Gestão Democrática pelos Membros
Nas assembleias, cada membro participa das decisões com um voto, independentemente da detenção de parcelas do capital social.
Participação Econômica dos Membros
A divisão das sobras é proporcional à movimentação do cooperado com a cooperativa naquele exercício e não ao capital por ele investido.
Antes da divisão das sobras, a cooperativa deve reter, pelo menos, 10% das sobras líquidas para o Fundo de Reserva e outros 5% para o Fundo de Assistência Técnica e Educação Social.
Autonomia e Independência
Pela Lei 5.764/1971, o princípio da autonomia e independência não seria possível, entretanto, ele é garantido pela CF de 1988, que revogou parte da lei.
O princípio da autonomia e independência garante que a cooperativa possa cumprir com seus objetivos e metas sem a intervenção externa, principalmente do governo.
Educação, Formação e Informação
Para o fortalecimento do cooperativismo, é importante que exista intercâmbio de informações entre cooperativas, trocas de experiências, produtos e serviços, viabilizando o setor como atividade econômica.
Interesse pela Comunidade
Pelo princípio do interesse pela comunidade, as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.
Diferença entre Gestão Democrática e Participação Econômica
A principal diferença entre o princípio da gestão democrática e o princípio da participação econômica dos membros é que, enquanto o primeiro se refere ao poder de decisão através do voto, o segundo se refere ao poder de deliberar sobre as sobras líquidas da cooperativa após a composição dos fundos e a divisão das sobras proporcional à movimentação durante o exercício.
Tendências e Desafios do Cooperativismo Atual
A França é hoje o país do mundo em que as instituições financeiras cooperativas apresentam maior participação no mercado financeiro.
Uma das tendências do cooperativismo atual é o incremento do nível de cooperação entre pessoas, grupos, atividades e regiões.
Um dos principais problemas do cooperativismo atual é a falta ou o esquecimento da educação cooperativista por parte dos cooperados.
Tipos de Cooperativas e Seus Objetivos
Cooperativas de Consumo
O objetivo das cooperativas de consumo é abastecer seus cooperados a partir de compras em comum de produtos para uso doméstico.
As cooperativas de consumo podem ser fechadas (somente para pessoas ligadas a determinada cooperativa, sindicato ou profissão) ou abertas (para todo o tipo de público).
Cooperativas Agropecuárias
As cooperativas agropecuárias englobam produtores rurais, agropastoris e de pesca e formam um dos mais tradicionais ramos do cooperativismo no Brasil.
Cooperativas de Crédito
O objetivo das cooperativas de crédito é buscar uma melhor gestão de seus recursos financeiros por meio da ajuda mútua e de uma atuação coletiva.
Cooperativas de Saúde
O ramo saúde é genuinamente brasileiro, com origem em Santos, na década de 1960.
Cooperativas de Trabalho
O objetivo das cooperativas de trabalho é unir profissionais autônomos a fim de buscar melhores condições de trabalho.
Cooperativas de Transporte
O objetivo das cooperativas de transporte é prestar serviços de transporte e na organização e profissionalização de pequenos e médios transportadores.
Cooperativas de Turismo e Lazer
O objetivo das cooperativas de turismo e lazer é organizar as comunidades para disponibilizar seu potencial turístico, hospedando os turistas e prestando-lhes serviços.
Cooperativas Habitacionais
O objetivo das cooperativas habitacionais é reunir os cooperados para construção, manutenção e administração de conjuntos habitacionais e condomínios.
Cooperativas Sociais
O objetivo das cooperativas sociais é promover a cidadania de pessoas vulneráveis, a fim de que ganhem uma oportunidade de trabalho.
Gestão e Autogestão em Cooperativas
Conceito de Autogestão
O termo original de autogestão vem do sérvio-croata “samoupravlje” e designava o processo de administração das fábricas estatais na extinta Iugoslávia.
Na gestão das cooperativas prevalece a autogestão, o que significa que a tomada de decisão é realizada pelos próprios associados, por meio da AGO (Assembleia Geral Ordinária).
Modelo de Gestão Proposto por Oliveira
Oliveira propõe um modelo de gestão que proporciona alguns direcionamentos administrativos para os executivos e profissionais das cooperativas.
Os componentes estratégicos do modelo de gestão proposto por Oliveira referem-se à função administrativa de planejamento.
Os componentes estruturais e tecnológicos do modelo de gestão proposto por Oliveira referem-se à função administrativa da organização.
Os componentes diretivos, de mudanças e comportamentais do modelo de gestão proposto por Oliveira referem-se às funções administrativas de direção.
Os componentes de avaliação do modelo de gestão proposto por Oliveira referem-se à função administrativa de controle.