Crise Comercial e Mercantilismo em Portugal (Séc. XVII)
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Portugal entrou numa grave crise comercial provocada por vários fatores:
- A concorrência de franceses, holandeses e ingleses, que competiam com os portugueses na produção de açúcar e tabaco.
- Os efeitos das políticas protecionistas de Colbert.
- Os efeitos da crise espanhola de 1670-1680 (redução do afluxo de prata da América Espanhola, com a qual os holandeses compravam sal português).
Uma vez que os stocks nacionais se iam acumulando, sem compradores, apesar dos preços cada vez mais baixos, o reino orientou-se de acordo com a política mercantilista da época, criando manufaturas e implementando medidas protecionistas.
As Ideias Mercantilistas e o Conde da Ericeira
As ideias mercantilistas foram postas em prática pelo Conde da Ericeira (a partir de 1675), ficando conhecido por "Colbert português", uma vez que se baseou no modelo francês para atingir uma balança comercial positiva, apostando na indústria manufatureira. As principais medidas foram:
- Estabelecimento de fábricas com privilégios.
- Contratação de artífices estrangeiros que introduziram em Portugal novas técnicas de produção.
- Proteção da produção nacional através das leis pragmáticas.
- Desvalorização monetária (tornou os produtos portugueses mais baratos que os estrangeiros).
- Criação de companhias monopolistas.
O Retrocesso da Política Industrializadora
O retrocesso da política industrializadora portuguesa deveu-se principalmente à descoberta de minas de ouro e diamantes no Brasil. A entrada de metal precioso em Portugal aumentou a circulação de dinheiro no reino, levando a que as leis pragmáticas deixassem de ser respeitadas. O país usou o comércio como atividade prioritária, desvalorizando o setor manufatureiro.
Tratado de Methuen e Dependência de Inglaterra
A dependência da economia portuguesa face à Inglaterra intensificou-se com o Tratado de Methuen (1703). Segundo este tratado, a Inglaterra comprava vinhos portugueses e os portugueses compravam os lanifícios ingleses. Este tratado gerou uma situação de dependência de Portugal face à Inglaterra, pois contribuiu para o abandono das manufaturas de panos em Portugal e conduziu ao escoamento do ouro brasileiro para pagar as importações inglesas. O facto de quase todo o vinho exportado ter como destino a Inglaterra reforçou a dependência face a este país.