O que é Cultura? Definições de Tylor, Boas e Malinowski
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Edward Burnett Tylor e a Definição Clássica de Cultura
Edward Burnett Tylor definiu cultura como o conjunto composto de conhecimento, crenças, arte, moral, costumes e direito, adquirido pelo homem na vida em sociedade.
Tylor procurava combater o preconceito vigente, segundo o qual os povos não europeus teriam um tipo de subjetividade e capacidade mental diferentes e, para muitos, seriam menos desenvolvidos do que os ocidentais europeus.
A concepção de Tylor de cultura é o conjunto de traços comportamentais e psicológicos adquiridos e não herdados biologicamente, mas sim transmitida por aprendizado, podendo ser difundida de um grupo para outro, independentemente das diferenças biológicas entre seus membros.
Franz Boas e o Relativismo Cultural
Franz Boas argumentou que cada sociedade é um sistema integrado, resultado de um processo histórico peculiar e que a cultura existe independentemente de traços físicos e biológicos, recusando-se a comparar culturas diferentes. A análise da cultura humana deve ser em sua múltipla diversidade, a pluralidade.
O Funcionalismo e a Crítica ao Etnocentrismo
No início do século XX, surgiu o funcionalismo, respondendo em parte às críticas que se faziam ao eurocentrismo e ao etnocentrismo.
De acordo com essa escola, cada sociedade deve ser estudada em sua totalidade integrada e de partes interdependentes e complementares, cuja função é satisfazer necessidades essenciais de seus integrantes.
Bronisław Malinowski: A Articulação Tripla da Cultura
Bronisław Kasper Malinowski defende a ideia de que o homem deve ser entendido a partir de uma tripla articulação, envolvendo as seguintes dimensões:
- Sociais: indivíduo inserido em um contexto social;
- Psicológicas: indivíduo enquanto ser pensante;
- Biológicas: indivíduos como organismos vivos com necessidades.
Cultura na Atualidade: Produção Ativa e Liberdade
Até meados do século XX, muitos cientistas sociais argumentavam que a cultura era um simples “reflexo” da sociedade. Essa teoria está superada.
Atualmente, as pesquisas apontam que as pessoas não aceitam a cultura de forma passiva, isto é, não somos recipientes passivos nos quais a sociedade derrama uma mistura de crenças, símbolos e valores. Pelo contrário, produzimos e interpretamos nossa cultura, adaptando-a de maneira criativa às nossas próprias necessidades. Daí o enfoque da cultura como liberdade, presente na diversidade cultural, na revolução dos direitos e no multiculturalismo.