Crise e Estados Falhados: Definições e Implicações

A Crise

O termo crise (derivado do grego krísis) tem estado quase omnipresente na história da humanidade. Há uma tendência para colocar a crise numa situação intermédia entre a paz e a guerra, subentendendo um grau de conflito e uma situação intermédia e transitória. De certa maneira, "a paz é um conflito potencial e a guerra é uma crise não resolvida".

A crise é um período e uma situação de instabilidade. É um estado transitório, sendo também um estado de desequilíbrio entre uma ordem antiga ultrapassada e uma desordem sempre possível e que, por sua vez, aumenta a desordem e a incerteza no seio de um sistema individual ou social. Está geralmente associada a uma situação que ameaça os objetivos visados por um grupo, um Estado ou uma etnia, onde o tempo pressiona, onde existe um perigo de escalada, enfim, onde se encontra um forte elemento de surpresa política, diplomática e militar. A tensão é elevada e a rapidez de desenvolvimento da crise é pronunciada.

A crise, na perspetiva sistémica, desenvolve-se quando uma estrutura social não apresenta suficientes possibilidades de resolução de um problema para a manutenção da existência do sistema e conduz a alterações das fundações do mesmo.

Implicações da Crise na Segurança

• A crise tem efeitos desestabilizadores na sociedade, colocando em causa a segurança;
• É possível compreender as causas, modelos de evolução, modelos de decisão, resultados e consequências da crise;
• Este conhecimento permite aos decisores evitar e gerir melhor as crises, contribuindo assim para a segurança global.

Estados Falhados

Os Estados frágeis, falhados e colapsados são aqueles ineficazes no controlo do seu território, com funcionamento inadequado das instituições e marcados por elevadas taxas de criminalidade e corrupção. Os direitos fundamentais dos cidadãos não estão salvaguardados, isso inclui bens políticos, como por exemplo, a segurança. Estes Estados vivem sob permanente tensão, em profundo conflito e guerras civis que têm origem, muitas vezes, em questões étnicas, religiosas ou de outras entidades comunais.