Crescimento e Desenvolvimento Econômico

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Crescimento e desenvolvimento econômico não são sinônimos. O crescimento econômico é um dado quantitativo (PIB) e o desenvolvimento é medido pelo bem-estar econômico e social, visando como são alocados os recursos dentro de uma economia.

FIB - O sucesso de uma economia deve ser medido pela felicidade e bem-estar (educação, saúde, cultura, espiritualidade, governança).

PNDU - Programa das Nações Unidas que promove o desenvolvimento sustentável (nível de renda, expectativa de vida, generosidade, corrupção percebida, apoio social).

Formas de medir a distribuição de renda:

  • Porcentagem da renda apropriada.
  • Índice de Gini (curva de Lorenz) (0 = distribuição igualitária e 1 = concentração).

IDH - (média geométrica) RNB per capita em PCC - Saúde (expectativa de vida) – Educação (número esperado de anos de estudo e média de anos de estudo da população adulta).

De acordo com os liberais, menor concentração de renda é igual a menor crescimento econômico (menos poupança e investimento), baseado no Supply Side Economics.

O Supply Side Economics, criada como alternativa ao keynesianismo, é uma teoria econômica que enfatiza a importância do fornecimento de bens e serviços para o crescimento econômico, mostrando a função da demanda agregada para a determinação do crescimento econômico. Segundo essa teoria, é necessário estimular a produção e o investimento, e não o consumo. Apoia a desregulamentação do mercado e a redução dos impostos, pois assim estimula a produção de bens e serviços, gerando crescimento econômico. (Críticas: distribuição de renda e eficácia da economia).

Para os keynesianos, maior concentração é igual a maior crescimento (teoria do bolo) (mais poupança e investimento).

O crescimento econômico no longo prazo é lento até a Revolução Industrial. Durante 99% da história, o padrão de vida era semelhante no mundo e a pobreza era generalizada.

Sociedades Agrárias: Dependência extrema de terras e lento progresso técnico, levando ao crescimento econômico – pressão sobre recursos produtivos – retornos decrescentes de produção – redução do crescimento populacional.

Malthus - A população cresce a uma taxa exponencial e os recursos disponíveis em uma taxa aritmética, causando escassez de alimento e recursos, assim, sendo necessário controlar a natalidade – contra assistências aos mais pobres.

Força estagnacionista malthusiana - A escassez de recursos limita a capacidade da economia de se expandir.

Força progressista smithiana - Uma economia pode se expandir indefinidamente com liberdade econômica e divisão do trabalho.

Limites energéticos: A terra é utilizada como última fonte de energia e produção de alimentos. Com o crescimento demográfico, a demanda por alimentos competia com a produção de energia, assim, trocam o carvão vegetal (aquecimento de casas e processos industriais) por mineral.

Revolução Industrial: Rompimento dos limites energéticos, melhorias tecnológicas comuns, sem rendimentos decrescentes, crescimento populacional com aumento da renda per capita.

Para os clássicos, para que ocorra o crescimento econômico no longo prazo é necessária a divisão e produtividade do trabalho, acumulação do excedente e inovações técnicas – o crescimento não pode se estender indefinidamente. Diferentemente dos fisiocratas, não acreditavam que o setor primário era a única origem da riqueza.

O que determina o aumento da riqueza:

  1. Proporção da população dedicada à atividade produtiva;
  2. Produtividade do trabalho.

Benefícios da divisão do trabalho:

  • Maior destreza do trabalhador especializado;
  • Sem perda de tempo ao passar de um trabalho para outro;
  • Invenção de máquinas.

Especialização + trocas = maior produtividade.

A divisão do trabalho é limitada pela extensão do mercado.

O crescimento da riqueza depende da acumulação de capital em escala crescente.

O que desestimula o investimento: Regulamentações, monopólios públicos, desrespeito à propriedade privada.

Para Smith, as condições fundamentais para o crescimento são:

  1. Crescimento do produto per capita maior que o crescimento do consumo per capita, assim, gerando excedente;
  2. Na distribuição do excedente, ele não pode ser todo absorvido pelos salários ou pela terra.

Limites para o crescimento: Crescimento populacional e recursos naturais.

O estado estacionário é decorrente da evolução do sistema que gera o excesso de capital. O excesso de capital gera uma queda nos lucros e desestimula o processo de acumulação. Para Smith e Ricardo, ele é um estado de estagnação e penúria e para Mill ele é um estado de bem-estar.

Para Smith, no estado estacionário existe uma saturação de capital que produz lucros pequenos, visto que, quando muitos comerciantes aplicam no mesmo negócio, isso gera concorrência, assim, diminuindo os lucros.

Para Ricardo, o estado estacionário é alcançado com a expansão populacional, fazendo terras menos férteis serem ocupadas, aumentando a renda da terra, mas tendo rendimentos decrescentes na agricultura. Esse estado estacionário pode ser adiado com a importação de alimentos, fazendo os salários serem mais baixos e os lucros mais altos e também com inovações técnicas.

Para Mill, o progresso não é limitado e os limites do progresso são móveis. Os fatores contrapostos à queda da taxa de lucro são: novas invenções industriais, exportação de capital para investimento no exterior e destruição de capital durante as crises.

A escola alemã veio em oposição à teoria neoclássica, assim, buscando um maior realismo em sua teoria. Suas principais críticas aos clássicos foram: o “Vício Ricardiano”, “Manchesterismo”, ausência de instituições e caráter a-histórico da teoria.

Clássicos ingleses: Teorias dedutivas, abstratas e calcadas na ação individual.

Escola alemã: Abordagem indutiva, histórica e centrada em nações.

Principais ideias de List:

  1. Unidade nacional como base do bem-estar dos povos;
  2. União aduaneira como forma de união econômica;
  3. Sistema ferroviário como forma de unir fisicamente (importante para o desenvolvimento econômico);
  4. Rejeição do laissez-faire – liberdade de comércio só interessa às nações mais desenvolvidas industrialmente – protecionismo provisório até o fortalecimento da indústria;
  5. Visão colonialista de países da América Latina e Ásia.

Influência de List: etapas de desenvolvimento segundo Rostow:

  1. Comércio com nações mais adiantadas para sair da barbárie;
  2. Promoção do crescimento das indústrias, pesca, navegação, adotando restrições ao comércio;
  3. Alto grau de riqueza e poder, retornando ao comércio livre.

Rostow era opositor ao comunismo.

Etapas do desenvolvimento econômico segundo Rostow:

  1. Sociedade tradicional: Grande proporção de recursos empregados na agricultura (pois tem baixa produtividade), estrutura social hierarquizada, importância dos vínculos familiares e clã, poder político (grande influência do proprietário de terras e do poder local);
  2. Pré-condições para o arranco: Processo de transição com dificuldades para vencer a resistência da sociedade tradicional, novas funções na agricultura e na indústria, ampliação da educação, desenvolvimento do sistema financeiro. Um aspecto decisivo para a transição política foi um estado centralizado eficaz tendo como importância o investimento público;
  3. O arranco: Passa pela resistência da sociedade tradicional e começa a se desenvolver, aumento da taxa de investimento e poupança, novas técnicas agrícolas e industriais são aceitas. Expansão da nova indústria - lucro - reinvestimento nas instalações – efeito multiplicador – expansão das áreas urbanas - aumento da renda – aumento da poupança - mais recursos para investimentos – círculo virtuoso;
  4. Marcha para a maturidade: Progresso é continuado, tecnologia moderna se estende a toda economia, mais investimento, substituições de importações, novas mercadorias importadas, novos produtos exportados e economia consegue produzir o que quiser;
  5. Era do consumo em massa: Setores líderes são bens de consumo duráveis e serviços, renda média superior às necessidades mínimas, maior população urbana, maior participação dos trabalhadores de escritório e operários especializados, progresso tecnológico deixa de ser o foco, prioridade na assistência social (Welfare State).

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