Cuidado Nutricional na Pancreatite Aguda e Crônica

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Pancreatite Aguda

Cuidado Nutricional

• Pancreatite aguda → estado hipermetabólico e catabólico.

• Os aminoácidos são liberados dos músculos → neoglicogênese.

• Demanda nutricional tem sido comparada às de um paciente com sepse.

• Pacientes → sinais de desnutrição com níveis séricos diminuídos de albumina, transferrina e linfócitos.

• Cuidados → atingir um balanço nitrogenado (BN) positivo.

• Mecanismos secretórios de enzimas pancreáticas e bile → desencadeiam a dor.

Objetivo do cuidado nutricional: fornecer estimulação mínima desses sistemas.

• Repouso do pâncreas.

• Durante crises: suspender via oral (VO) e fornecer hidratação endovenosa.

Conduta Dietoterápica

Pancreatite Leve

• Na forma leve da pancreatite aguda (PA), o tratamento é principalmente sintomático.

• Inclui controle da dor, hidratação agressiva com líquidos intravenosos e ausência de ingestão oral, visando o repouso pancreático por 48 horas.

• Após 2 a 3 dias de repouso os pacientes podem retornar a se alimentar.

• Antes → Começava ofertando uma dieta líquida clara e, depois, avançavam para uma dieta leve, pobre em gordura.

• Atualmente → estudos relataram que começar com uma dieta leve, pobre em gorduras, é tão seguro quanto com uma dieta líquida clara.

• Porém, deve haver monitoramento cuidadoso de dor abdominal, náusea, vômito ou qualquer outra complicação.

• Se os pacientes apresentarem tolerância a essa dieta, poderão ser submetidos a uma dieta regular nos próximos 3 a 4 dias.

Pancreatite Crônica

Cuidado Nutricional

• Náuseas, vômitos e diarreia associados tornam difícil manter um estado nutricional adequado, somado ao aumento das necessidades.

• Necessidades elevadas + dificuldades para suprimento calórico → desnutrição.

• Quadro clínico: o paciente apresenta esteatorreia, aumento de amilase e lipase sérica, calcificação do pâncreas e desenvolve diabetes insulino-dependente.

Cuidado Dietoterápico

Objetivos do tratamento:

• Eliminar diarreia e esteatorreia.

• Normalizar, facilitar e promover a absorção de nutrientes.

• Evitar estímulos excessivos da função pancreática.

• Proteínas e carboidratos são mais tolerados.

• Evitar a hipoprotrombinemia - absorção de vitamina K prejudicada.

Observar a absorção de nutrientes:

• Avaliar a tolerância do paciente a gorduras através da dosagem fecal (má absorção lipídica: > 7 g de gordura nas fezes/dia).

• Avaliar a absorção de proteínas (azotorreia: > 1,7 g de N fecal/dia).

• Avaliar o nível de tolerância à glicose através de curva glicêmica (D-xilose).

→ Em situação crônica grave, a capacidade de secreção de insulina diminui e o cuidado nutricional pode ser semelhante ao do paciente diabético.

→ Também pode ocorrer hipoglicemia devido à deficiência de glucagon.

Cuidado Nutricional

• Eliminar álcool, evitar purinas e condimentos (estímulo de secreção).

• Consistência branda e fracionada (facilitar a digestão duodenal).

• Suplementar complexo B, quando houver deficiência de protease pancreática, necessária para clivar a vitamina B da proteína carreadora.

• Medicamentos: antiácidos (manutenção do pH duodenal), inibidor da bomba de prótons ou antagonistas de receptores H2 e extratos pancreáticos em cápsulas (pancreatina).

Conduta: via oral, branda, normocalórica (28 kcal/kg), hipolipídica (60%)

Hiperproteica (22%)

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