Crise e Ajuste: Economia Brasileira (1979-1984)

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Governo Figueiredo (1979-1984)

  • Mário Henrique Simonsen - Ministro do Planejamento
  • Karl Rischbieter - Ministro da Fazenda (1979-1980)
  • Delfim Netto - Ministro da Fazenda (1980-1984)

Segundo Choque do Petróleo (1979)

  • OPEP eleva preço do barril para U$35.
  • Aumento na taxa básica de juros dos países industrializados.
  • 1979-1982: Recessão nos países industrializados.
  • Forte impacto em países importadores de petróleo (sobretudo os endividados, como o Brasil):
    • Juros altos dos países centrais levam a aumento do déficit em conta corrente.
    • Dificuldade de contrair empréstimos.

Crise da Dívida Latino-Americana

  • Deflagração da crise da dívida latino-americana:
    • Incapacidade de saldar ou refinanciar as elevadas despesas financeiras em dólares.
    • Declaração de moratórias - começa com o México (1982).

Fases Distintas no Governo Figueiredo

  1. 1979-1980: Elevadas taxas de crescimento.
  2. 1981-1983: Recessão.
  3. 1984: Recuperação puxada pelas exportações.

1979-1980: Crescimento e Desequilíbrio

  • 1979: 12º ano consecutivo de vigoroso crescimento e endividamento externo.
    • Inflação se acelerava.
    • Grande desequilíbrio no Balanço de Pagamentos (BP).

Políticas de Simonsen (Ortodoxas)

  • Simonsen adota políticas monetária e fiscal restritivas (ortodoxas):
    • Controle dos meios de pagamento e crédito bancário.
    • Contenção dos investimentos estatais.
    • Nova política cambial: promover desvalorizações reais da taxa de câmbio.
  • Cenário externo era favorável até então.
  • Com o Choque do Petróleo: Simonsen renuncia, entra Delfim Netto.

Medidas de Delfim Netto (Política Monetária Restritiva)

  • Medidas de Delfim (política monetária restritiva):
    • Reforça controle monetário: taxas negativas de crescimento do M1 e do crédito.
    • Maxidesvalorização cambial.
    • Controle dos gastos públicos (para conter o déficit que alimentava a inflação).

Resultados Econômicos (1979-1980)

  • Aumento da inflação para 93% em 1979-1980.
    • Correções salariais + indexação de contratos levam à inflação inercial.
    • Ajustes de preços insuficientes para conter a inflação.
  • PIB cresce a 8%: aumento das exportações e finalização dos investimentos do II PND.
  • Balanço de Pagamentos (BP): o desequilíbrio externo NÃO foi amenizado.
    • Maxidesvalorização cambial não se materializou em desvalorização real (foi corroída pelo aumento da inflação).
    • Déficit comercial: forte aumento das exportações, mas aumento do preço do petróleo faz aumentar gastos nas importações.
  • Significativa perda de reservas internacionais.

1981-1983: Recessão e Ajuste

  • Malogro do ajuste inicial.
  • Agravamento do cenário externo.
  • 1981-1983: PIB de 2,2%.

Política de Ajuste Recessiva

  • Governo adota política de ajuste explicitamente recessiva.
    • Objetivo: reduzir a absorção interna e aumentar exportações.

Política Monetária e Juros Altos

  • Política monetária recessiva mantida até o fim do governo Figueiredo.
  • Manutenção de juros altos era a principal via de atuação para:
    • Reduzir déficit na conta corrente.
    • Atrair capital externo para financiar o déficit.
  • Não ameniza perda de reservas internacionais.
    • Despesas com renda aumentam substancialmente.
  • Juros altos não conseguem captar capital externo:
    • Moratória mexicana gera desconfiança por parte dos países centrais.

Acordo com o FMI (1982)

  • 1982: Acordo com FMI (o primeiro de muitos).
    • FMI impõe ainda mais rigor à política monetária já restritiva.

Política Cambial e Fiscal Restritiva

  • Política cambial agora consegue desvalorização real (com nova maxidesvalorização).
  • 1983-1984: Política fiscal também se torna restritiva.
    • Não tinha ocorrido até 1982.
    • Aumento da carga tributária + grandes cortes de investimento público.

Efeito Tanzi e Queda Industrial

  • Aumento da inflação corrói a receita real do governo: Efeito Tanzi.
  • Queda na produção industrial.

Indexação da Dívida Pública

  • Estratégia usada para financiar os déficits do governo desde 1964 (correção monetária).
  • Funciona até o final dos anos 70 (enquanto inflação e câmbio estavam sob controle).
  • 1981-1984: Torna-se armadilha para o governo.
    • Aumento da inflação, correção cambial e juros altos mantinham o déficit nominal.
    • Dívida pública e déficit nominal crescem mesmo com política fiscal restritiva.
  • Superávits comerciais recordes.

1984: Recuperação Puxada por Exportações

  • Recuperação puxada pelas exportações.
  • PIB de 5,4%.
  • Inflação de 224%.

Queda das Importações e Impacto do II PND

  • Queda das importações.
    • Reflete êxito do II PND na substituição de bens de capital e petróleo.
    • Cai preço internacional do petróleo.
  • Superávit comercial.
  • Aumento das reservas.
  • Consumo, Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e importações perdem participação no PIB.
    • Compensadas pelo aumento do peso das exportações.

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