Cultivo e Produção de Morangos: Guia Completo
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Morango
Apesar de algumas diferenças anatômicas típicas, a classificação das espécies assenta essencialmente sobre o número de cromossomos. Quanto maior a quantidade de cromossomos, maior será o morango.
Clima - Precisa de frio
A temperatura afeta o desenvolvimento vegetativo, a produção e a qualidade do morango, sendo o principal fator limitante.
A produção e a qualidade dos frutos do morangueiro estão diretamente relacionadas ao número de horas de frio que as mudas recebem no viveiro.
O cultivo e a produção sofrem influência:
- Da temperatura;
- Do fotoperíodo (menos as cultivares neutras).
O morango exige termoperiodicidade diária;
Temperaturas diurnas amenas; Temperaturas noturnas baixas.
Produção de Mudas
Pré-requisitos:
- Utilização de mudas de alta qualidade genética e sanitária;
- Utilização de plantas matrizes oriundas de cultura de tecidos vegetais (sem vírus);
- Produzir em local de baixo potencial de inóculo de fungos e bactérias agressivos ao morangueiro;
Produção de Mudas a Campo:
- Escolher o local apropriado. O solo deve ser corrigido e adubado;
- Plantio das matrizes: de setembro a novembro, dependendo da região produtora, com colheita das mudas em março a maio;
- Plantar em local onde não foi plantado morangueiro ou solanáceas;
- Capacidade por matriz: 30 a 200 mudas.
O transplante das mudas matrizes deverá ser realizado em dias frescos e com irrigação abundante até o pegamento das mudas. Após, realizar irrigações periódicas para manter a umidade. Obs: Mudas muito pequenas têm dificuldade de pegamento. Sugere-se repicar para copos descartáveis (maior volume de substrato) até que adquiram maior porte. Após, transplantar a campo.
Controle de Invasoras: é fundamental durante a produção dos estolhos e multiplicação das mudas, pela concorrência por nutrientes e dificuldade de retirada da muda.
Após o arranquio das mudas, fazer a limpeza (toalete):
- Aparar as folhas;
- Reduzir um pouco o sistema radicular, deixando de 12 a 15 cm;
- Padronizar as mudas quanto ao diâmetro da coroa:
- Facilitará a operação do plantio;
- Melhorará o stand;
- Uniformizará a colheita.
Produção de Mudas Sem Solo:
- Utilização de canteiros suspensos em estufas, com substrato inerte (casca de arroz carbonizada) e/ou substrato esterilizado (solarizado).
- As matrizes em vasos são colocadas ao lado ou sobre o canteiro;
- A partir da emissão dos estolhos, estes são direcionados ao substrato que servirá de suporte para o enraizamento e desenvolvimento da muda. A fertilização é feita através da fertirrigação.
Durante a produção de mudas, deve-se eliminar as flores, objetivando o aumento de estolhos e mudas. As mudas boas estão prontas a partir de 100 dias do plantio da muda matriz. Quando é pequena, considerar 120 dias.
Importância:
- Programar a colheita das mudas;
- Programar a época do plantio;
- Mudas com diâmetros maiores iniciam a floração 20 a 25 dias antes que as de tamanho médio e até 40 dias antes das menores.
Produção Precoce: Mudas de tamanho grande > médias;
Produção Total: Se equivalem;
Mudas Pequenas: Não apresentam produção precoce e produzem 20 a 25% menos.
A muda, após plantada, desenvolve-se vegetativamente e, após 40 dias, entra em florescimento. À medida que se atrasa o plantio, cai a produtividade por diminuir a floração.
Vernalização:
- As mudas são colocadas em câmara fria durante uma fase do seu crescimento.
- As mudas são removidas do canteiro de produção, retiradas as folhas, mantendo as raízes intactas, recebem um tratamento fúngico (tiofanato metílico), acondicionadas em número de 20 em sacos plásticos transparentes de 0,05 mm de espessura.
- As mudas permanecem por 24 dias em câmara fria, sob condições de temperatura de 4 +/- 1 ºC e umidade relativa de 94 +/- 2%.
Preparo do Solo: A planta é frágil, especialmente o sistema radicular, exigindo canteiros bem preparados.
Canteiros:
- Altos (maiores que 25 cm);
- Arredondados (evitar o acúmulo de água);
- Bem acabados;
- Livres de torrões, pedras e raízes;
- Mais estreitos (1 m);
- Contendo 2 a 4 fileiras de plantas;
- Declividade de 0,2 a 0,3%.
Boro: A deficiência causa deformação em frutos devido a uma deficiente polinização, pois o boro está relacionado ao crescimento do tubo polínico.
Plantio:
- Ter o cuidado especial na distribuição do sistema radicular (disperso e com as pontas na vertical). Nunca com as pontas voltadas para cima;
- Nunca plantar com o sistema radicular embaraçado:
- Dificulta a distribuição das raízes;
- Dificulta a emissão de novas raízes.
- A profundidade de plantio da muda deve ser aquela em que o nível do solo fique na metade do caule (coroa).
- Evitar que permaneçam bolsas de ar próximo das raízes – folhas ficam foscas, sem brilho e o desenvolvimento paralisado.
Manejo do Túnel Baixo ou Estufa:
- Abrir pela manhã, após a evaporação do orvalho, para que saia todo o excesso de umidade.
- Fechar no final da tarde para que o sereno não molhe as folhas;
- Em dias de chuva ou neblina, o túnel deve permanecer fechado. Abrir só com a presença de sol.
- Não irrigar em demasia. Com o solo encharcado, há grande evaporação e forma um microclima dentro do túnel;
- Na estufa, as cortinas laterais podem permanecer abertas, desde que não ocorra molhamento das folhas pela chuva ou neblina, tocada pelo vento.
Anomalias Fisiológicas: Não são comuns na cultura. O desenvolvimento normal pode ser prejudicado por fatores como:
- Geadas;
- Fitotoxidades por herbicidas;
- Deficiência de micro nutrientes (B);
- Deficiência de cálcio;
- Excesso de nitrogênio;
- Falta de polinização.
Albinismo: Associação de excesso de nitrogênio em período nublado.
Deficiência de Potássio: Cor mais clara, macio e menos sabor.