Cornel West: Política, Cultura e Movimentos Sociais

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Ao definir a política como o processo através do qual um grupo de pessoas chega a decisões coletivas, destacamos o processo dinâmico de decisão como o caráter fundamental desta atividade. No decurso deste processo negocial, a política transforma-se, assim, num determinado político, isto é, num conjunto de decisões tomadas num (e para um) dado campo da esfera social.

Ao falarmos de “políticas culturais”, designamos processos sociais institucionais, ou seja, práticas de intervenção que vêm agregar e dar sentido a um conjunto necessariamente irregular de atos, discursos, despesas e práticas administrativas, onde se jogam duas dimensões fundamentais das relações sociais: a cultura e o poder. A cultura entendida tanto como o saber e o fazer dos indivíduos, como campo da produção cultural ou do campo artístico. Bourdieu elenca acima de tudo as instituições endógenas ao campo de produção cultural, isto é, instituições que são parte desse jogo, como:

  • Locais de exposição (galerias, museus, etc.);
  • Instâncias de consagração (academias, salões, etc.);
  • Instâncias de reprodução dos produtores e consumidores (escolas de Belas Artes);
  • Agentes especializados (comerciantes, críticos, historiadores de arte, colecionadores, etc.), capazes de impor uma medida específica do valor do artista e dos seus produtos.

As características das novas políticas culturais passam pela homogeneização, multiplicidade e heterogeneidade para rejeitar o abstrato, o universal, tendo em conta o concreto, o particular, contextualizando e pluralizando o contingente, provisório e variável experimental. Assim, constituem “a diferença”, o peso e a gravidade na representação, realçando questões como classe, raça, género, orientação sexual, idade, etc. Tais políticas culturais de diferença consistem na distinta articulação com as culturas capitalistas, que infelizmente visavam pela xenofobia.

A segunda fase importante referida por West foi o crescimento dos Estados Unidos da América como o “mundo do poder”, que embora não estivesse preparado.

A terceira fase está associada com a descolonização do terceiro mundo. Por volta dos anos 60, todas estas mudanças levaram ao crescimento dos movimentos antipreconceitos, dos direitos civis e principalmente antirracistas. Neste período, o típico homem americano viu a sua cultura homogénea ruir. Com estes movimentos deu-se a inclusão de todo o tipo de pessoas na criação de cultura. Estas críticas acabaram por promover três pontos cruciais que afetaram a vida intelectual:

  1. A apropriação de teorias pós-guerra, todas baseadas em projetos radicais, como o Marxismo ou o Estruturalismo.
  2. Havendo posteriormente uma recuperação e revisão da história americana, pela visão dos não favorecidos.
  3. Finalizando o impacto da cultura popular, com a televisão, música e vídeos.

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