A Crise de 29 e a Integração Econômica do Brasil
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São Paulo e o Impacto da Crise de 1929
Cenário Pré-Crise
Antes de 1929, São Paulo já possuía uma estrutura diversificada, com a agricultura mais expressiva e adiantada do país. Diante da crise, foi forçado a buscar sua recuperação através da modernização e ampliação de suas bases produtivas.
Cenário Pós-Crise
Após a crise, São Paulo promoveu a integração do mercado nacional, tornando-se o principal centro de decisão para a acumulação de capital no país. Entre 1933 e 1955, o Brasil viveu uma industrialização restringida, dada a incipiente produção nacional de bens de produção e a contínua dependência do setor primário exportador. A partir de 1929, com o mercado nacional mais aberto à produção interna, o processo de competição inter-regional foi reforçado.
Economias Regionais no Período
Amazônia: Extrativismo e Estagnação
A economia da Amazônia era baseada no extrativismo, com baixa produtividade e pouca integração nacional. Sua expansão ocorreu entre 1870 e 1920, na fase áurea da exportação da borracha, que chegou a representar um terço das exportações brasileiras. Com a “crise da borracha”, a região voltou à estagnação, situação que durou até meados da década de 1930, quando se vinculou ao mercado nacional.
Nordeste: Decadência e Novos Desafios
O açúcar nordestino estava em decadência desde o século XVII, e o algodão sofria com preços baixos e produção ineficiente. A pecuária, por sua vez, manteve um grande “reservatório de mão de obra”. Após a crise de 1929, o Nordeste sofreu um novo golpe: com o mercado interno protegido, a agricultura paulista se reestruturou e São Paulo tornou-se também o maior produtor de algodão e açúcar, superando a produção nordestina.
Sul: Economia Camponesa e Integração Limitada
A base agrícola do Sul era caracterizada pela pequena e média propriedade. O Paraná, por exemplo, só despontou economicamente após 1930. Com o corte de importações pós-1929, a economia sulista se recuperou, e produtos como o vinho ganharam o mercado paulista. No entanto, a integração foi limitada, pois sua indústria de pequeno e médio porte não conseguia competir com a moderna indústria de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Estados Cafeeiros: O Fim de um Ciclo
A cafeicultura, implantada no Rio de Janeiro e expandida para o Vale do Paraíba (SP, MG, ES), teve ótimo desempenho com mão de obra escrava. O fim do tráfico negreiro, no entanto, elevou drasticamente o custo dos escravos, impactando a produção.
Rio de Janeiro (RJ)
O encarecimento de mão de obra, transporte e terras levou ao fim da agricultura de subsistência, especializando a economia no café e aumentando a necessidade de importar alimentos.
Minas Gerais (MG)
Em Minas, o café foi produzido em pequenas e médias propriedades, com predomínio da parceria após a Abolição. O estado se diferenciou por desenvolver também uma importante pecuária e lavoura de alimentos, exportando gado e laticínios. MG foi um dos poucos estados a aumentar sua participação industrial entre 1907 e 1919.
A Ascensão de São Paulo como Polo Industrial
São Paulo se destacou com a expansão do café a partir de 1870, impulsionada pela rede ferroviária e por máquinas de beneficiamento que reduziram custos. A imigração solucionou a questão da mão de obra, permitindo uma acumulação capitalista diversificada em setores como café, estradas, bancos, indústria e energia.
Após a crise de 1929, o eixo dinâmico da economia se deslocou do setor agroexportador para o industrial. O mercado nacional passou a ser integrado sob o predomínio de São Paulo, cuja indústria, que possuía grande capacidade ociosa, expandiu-se e consolidou sua liderança ao conquistar o mercado interno na década seguinte.