Cultura e Identidade na América Latina: Uma Análise Detalhada

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1) Dentro da realidade da América Latina, temos uma realidade diversa, dominada pela variedade e heterogeneidade:

  • Uma grande variedade de religiões: Além do catolicismo, nosso continente possui cultos de origem africana e religiões protestantes (provenientes da Holanda e Inglaterra). Além disso, os povos indígenas mantêm suas crenças ancestrais.
  • Uma grande variedade de línguas: Além do castelhano, há muitas línguas indígenas, com forte presença em vários países (por exemplo, o guarani, quíchua e aimara). O português do Brasil, o neerlandês e o francês também estão presentes em possessões coloniais.
  • Um mosaico étnico e cultural complexo: O contato entre os povos produziu uma mistura diversa, resultando em uma rica variedade de tipos físicos (ameríndios, europeus, mestiços, mulatos) e culturais.
  • Realidades socioeconômicas muito diferentes em países diferentes: Um estado de atraso e dependência capitalista dos países desenvolvidos.

O continente americano no final do século XV tinha uma população estimada entre 80 e 100 milhões. Dentro deste valor, existiam:

  • Culturas nômades de caçadores-coletores: Viviam da caça de grandes mamíferos e, posteriormente, de pequenos animais.
  • Plantadores de culturas tropicais: Praticavam um sistema de rotação de culturas na floresta tropical, colhendo tubérculos. Migravam devido às características de suas culturas.
  • Culturas de agricultores sedentários: Baseadas na agricultura extensiva.
  • Civilizações agrárias: Desenvolvidas na Mesoamérica, Yucatan e nos Andes centrais.

Essa classificação nos permite ter uma ideia da complexidade das culturas que existiam antes da conquista espanhola.

2) Os nomes América Latina, Latinoamérica e Latin America servem como um rótulo comum para descrever as condições geográficas, culturais, étnicas e econômico-políticas do nosso continente, marcando o peso predominante da componente europeia. Por trás da unidade sugerida por esses rótulos, existe uma realidade muito diversa, política, econômica e socialmente.

3) As denominações América Latina, Latinoamérica e Latin America têm servido para privilegiar a cultura dos conquistadores europeus e para negar a presença e a influência de outros grupos étnicos que compõem o nosso continente...

Apesar das múltiplas particularidades, a América Latina compartilha um passado colonial comum e carrega, no presente, o produto da herança de séculos de colonialismo, agravada pelas condições em que nos integramos no mercado mundial...

4) A miscigenação ocorrida após a colonização envolveu o estabelecimento de relações interétnicas. Grupos étnicos diferentes, com idiomas distintos e formas próprias de organização econômica e social, ou seja, culturas diferentes.

Em nosso continente, as relações interétnicas são influenciadas pela posição de cada grupo étnico na escala de poder político e econômico. Assim, existem situações de cultura hegemônica e culturas subordinadas:

  • Um grupo étnico (brancos europeus) detinha a superioridade material, que serviu de base para o desenvolvimento de elementos que mantêm essa posição dominante. Falava-se da superioridade racial, étnica ou cultural.
  • Outros grupos étnicos (ameríndios, africanos e castas) foram desprezados, e tentou-se negar-lhes o direito à identidade cultural.

A relação entre brancos, grupos étnicos indígenas e vários grupos de origem africana era de explorador e explorado. Para manter essa situação, além da existência de uma força de controle e repressão (o Estado), utilizava-se a discriminação étnica.

Graças à preocupação da Coroa e da Igreja, os grupos indígenas na colônia mantiveram suas terras comunais, onde continuaram com suas vidas e, portanto, foram capazes de manter uma cultura subordinada, operando em um sistema colonial com antigas práticas econômicas.

No início do século XIX, a aplicação do modelo cultural espanhol continuou a ignorar a realidade cultural de outros grupos indígenas.

A discriminação cultural implica a existência de culturas dominantes e subordinadas. Discriminação é a desvalorização das orientações desenvolvidas por grupos indígenas, onde a homogeneização é aplicada a diversas áreas. Assim, a escola tem funcionado como o principal meio de aculturação, o que permitiu a assimilação das massas indígenas ao modelo hegemônico da sociedade.

A construção dos respectivos sistemas de ensino nacionais significa mais um passo na tentativa de suprimir as identidades culturais.

5) Se estabelecermos uma comparação entre a Argentina e outras personalidades latino-americanas, veremos que há semelhanças na predominância de variáveis e heterogeneidades. Assim como encontramos na América Latina variedade de religiões, línguas, etnias, culturas, níveis de renda, etc., na Argentina essa diversidade também está presente na personalidade de base, o que não nos permite ter uma uniformidade.

1) Extensões da cultura: Cultura é tudo o que foi criado por seres humanos e transmitido de geração em geração, influenciado por outros povos.

As artes: Arte significa força, habilidade, capacidade de fazer algo. Se o desenvolvimento tem uma finalidade prática, é arte; se expressa mais harmonia e beleza, é uma obra de arte. A arte não imita a natureza, mas tenta interpretá-la. A arte é refinada e baseia-se na natureza para formar seu ideal.

A arquitetura é a arte do espaço, a criação de estruturas materiais, espaços para abrigar várias formas de vida humana. De acordo com sua função, a arquitetura pode ser religiosa, militar, civil, industrial, urbana, etc. Essa arte tem sofrido uma evolução contínua, que enfatiza o desenvolvimento da cultura e do gosto de gerações sucessivas. A cultura ocidental tem valorizado a arquitetura clássica e, preferencialmente, o modelo greco-romano, valorizando também o estilo gótico.

A pintura é a arte de aplicar cor a uma superfície com a intenção de criar imagens. Não tem a plasticidade e o relevo, mas tem mais espaço e movimento, aumentando a riqueza com a intensidade da expressão. Na pintura renascentista, há uma inclinação para o religioso. No século XVII, Rubens e Velázquez se destacam. A partir do século XIX, em resposta a uma sociedade em evolução e a uma cultura diversificada, surgem o impressionismo, o simbolismo, o cubismo, o futurismo, o surrealismo e a abstração.

A filosofia busca a certeza de todas as coisas à luz da razão. É a ciência dos primeiros princípios do conhecimento e das normas éticas, que lida com os grandes problemas do mundo e da vida. Um dos problemas do homem é saber como agir. Esses problemas são estudados pela ética e estética. A ética analisa o fato moral e estabelece regras de conduta, distinguindo o certo do errado. A estética enfoca a beleza que existe na produção de uma obra artística.

A religião, a fé e os sentimentos: A religião é definida como o conjunto de crenças ou dogmas sobre a divindade e práticas rituais de adoração. Isso implica:

  • O reconhecimento de um poder sobrenatural.
  • A sensação de dependência e respeito que emana deles.
  • O sistema de relações entre a divindade e os fiéis.

Religiões primitivas:

  • Animismo: A crença de que as coisas são animadas por espíritos.
  • Adoração de fetiches: De fetiches, amuletos ou objetos para reconhecer-lhes poderes mágicos.

Religiões evoluídas:

  • Politeísmo: Acreditam em muitos deuses a quem prestamos culto.
  • Monoteísmo: A doutrina que reconhece um só Deus.
  • Traços orientais de sistemas morais e filosóficos.

A organização social: A organização é um sistema social formado por indivíduos ou grupos de pessoas, recursos e, dentro de um determinado contexto, desenvolvem um conjunto de tarefas regularmente orientadas por valores comuns para alcançar os objetivos definidos por aqueles que constituem a organização. Essas organizações sociais são consideradas quando:

  • São formadas por um grupo de indivíduos.
  • Seus membros estão interligados por meio de atividades.
  • São dotadas de recursos e de pessoal.
  • Seus sistemas permitem a interação com o ambiente.
  • Modelos podem ser considerados.

A música: No Ocidente, quando se trata de música, pensa-se na tradição clássica de origem ocidental. Tudo é transmitido oralmente de geração em geração.

Na África, as canções traduzem aspectos da comunidade, seus textos são improvisados, inspirados pelo contexto. Em países árabes, no entanto, as canções estão enraizadas em antigas tradições literárias.

Na Índia, dominada por instrumentos de cordas e bateria, cujas performances tinham poderes mágicos.

Na China, manifesta-se em festivais de música e feriados. Suas óperas são caracterizadas por músicas elaboradas com melodias de flautas.

No Japão, está na tradição folclórica relacionada ao trabalho, à dança, às cerimônias e festas, e à tradição artística associada a partes das cerimônias religiosas e judiciais.

Literatura Popular: Um conjunto diversificado de manifestações diferentes da expressão das diferentes culturas, no entanto, têm um denominador comum que é o papel dos setores populares. Esses eventos são um repertório razoavelmente grande de canções anônimas, provérbios, aforismos, etc. Da mesma forma, a literatura popular oferece interessantes exemplos de tradições orais, que se manifestam através de mitos e lendas.

Moda: O conjunto de gostos e modos de uma época que se manifesta no vestuário, mobiliário, trajes, etc. A moda é caracterizada por:

  • Estar em constante mudança.
  • Expressar certa superficialidade.
  • Promover os desejos dos indivíduos.
  • Impulsionar a globalização.

Moda hippie: Movimento comunitário juvenil originado nos EUA na década de sessenta, caracterizado como anti-consumista, pela rejeição de estruturas sociais existentes, pela exaltação do amor, pelo pacifismo, pelo contato com a natureza e pela vida separada de seus contemporâneos.

Moda existencialista: Imbuída da tendência filosófica dos franceses Jean Paul Sartre e Albert Camus, critica a angústia do homem moderno em confinamento solitário, que cortou sua fé e suas crenças, sozinho em um mundo cada vez mais desumanizado.

The Beatles: O grupo musical britânico apareceu em Londres com fatos cuja concepção foi inspirada nos uniformes dos garçons nos anos 30. Complementado pelo novo corte de cabelo estilo copo, e influenciado pelo rock and roll, tornou-se um símbolo da música pop.

2) Um representante das manifestações de nossa identidade nacional é o retrato pintado pelo argentino Antonio Berni, "Desempregados", em 1934. A cena mostra um grupo de homens sonolentos e resignados, vítimas da falta de trabalho, uma crise que devastou o país durante a década de 30. Como mostrado nessa tabela, são pintados na década de 30, mas também uma representação da Argentina hoje. Isto se manifesta no crime que existe agora, onde um jovem mata por um telefone celular.

Outro evento representativo são aqueles que ocorreram em fevereiro de 2002. Estes protestos organizados por grupos de pessoas desempregadas tinham uma mensagem clara: o povo quer comida.

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