A Crise Energética e a Ditadura de Franco na Espanha

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O início da crise era de um grande aumento nos preços do petróleo, gerado por um processo de inflação e déficit comercial.

A crise energética levou a uma profunda crise industrial que tinha duas consequências: o aumento dos custos e preços.

As vendas foram afetadas como resultado do alto consumo de energia e do alto peso da indústria espanhola de bens de consumo. A construção naval, de aço e equipamentos de transporte atingiu proporções de crise, sendo a situação mais grave.

Para enfrentar essa situação, os principais partidos assinaram os Pactos da Moncloa. Para reduzir a inflação, facilitaram os salários, a energia e também agilizaram a desvalorização da peseta. Um novo quadro de relações industriais foi estabelecido. Também foi realizada uma reforma fiscal em 1977 com o Imposto de Renda, que se juntou ao século.

Além disso, foi implementada uma reforma da Segurança Social, que permitiu a extensão do seguro-desemprego e o aumento das pensões. A Guerra Civil terminou em 1º de abril de 1939, com a vitória do lado liderado pelo general Franco. De 1939 a 1975, os vitoriosos impuseram uma ditadura, liderada pelo exército, que terminou com a morte de Franco.

Os aspectos políticos: a ditadura de Franco teve um forte caráter pessoal, com todo o poder concentrado em suas mãos. Franco foi, ao mesmo tempo, chefe de governo, do estado, da Falange e da legislatura. Este ditador não tinha uma sólida formação intelectual e sua vida foi dedicada exclusivamente aos militares. Sua ideologia era baseada no anticomunismo, no catolicismo, na ideia de ordem e autoridade, defendendo a unidade da Espanha contra aqueles que defendiam ideias separatistas e pró-independência.

A política interna desta etapa foi baseada em duas ideias fundamentais: em primeiro lugar, o desmantelamento do Direito da Segunda República, com a proibição dos partidos políticos e sindicatos, criando apenas a união da Falange Espanhola tradicionalista, que dependia do regime. Também os estatutos de autonomia da Catalunha e do País Basco foram revogados, deixando o país em um estado centralizado.

A segunda ideia foi substituir a legalidade republicana, iniciando em 1942 o desenvolvimento de leis que organizavam o novo regime. Em 1947, foi apresentada e aprovada a lei do referendo de sucessão, destacando que Franco se tornaria chefe de Estado por toda a vida, organizando um reino e tendo o poder de nomear seu sucessor. A mesma lei determinou que a liderança do chefe de Estado seria vitalícia, trazendo de volta a monarquia após a morte do líder. Somente em 1969 foi nomeado o sucessor, Juan Carlos.

A economia: o pior ano da guerra foi em 1945, e até 1944, houve um forte comércio com a Alemanha, que importava matérias-primas espanholas. Foi necessário organizar a alimentação coletiva e a distribuição de alimentos. Em 1939, foi estabelecido o racionamento de comida, onde cada família recebia um lote semanal de alimentos. A situação econômica precária começou a mudar em 1950, no auge da Guerra Fria, enquanto o anticomunismo prevalecia em todo o mundo ocidental. Também foram assinados acordos com o Vaticano e os Estados Unidos. Com os acordos de 1953 com os EUA, o país obteve quatro bases em troca de ajuda econômica substancial e, finalmente, em 1955, ingressou na ONU.


Em 1959, foi lançado um plano de estabilização, que significou a abertura e modernização, e também foi introduzida a segurança social. Aspectos sociais: a moralidade católica tradicional foi imposta como uma forma de vida social, e as leis fundamentais expressavam que a Espanha era um país oficialmente católico, com a doutrina da igreja sendo a base da lei espanhola. O regime de Franco foi caracterizado por seu caráter regressivo, criando e governando um policiamento ideológico da população. Os costumes eram rigorosamente controlados e qualquer manifestação pública ou privada de crítica ao regime de Franco resultava em graves punições.

A Falange era o único partido legal, com presença total em todas as áreas da vida cotidiana: municípios, universidades, sindicatos, etc. Também havia uma seção feminina. A oposição começou lentamente a se reorganizar. Na década de 50, ocorreu a primeira grande ação de protesto político, mas todas essas ações foram sufocadas. A ditadura de Franco, de 1959 a 1975, foi marcada por repressão e resistência.

Políticos e sociais: houve uma oposição ao regime de diferentes setores, como comissões de trabalhadores das universidades, sindicatos e um setor da igreja que era muito democrático, coincidente com João Paulo II. O partido mais organizado e forte foi o Partido Comunista da Espanha, que se destacou por sua luta contra a ditadura. Esses setores buscavam a transição de uma ditadura para uma democracia. Os opositores eram considerados ilegais e, se fossem pegos, eram enviados para a prisão. No final de 1959, foi instituída a ETA, que se destacou na década de 70, quando a violência aumentou, culminando em 1973 com o assassinato de Carrero Blanco. A ETA, o FRAP e o GRAPO também estiveram envolvidos em atos terroristas. O terrorismo tentava abrir caminho, enquanto a política se tornava cada vez mais próxima de uma liberdade desejada.

Nos anos 1966, foi promulgada a lei que organizava a sociedade em uma democracia, com deputados eleitos em terços: a família, municípios e união. Outra lei importante foi a da imprensa, que antes tinha que passar por um censor que revisava todos os artigos, livros, etc. Essa lei punia a exclusão, mas a empresa emissora poderia ser penalizada por algo contra o regime. Outra lei de liberdade religiosa foi implementada, permitindo a aceitação de outras religiões, como muçulmanos e protestantes, além da católica, que era a predominante. Finalmente, o direito de sucessão foi concluído em 1969, quando Franco nomeou seu sucessor, Juan Carlos de Borbón. Pouco antes da morte de Franco em 1975, o rei Hassan tomou vantagem da situação, organizando uma marcha com civis que invadiram o território espanhol no Saara.

Economia: na década de 60, houve um aumento populacional e uma melhoria na qualidade de vida. Esse foi um passo importante para o desenvolvimento rural em uma sociedade urbana, pois as pessoas perceberam melhores condições de vida e se mudaram para Madrid, Catalunha e País Basco. As empresas estrangeiras começaram a investir na Espanha, especialmente no setor automotivo. Com esses novos investimentos estrangeiros, o nível de vida e da classe média aumentou em até 55%. Também foi observado um aumento na taxa de natalidade, passando de 25 milhões de pessoas para 35 milhões em questão de poucos anos. O nível de desenvolvimento foi muito forte, com liberalização econômica, investimentos estrangeiros e uma forte migração.

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