Crises Convulsivas: Causas, Tipos e Conduta de Emergência

Classificado em Medicina e Ciências da Saúde

Escrito em em português com um tamanho de 3,46 KB

O que é Crise Convulsiva?

A crise convulsiva é a manifestação clínica de descargas neuronais excessivas, provocadas por um desequilíbrio entre o controle excitatório e inibitório. Geralmente, essas crises têm etiologia em:

  • Intoxicações agudas (drogas estimulantes) e efeitos da abstinência;
  • Doenças neurológicas, principalmente a epilepsia não controlada;
  • Hipo/hiperglicemia;
  • Traumatismo cranioencefálico (TCE) e acidente vascular cerebral (AVC);
  • Febre alta (mais comum em crianças até 5 anos de idade).

Em adultos, convulsão e febre, associadas à cefaleia e alteração aguda de comportamento, podem ser originadas em quadros infecciosos graves (meningite e/ou encefalite).

Classificação das Crises Convulsivas

As crises convulsivas podem ser geradas por anormalidades em áreas focais do córtex cerebral ou de maneira disseminada. Os locais de contração e de abalos musculares estão relacionados com a amplitude da área cortical atingida:

Tipos de Crises

  • Parcial Simples: Observam-se abalos em regiões localizadas do corpo (membros superiores ou inferiores), sem perda da consciência.
  • Parcial Complexa: Embora os abalos se restrinjam a regiões localizadas do corpo, ocorre perda de consciência.
  • Generalizadas: Caracterizam-se por abalos e contrações de cabeça, pescoço, tronco e membros, com perda da consciência.
  • Estado de Mal Epiléptico (Status Epilepticus): Crises com duração maior que 5 a 7 minutos ou crises recorrentes sem que haja recuperação do nível de consciência entre elas.

Fases Tônica e Clônica

As crises convulsivas podem ser caracterizadas somente por contração muscular sustentada com membros estendidos (Fase Tônica). Outra característica marcante é a presença de abalos repetitivos e rítmicos (Fase Clônica). Em muitas crises, tanto a fase tônica quanto a clônica estão presentes, caracterizando a crise convulsiva tônico-clônica.

Sinais e Sintomas da Crise

A perda da consciência não é uma regra na crise convulsiva.

  • Antes (Aura): Visão de luzes, Sensação gástrica e Medo.
  • Durante (Ictal): Rigidez muscular, Abalos musculares, Perda de consciência, Mastigação despropositada, Perda de esfíncteres, Trismo, Cianose e Sialorreia.
  • Após (Pós-Ictal): Sonolência, Cefaleia, Fadiga e Mialgia.

Crises prolongadas ou recorrentes, como no Estado de Mal Epiléptico, merecem atenção especial do socorrista, pois o risco de morte é aumentado. Informações sobre o tempo e a recorrência das crises devem ser obtidas imediatamente na chegada à cena.

Conduta e Primeiros Socorros

A conduta para convulsões febris não difere das demais. Durante a crise, o socorrista deve:

  • Apoiar e proteger a cabeça da vítima.
  • Afrouxar roupas apertadas.
  • Lateralizar a cabeça (posição de recuperação) se houver sialorreia (salivação excessiva).
  • Monitore o tempo de crise.

Lembrete: O Estado de Mal Epiléptico é caracterizado por crise convulsiva com duração maior que 5 a 7 minutos ou crises recorrentes em que o paciente não recobra a consciência entre elas.

Entradas relacionadas: