Cristianismo: Da Perseguição à Religião Oficial Romana

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O Cristianismo Primitivo e a Sua Expansão

O Cristianismo teve origem na Palestina (povo judeu) e espalhou-se rapidamente pelo Império Romano.

Esta nova fé gerou fiéis e inimigos. O Estado Romano desaprovou-a, julgando-a como perturbadora e revolucionária, e perseguiu todos os seus seguidores. No entanto, não conseguiu aniquilá-la.

O Novo Testamento refere que Jesus, filho de um humilde artesão, quando completou os trinta anos, anunciou-se como Messias e o Salvador há muito esperado pelos Hebreus. Cristo, nome pelo qual era chamado, foi, durante cerca de dois anos e meio, acompanhado pelos seus discípulos, com quem percorreu várias terras anunciando o Evangelho. A sua mensagem era clara: aos olhos de Deus, não existe diferença entre os homens e todos alcançariam a vida eterna. Esta era uma mensagem universal e revolucionária, pois não isentava qualquer povo e confrontava as graves discrepâncias sociais da sua época.

Após a sua morte, a mensagem cristã propagou-se rapidamente. Contudo, com a mesma velocidade que ganhou adeptos, ganhou inimigos. Os cristãos passaram a ser odiados pela sociedade romana por vários motivos:

  • Não respeitavam os deuses tradicionais (o Cristianismo é uma religião monoteísta, enquanto os Romanos eram politeístas).
  • Contestavam hábitos enraizados, como as lutas de gladiadores.
  • Defendiam a igualdade entre o senhor e o escravo.

Desta forma, os cristãos foram vítimas de sucessivas e violentas perseguições.

A primeira grande perseguição foi ordenada pelo Imperador Nero, em 64 d.C. Ele ordenava a captura dos cristãos e usava-os como tochas humanas para iluminar a cidade durante a noite.

O Cristianismo mostrou a sua força através da mensagem de paz, igualdade e amor, e também pelo exemplo dado pelos mártires, que se sentiam fortalecidos apesar das perseguições e crueldade.

A Legalização e a Religião Oficial do Império

No decorrer do século III, o Cristianismo registou um crescimento acentuado, tornando-se uma força social significativa.

O Édito de Milão (313 d.C.)

Em 313 d.C., foi assinado o Édito de Milão, tendo como signatários o Imperador Constantino I e Licínio. Este decreto declarava que o Império Romano seria imparcial em relação à escolha da religião, acabando com a perseguição aos cristãos. O Édito devolveu-lhes a dignidade perdida, restituiu-lhes os bens confiscados e permitiu a liberdade de culto em todo o Império.

O Édito de Tessalónica (380 d.C.)

Mais tarde, em 380 d.C., o imperador romano Teodósio I decretou o Édito de Tessalónica. Este determinou que o Cristianismo fosse declarado a religião oficial do Império, proibindo todos os outros cultos, reprimindo a devoção aos deuses politeístas e levando ao encerramento de templos pagãos. Esta lei surgiu numa época de crise política e estabeleceu a hegemonia do Cristianismo sobre outras religiões, reforçando o poder do Imperador e a unidade do Império Romano (que havia sido dividido em duas partes).

Desta forma, a máxima “Um só Deus e um só Imperador” concentrava em si toda a autoridade, sendo o Imperador o mandatário de Deus para governar na Terra em Seu nome.

A Igreja Romano-Cristã tornou-se um elemento essencial no mundo romano nos últimos séculos da sua existência. Roma, que era a cidade sede do Império, tornou-se, assim, a sede do Cristianismo.

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